segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O valor social das coisas, ou para que vale tudo isso?


Feliz 2010 para todos os malucos que lêem esse blog de elite! Estou para escrever esse texto faz semanas, mas só agora tomei coragem!

Acho que todo mundo viu a matéria sobre o suposto valor de mercado dos principais clubes do Brasil. Muitos flamenguistas ficaram orgulhosos, não foi o meu caso. Na semana seguinte à divulgação do Flamengo como o clube mais valioso do país nosso time perdeu o meia Everton para o futebol mexicano. É isso mesmo galera: o Atual campeão brasileiro, primeiro hexa campeão heterossexual do Brasil, clube de maior torcida desse país, não foi capaz de segurar um jogador jovem que recebeu uma proposta não dos grandes centros do futebol europeu, ou dos clubes do oriente médio, que nadam no dinheiro do petróleo. Simplesmente perdemos o jogador para um time de um país cujo PIB vai cair 6% esse ano, cuja seleção não tem uma copa do mundo, cujos clubes não passam da semifinal no mundial interclubes.

Na moral, se o Flamengo não é capaz de competir com um time do México, de que adianta valer 568 milhões de reais?

E a verdade é que não podemos competir com o time mexicano! Nem com times da maioria dos países que fazem negócio no mundo do futebol.

To resmungando para afirmar que na minha opinião esse lance de calcular quanto vale cada time teve uma coisa boa: fica claro que o valor dos times é proporcional à torcida, ou ao tratamento que os clubes dão a esse patrimônio que são os milhões de torcedores.

Por exemplo, Fluminense e Botafogo. Para desespero dos tricolores, a ultima pesquisa do Datafolha diz os alvinegros do Rio são o dobro do tamanho dos tricolores cariocas em todo o Brasil. Mas o valor de mercado do Flu é bem superior ao Fogo. Eu penso que a explicação é óbvia para essa aparente contradição. Basta ver a quantidade de vezes que os pó de arroz lotaram o maraca nos últimos anos, enquanto a cachorrada possuiu um estádio que tem a alcunha de "vazião".

Ora, a torcida do Botafogo é maior nacionalmente, mais espalhada. A do Flu é mais mobilizada, e provavelmente mais jovem também. Eu penso que a explicação pro Vasco valer menos que os times gaúchos, cruzeiro e até o santos mesmo tendo uma torcida bem maior tem bastante relação com a forma como cada clube trata seu torcedor (o programa de sócio torcedor, que o vasco lançou esse ano, já é sucesso nesses clubes há algum tempo.

Dou essa volta toda pelos clubes menores para retornar ao maior de todos. Está claro que a solução para que o Mengão não perca mais jogadores para times ridículos do nosso hemisfério está em valorizar o que temos de realmente valioso, que é a torcida. Continuamos sendo um dos poucos clubes sem qualquer tipo de vantagem para o camarada que é freqüentador assíduo do maraca. A nova diretoria parece mais interessada em sujar o nosso uniforme com patrocinadores nas mangas e no calção, hábito que até pouco tempo atrás era exclusivo dos times pequenos, do que em realmente investir na mobilização da torcida. O programa de cidadão rubro-negro é uma vergonha, e o fato é que já podemos prever as filas de horas para comprar ingressos pra liberta. E tudo isso assistindo a penca de projetos que nossos rivais lançam país a fora para fidelizar seu torcedor.

Esse fim de ano teve muita informação legal sobre as discussões que envolvem o futebol brasileiro fora do campo. Teve essa pesquisa dos valores de mercado, teve a pesquisa datafolha sobre o tamanho das torcidas, o blog Olhar Esportivo do globoesporte fez várias análises legais, o blog do Mauro César Pereira, da ESPN, fez comparações da média de torcida no estádio entre Brasil e Inglaterra que são uma vergonha para esses tristes trópicos. Acho que até o Cappelli entregue sua tese sobre a mercantilização do futebol (quem sabe em dez anos ele consegue) e se capacite para salvar os clubes brasileiros da falência, acho que o mínimo que podemos fazer é ir ajudando nosso camarada com pitacos aqui no blog!

Saudações Rubro-Negras e Libertadores é Obrigação!!

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