sexta-feira, 23 de julho de 2010

Liderança pragmática

Fidalgos amigos, quem diria. Ano passado ficamos durante todo o brasileiro sendo cutucados pelo tridente afiado e pontiagudo do cramulhão da segundona e, somente na última rodada, livramos nosso lombo do enxofre flamejante. E hoje estamos na liderança absoluta, incontestável, com pontos de sobra para o quarto colocado e, ainda por cima, com reforços que vão melhorar ainda mais este time que, se não se desgovernar, pode fazer história. Deco, Sheik e Beletti chegam para reforçar um time coeso e absoluto, as cerejas no elenco tricolor.

Quando digo pontos de sobra, falo de seis pontos para o quarto colocado! Falo de dez jogos com sete vitórias, um empate e duas derrotas. Falo da melhor defesa do campeonato e do time que mais venceu, sendo três das sete vitórias fora de casa: Tsunami tricolor contra os avaianos, ensopado de galinha contra o Atlético Mineiro e, por fim, uma lição nos fedelhos da vila. Não fosse o tropeço contra o Prudente estaríamos quase dando uma volta no Vasco, mais ou menos como o Senna fazia toda corrida com o Satoro Nakajima.

Tudo isso, não devemos nos enganar, resultado do investimento de nosso Abramovich tupiniquim, Celso Barros, e da competência do Muricy, que trouxe o ritmo de trabalho paulista para a orla carioca. Já disse lá em casa que pode faltar tudo, não me interessa. A prioridade é pagar a Unimed em dia. Tricolor que é tricolor, paga a Unimed em dia. Não sei por que tantas eleições se, no final, todo mundo sabe que quem manda é ele, o dono do carro forte. E, depois de muito tempo, usamos o dinheiro da maneira correta, sem gastar com cláudios pitbulls da vida. Trouxemos Muricy, Beletti, Deco, Carlinhos, Sheik e, vá lá, Valência e André Luis. Tirando o último, que é doido varrido, são contratações de peso, de qualidade. E, depois também de muito tempo, não dispensamos mais da metade do elenco já no meio do ano. No flu era assim: 38 contratações em janeiro e 35 dispensas em junho, ou seja, dinheiro jogado fora e que agora foi pro investimento certo.

Nosso caminho agora é o do pragmatismo de nosso coach. Uma defesa sólida e um ataque que aproveita as poucas oportunidades que tem. Neste esquema com três zagueiros, o Fred fica isolado e o Conca perdido no meio, sem ninguém pra conversar. É uma tática que aposta na rapidez dos contra-ataques, como aquele que nos deu a vitória contra os outrora meninos da vila. Tanto na Vila Belmiro como contra o Cruzeiro, não fizemos uma bela partida. Fomos pressionados, jogamos recuados, erramos uma enormidade de passes e o FH nos salvou várias vezes. Ainda assim, ganhamos dos dois e somamos seis pontos sem tomar nenhum gol, é o que importa na cartilha do Muricy. Com a chegada do Deco, vai ficar mais difícil montar o time com três zagueiros, já que ele ou Conca teriam que ficar no banco, uma vez que Diguinho e Diogo são fundamentais na proteção da zaga, já que Carlinhos e Mariano se mandam e pouco se importam com a defesa.

Time montado, elenco reforçado e liderança assumida, sem nenhum campeonato paralelo pra nos tirar a atenção. Como bem disse o Josué, uma espécie de polvo vidente aqui do blog, temos tudo pra chegar nas cabeças e levar essa taça depois de 26 anos. Ele só errou porque achou que ia levar umas quatro ou cinco rodadas para chegarmos ao topo. Mas tudo bem, polvo flamenguista é assim mesmo. Aliás, temos que parar com essa história de que o Flamengo é candidato ao título. O TSE já disse que só pode se candidatar que tem ficha limpa.

Sobre o Bruno, ia falar, mas desisti. Só fiquei sabendo que ele disse que, assim que sair da prisão vai no Mais Você da Ana Maria Braga fazer seu prato preferido: escondidinho de presunto.

Qual a diferença entre o Bruno e o Fenômeno?
O que não mata, engorda!

Saudações tricolores!!!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Bobagem sem tamanho

" O título brasileiro fez mal ao Flamengo." Essa frase foi dita pelo Zico, domingo, numa entrevista ao Fantástico. Tudo bem que o Galinho é ídolo, referência, reserva moral, blá, blá, blá. Mas pra mim esta é uma bobagem sem tamanho.

O maior patrimônio do Flamengo, todos sabem, é a sua torcida. A maior do Brasil e uma das maiores do mundo. Pergunte aos torcedores se o título nos fez mal? Recuperamos nossa dignidade nacional, zoamos nossos rivais locais até cansar, acabamos com o estigma do Cariocão, conquistamos torcedores que hoje, são crianças e que num futuro próximo vão engrossar o côro nas arquibancadas e comprar produtos do time. A nós, torcedores, o título fez um bem danado.

Pergunte aos patrocinadores se o título fez mal? Qual deles não gostou de ver sua marca estampada na camisa do clube mais popular do Brasil que acabava de se tornar campeão nacional?

Pergunte aos donos da FlaBoutique se o título fez mal? As camisas e produtos do Flamengo venderam horrores e a 10 do Adriano, entre o final de 2009 e início de 2010 foi a segunda camisa de clube mais vendida do mundo, perdendo apenas para a 10 do Barcelona. Do Messi, lógico.

Se o título fez mal para alguém, fez ao Marcos Brás que se sentiu o Dom Corleonne da Gávea.
Se o título fez mal para alguém, fez ao Andrade que acreditou que era o melhor técnico do Brasil e que o Flamengo tinha que pagar a ele qualquer coisa que ele pedisse.

Aliás, falando em Andrade, tem se confirmado o que eu já havia escrito aqui. A dança dos técnicos no Brasileirão já começou a muito tempo e Andrade não figura na lista de nenhum clube. Não é estranho que isso aconteça com o técnico que é o atual campeão brasileiro? Relembrando, eu havia dito que Andrade tem sua imagem muito vinculada ao Flamengo e ficou conhecido como um treinador duas caras no episódio do Pet e como um treinador omisso quando o assunto é disciplina.
Mas alguma coisa me diz que o Zico está só esperando a situação do Rogério ficar insustentável pra chamar o Tromba de volta.

Retornando a frase do Zico, me soa como Desculpa-de-fim-de-ano, sabe?
Se o máximo que o Flamengo conseguir for uma vaga na Sulamericana, o Galinho vai dizer que ao menos, o clube está moralizado. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O clube pode ser moralizado e ter um time competitivo e um treinador decente.

A atual situção moral do clube não tem nada a ver com o título. Bruno já aprontava das suas e Adriano já chegou pronto da Itália.

Zico, com todo o respeito, mas você falou bobagem.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sobre o G4!


Mengão está na zona da libertadores! Um milagre, sem dúvida.... Operado pelos pés do PET, principal responsável pelos seis pontos que faturamos após a Copa, e também pela força do Flamengo, que faz os adversários tremerem.

Só isso explica a diferença entre a postura do nosso genérico do centro-oeste no primeiro e no segundo tempo do jogo. Era o mais querido do Brasil do outro lado, tem que respeitar. Foram para o intervalo e alguém deve ter falado: “Olha, tudo bem que é o manto sagrado, mas quem o veste é o Diego Mauricio e outros do mesmo naipe, dá pra gente empatar”. Não deu é verdade, mas foi quase. Graças ao Marcelo Lomba, um gigante, experiente, parece que veste nossa camisa 1 desde os tempo de Zico.

Certamente, contudo, essa vitória se deu sem a colaboração do inominável Rogério, que insiste em tentar fazer com que recuou o Flamengo se comporte como time pequeno, recuando a equipe de forma covarde, contra o poderoso Atlético-GO.

Hoje tem mais, contra o Avaí. Promessa de mais uma demonstração de medo por parte do nosso pusilânime treinador, já que o time da Ressacada detonou os porco e os bambi. Mas é claro que o Urubu é mais sinistro. Por isso vou ao Maraca hoje!

Já o Flor, tá com pinta de campeão mesmo. Tenho dois grandes amigos tricolores. Um é o dono deste blog. Está otimista com seu clube, sempre deixa isso claro nos seus textos, e também na sua ânsia para que o Brasileirão modorrento recomeçasse. Já o outro é o Jair, já jogou bola com o Cappelli, alguns seguidores o conhecem. Pessimista, calejado com 08 anos de fracassos de super times montados pela UNIMED, se desesperou com o empate diante do Prudente.

Após esse desastre tricolor em pleno Maraca, falei para o Jair a mesma coisa que escrevi quando o Mengão, em plena campanha do Hexa, foi derrotado pelo Barueri: Perdeu os 3 pontos fáceis, vai ter que recuperar no jogo difícil. Não deu outra, do mesmo modo que o rubro-negro foi lá e detonou a galinha mineira em pleno Mineirão, o Flor detonou os meninos da vila na vila.

Não tem jeito, é campeão brasileiro não quem ganha todos os jogos, nem quem fica na frente mais tempo, mas sim quem ganha as famosas partidas de seis pontos, contra os adversários diretos. Murici sabe bem disso, foi tri no São Paulo perdendo jogos sem vergonha, e detonando todos os rivais.

O otimismo do Cappelli se explica porque ele leu tudo o que escrevi aqui no ano passado, na campanha pelo Hexa. O time não vai ser campeão invicto, os tropeços acontecem. Elenco, o Flu tem, com as chegadas do Sheik, Deco, Beletti. Acho que só o elenco do Inter rivaliza com a turma que bate bola nas laranjeiras. Se o Colorado for campeão da liberta vai esquecer o Brasileiro, e focar no mundial. Corinthains não tem elenco, o ataque é fraco. Santos pode ser um rival se mantiver depois da final da Copa do Brasil o Neymar e o Ganso. Palmeiras ainda vai montar o time dele, não deve ter fôlego. Cruzeiro é do Cuca né? Tem vocação para o fracasso, e não repôs a perda do Kleber. A galinha mineira está que nem o Flamengo na época do Kleber Milk, cheio de craque, e lá embaixo na tabela.

Por fim, o Mengão! Me preocupa o fato de que só acumulamos ponto contra os de baixo. Quero ver como o time se comporta contra o Inter, por exemplo, na semana que vem. Agora, sabe como é que se diz lá na Gávea né? Deixou chegar... Se agente ficar mais um tempinho no G4, vamos nos acostumar e vai ser difícil nos tirar de lá... Ainda mais se chegar pelo menos um atacante sério...

Saudações Rubro-Negras!

sábado, 17 de julho de 2010

Bem vindo ao deserto do real!


Eu sei que teve gente que não gostou da copa do mundo. Eu defendi e defendo o torneio da FIFA sempre em perspectiva comparada. 2010 foi bem melhor que 2006 e 2002. E principalmente, bem melhor que o campeonato brasileiro. Claro que minha afirmação precisa ser mediada diante da carga dramática que qualquer campeonato com mata-mata tem em relação à frieza dos pontos corridos. E também porque o Flamengo está triste de se ver... O pior é que na vida real não temos a opção de tomar a pílula azul e continuar na ilusão.


Fui ao Maracanã. Tava com saudade do templo, e também quero me despedir dele, mesmo que seja nessas terríveis peladas que o mais querido tem patrocinado no maraca. Foi triste ver que apenas o PET, entre 20 jogadores em campo, soubesse tratar a bola com algum respeito. Kleberson estava irritante como sempre, Juan e Leo Moura tiveram alguns lampejos, e só. Destaque positivo no Mengão só o gringo e o Willians, como sempre aliás. Pior mesmo foi o time do buuafogo, em que ninguém jogou nada mesmo. Não por acaso deu FLA 1 a zero, em jogada espetacular do camisa 10 da Gávea e conclusão torta do Paulo Sérgio.


Mas pelo que eu vi, o rubro-negro não tem o monopólio da péssima prática do velho esporte bretão: eu vi o primeiro tempo de São Paulo e Avaí, o segundo de Vasco e Goiás e também o segundo de Flu e Prudente. Todos demonstrando que essa história de que treino faz os times jogarem bem só pode ser sacanagem.


Ainda sobre o FLAMENGO: Concordo integralmente com o texto do Jamaica sobre o caso do nosso ex-arqueiro. E exatamente por isso que precisamos deixar uma coisa bem clara: ao contrário do que afirma a imprensa reacionária, o FLAMENGO não sai menor dessa história. Eu li e assisti muito jornalista falando como a imagem do time com maior torcida do Brasil estava se afundando, perderia torcedores por causa do comportamento dos ídolos, e outras baboseiras conservadoras.


A nação não diminuiu um individuo por causa disso. O próprio Zico sempre diz que o FLAMENGO é maior que tudo, maior que ele, maior que qualquer pessoa. Em cinco anos ninguém vai se lembrar do Bruno.


Por isso mesmo fui ao jogo na quarta, e vou semana que vem novamente. E se é verdade, como diz o Jamaica, que Diogo Mauricio não condiz com um clube como o nosso (é incrível como esse muleque é ruim, como ele não possui um fundamento sequer do futebol), temos o Marcelo Lomba como contra-exemplo. O garoto fez uma partidassa, seguro, e sabe que vai contar com muito apoio da torcida.


Escrevo hoje, com Ronaldinho Gaucho já descartado. Obviamente, o Milan não vai liberá-lo de graça. É impressionante como o Flamengo está falido, não temos capacidade de investir em nenhuma contratação de peso. Nunca é demais lembrar que montamos o time do HEXA só com jogador 0800, apenas arcando com os salários. Adriano, PET, Maldonado, Deivid, Álvaro, todos vieram de graça para a Gávea. Só vamos nos reforçar assim esse ano, ou pagando muito pouco, como foi o caso do Correa.


Por isso o Zico já descartou, entre outros, o Diego Cavaliere. Contudo, ao mesmo tempo em que o Galinho descarta reforços de impacto, ele afirma em entrevista ao Lance que a base do Flamengo está desfacelada, entregue a empresários, e que não é possível aproveitar nenhum muleque da gávea no time titular.


O nome do atacante Diogo, ex-portuguesa, cairia como uma luva no time. Estamos com um bom meio campo, com volantes como Willians, Maldonado e Correa, e meias como PET e Renato Abreu, e bons reservas como Toró, Romulo, Michel e esse Marquinhos. Nossa zaga também esta no nível dos demais times do brasileirão.


Agora, convenhamos, Val Baiano e Leandro Amaral é um bom ataque reserva, deixando Paulo Sério e Vinicius Pacheco como terceira opção. Precisamos de um ataque titular urgentemente, e eu temo que o Zico esteja errando em sacrificar 2010 em nome do futuro, pegando todo o dinheiro e investindo no CT. Se o Marcos Braz conseguiu montar um time apenas com criatividade, sem grana, o galinho também é capaz de armar uma equipe que belisque uma vaga na liberta de 2011.


12 pontos, rumo aos 46!

Saudações Rubro-Negras

terça-feira, 13 de julho de 2010

De tudo um pouco


Fidalgos amigos, depois de algum tempo ausente retorno para fazer um panorama geral.  Temos a Copa e o final da Copa, o Bruno 174, O futuro da seleção, renovação e novo técnico e, por fim, e pra mim o mais importante, o retorno do brasileirão e do Cartola F.C.  Como diria o amigo do Bruno, o Bola, Paulista ou sei lá o quê, vamos por partes.
Como vocês devem ter percebido, não sou muito de Copa do Mundo. No máximo fiz uns comentários acerca de textos de meus animais de estimação Josué e Jamaica. Que eu me lembre, dei pitaco em uma discussão sobre a Argentina e depois meti o bedelho quando o assunto foi a tecnologia nos gramados, nada mais. Refletindo sobre isso, já que antes eu lembro que gostava mais da Copa, cheguei a algumas conclusões. A primeira, e mais óbvia, é que o barato da Copa era ir pra rua zoar e ver os jogos com a multidão, coisa que nesse momento não posso fazer em razão de meus filhos pequenos. Mas até aí tudo bem, isso passa e curtir os bacuris compensa. O problema mesmo, mais grave, é a imensa falta de carisma dessa seleção.
É impressionante a constatação do fato de que eu não me identifico em nada com esta seleção que foi ser vuvuzelada na África. Não tem um sujeito que seja digno de minha torcida, seja pra se dar bem ou mal, tanto faz. Isso é o mais perigoso: nenhum deles foi digno de minha atenção, nem fedem nem cheiram. Vejam bem, isso em nada tem a ver com torcer contra, pera lá. O que tento deixar claro é que nossos selecionados não emocionam, não carregam o carisma e o drama necessários para que o futebol se concretize em sua plenitude. Não temos um Ronaldo obeso, um Ronaldinho bêbado, um Romário debochado ou mesmo um Edmundo babando entre os caninos depois de atropelar meia dúzia. Ou seja, não temos ninguém que desperte no torcedor o amor ou o ódio, sentimentos cruciais da identificação das arquibancadas com o time. Não temos sequer um ídolo capaz de aglutinar alguns devaneios comuns. Até mesmo o Robinho, que já despertou em nós o mesmo que o Neymar e o Ganso despertam hoje, já não foi mais o mesmo, uma vez que nossa marca principal, a individualidade e o improviso, foram suplantadas em nome da mediocridade coletiva.
E como não podia deixar de ser, na hora em que precisamos de uma liderança, após o empate da Holanda, ela não existia em campo, muito menos fora dele onde quem deveria mostrar o equilíbrio estava esmurrando o banco de reservas. Não tem jeito: o cão é reflexo do dono. O Felipe Melo e seu destempero, a falta de equilíbrio emocional diante da adversidade, todos estes aspectos foram emanados do Dunga. Imaginem se depois do gol da Holanda, o Romário corre no fundo das redes, pega a bola e, no caminho para o círculo central, vai falando com cada um: "se fuder, seus filhos da puta, levanta essa porra de cabeça, cuzão do caralho, vamo virar essa merda agora! Coloca lá na frente que eu resolvo, essa porra é Brasil, peixe!" Garanto que teríamos, no mínimo, vida mais longa, com mais dignidade. Mas não. A bola na rede não despertou a ira de ninguém, não se olhavam, não procuravam uma referência, ela não existia e, todos de cabeça baixa, pensando no pior, só aguardaram a sua chegada.
Por fim, conto uma história surpreendente que aconteceu comigo no domingo, que reflete perfeitamente a urgência das mudanças que devemos ter na seleção. Estou saindo do Shopping Iguatemi, tranqüilo e calmo, e quando me aproximo da porta, entram duas crianças pequenas completamente enlouquecidas e alucinadas. A primeira loja na direita é a da Adidas e é pra lá que elas se encaminham. Correndo, elas se jogam na frente da vitrine, apontam para a camisa da seleção e começam a gritar entorpecidas: “cooooooooooooompra mãeeeeeeeeeeee, por favor, por favor, por favor, compra esta, compra, eu quero muuuuito, compra, eu queeeeeeeeeeeeeero.
Ah, só um detalhe: era a camisa da seleção... da Alemanha. Ou nos renovamos ou, em pouco tempo, nossas novas gerações estarão torcendo para aqueles que fazem o que deveríamos fazer: aliar juventude, jogo bonito e carisma. Desse jeito, o resultado aparece mesmo na derrota.
Bem, acho que meu panorama ficou meio grande. Na próxima postagem falo sobre o que faltou: técnico da seleção, Bruno 174, brasileirão e Cartola.
Saudações tricolores!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Valeu a Pena!



O pessoal tem memória curta mesmo... To vendo todo mundo reclamar da final de ontem, e esquecendo que em 2006 o jogo foi muito pior... O mesmo vale para a copa em si. Os jogos emocionantes foram muitos, classificações dramáticas, eliminações impensadas, e tudo isso recheado com uma renovação da grande maioria dos times que há muito tempo não se via, o que gerou bons jogos, algumas goleadas surpreendentes, times com um ímpeto ofensivo que parecia condenado ao passado.


A final fugiu um pouco disso, evidente. A Holanda se comportou do mesmo modo como no jogo contra o Brasil, recuada, esperando os contra-ataques. Mas quem estava do outro lado era a Espanha, um time que exige jogar futebol o tempo todo, ainda que muitas vezes o faça sem objetividade.


Agora, mesmo quando fica com a bola sem finalizar, tocando incansavelmente, a Fúria procura o gol, joga para frente, nunca é uma posse de bola cujo objetivo é apenas fazer o tempo passar.


Ao fim ao cabo, o jogo ontem também foi emocionante, com pelo menos 3 gols perdidos para cada lado. E ao contrário dos comentaristas oficiais, eu sempre acho que a violência no jogo é um tempero a mais, significa uma expectativa extra acerta de uma porrada, ou de expulsões, etc.


Achei muito bom também o Forlan ter sido eleito o melhor jogador da Copa. Realmente nenhum time dependeu tanto de um jogador, e nesse sentido, nenhum jogador foi tão brilhante como ele. Acho ainda que o gol dele na disputa do terceiro lugar foi o mais bonito da Copa. E no fim do jogo, o que ocorreu com o Uruguai nesta ultima peleja foi o mesmo que na eliminação para a Holanda. A Celeste joga bem grande parte do jogo, é inclusive superior por bastante tempo, mas é incapaz de sustentar esse padrão até o fim da partida, e acaba perdendo. Também concordo com o premio para o alemão Muller como revelação da Copa.


Para finalizar o balanço, a seleção da Copa. Odeio admitir, mas concordo integralmente com a seleção que a ESPN fez. Agente gosta de criticar a imprensa em geral no Brasil e a esportiva em particular, mas os caras acertaram na mosca. Reproduzo abaixo:


Goleiro: Casillas. O goleirão da Espanha bateu o seu rival holandês, que também fez uma bela copa, ao não ser vazado na final!


Laterais: Lahm pela direita e Coentrão pela esquerda. O alemão foi incontestável, impressionante o domínio da posição que ele tem. Já o luso ganha mais pela revelação, pois esta foi uma copa carente de bons laterais pela esquerda.


Zaga: Piquet e Juan. Puyol e Lucio perdem para os seus companheiros de zaga justamente pelo estilo: ao invés dos gestos espalhafatosos, a elegância dos zagueiros clássicos, que parecem não suar em campo. A copa do Juan foi absurda, como já havia sido em 2006. Agora é esperar que o galinho repatrie nosso monstro.


Meio: Schweinsteiger, Iniesta, Thomas Müller, Sneijder. Acho que é isso né? O Messi fracassou. Entre Ozil ou Muller, ficamos com aquele que fez mais gols e mais assistências entre os dois. O mesmo vale para o Xavi e o Iniesta.


Ataque: Forlan e Villa, os dois artilheiros da copa. Incontestável também.


Técnico: Oscar Tabárez. Realizou uma façanha ao levar o Uruguai a semi-final, e isso só ocorreu porque ele recuou o Forlan para armar o jogo já na segunda partida.


Para não dizer que não falei de flores, os especialistas elegeram o Sneijder o melhor da copa, mesmo com a péssima atuação na final. Eu fico com o dez uruguaio mesmo.


É isso bravos leitores deste blog. Outra só daqui a quatro anos! E que venha o Brasileirão, quero meu mengão rumo aos 45 pontos definidores do nosso ano que vem... Porque esse ano acho que já era.


Saudações Rubro-Negras

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Bruno


Bruno poderia entrar num ônibus e dizer: " Desculpe incomodar o silêncio da sua viagem mas, eu poderia estar jogando futebol no clube mais popular do país, ser ídolo, ganhar milhões por ano, ter perspectiva de seleção brasileira e de jogar na Europa mas estou aqui, humildemente, matando gente."

Sempre me impressiona quando alguém joga pela janela todas as coisas, materiais e imateriais que Bruno conquistou.


Acho equivocado esse perfil que a imprensa quer dar ao caso, dando a entender que a culpa de tudo são as origens do jogador e os milhões que ele já ganhou. No meu entender, Bruno faria o que fez se fosse goleiro do Flamengo, dentista, ajudante de pedreiro, qualquer coisa. A prova disto é que, existe uma esmagadora maioria de jogadores que vieram da mesma pobreza, ganham mais que o Bruno e, nem por isso, estão por aí cometendo delitos. Muito menos, matando.


Sempre que vejo alguma notícia do caso na televisão, lembro de uma entrevista dele dizendo que estava torcendo pra menina aparecer, que se comoveu com o pai dela falando na tv e que tudo seria esclarecido. Bruno mostrou, nesta entrevista, a frieza de um psicopata.

O delegado relatou um momento em que alguém diz que isso vai trazer problemas pra ele. E Bruno responde: " Estou preparado".

Olhando a expressão do jogador andando de camburão, algemado, de um lado pro outro, me dá a impressão que ele realmente se preparou. Está consciente que a carreira acabou, que será condenado, passará anos na cadeia e será apontado na rua pro resto da vida. Bruno mostra a resignação de um culpado. Em nenhum momento mostrou a indignação, o desespero dos inocentes.


O Flamengo precisa agir rápido, fazer uma contratação de impacto, trazer de volta o foco pra dentro de campo. Um ataque com Diego Maurício e Paulo Sérgio, a contratação de Val Baiano não condizem com um time que possui o status de atual campeão brasileiro.

Ronaldinho Gaúcho? Pra quê? Pra jogar ou pra chegar bêbado nos treinos como fazia no Milan? Se em Milão ele organizava quatro pagodes por semana na sua casa, imaginem o dentuço ao alcance da Lapa?


Sei o que o compromisso já tinha sido marcado antes do Galinho acertar sua volta à Gávea. Mas não gostei de, no meio de toda essa confusão, ver o responsável pelo nosso futebol, longe do trabalho, na Disneylândia.

Pé frio???????


Seria eu o Mick Jagger deste blog? Afinal, queria uma final Uruguai e Alemanha, e estes times vão fazer o jogo de sábado... Isso sem falar na Argentina...

Bom, eu acho que não... Desde o inicio apostei que Holanda e Espanha fariam uma boa copa. Achava que os laranjas cairiram diante do Brasil, mas sempre coloquei a Fúria na semi-final. Minha aposta no uruguai também foi correta, e acho que das oitavas só errei mesmo a classificação de Gana. Já nas quartas meu rendimento caiu, então podemos concluir que eu também não sou o polvo vidente...

Sobre as semi-finais, gostei dos dois jogos. E acho que uruguaios e alemães tiveram seu destino selado na fase anterior, com a suspensão do Soares e do Muller. Não porque sejam jogadores excepcionais, mas simplesmente porque não tem substitutos no elenco. Assim, Forlan sozinho não conseguiu bater a Holanda, e o meio campo envolvente da Alemanha foi contido com mais facilidade pelos espanhóis.

Os Holandeses não fizeram boa partida, na verdade achei que o Uruguiai jogou muito bem, anulando o meio campo laranja na maior parte do jogo. Mas é isso, o time Holandes é superior, soube impor seu jogo, fazer o resultado.

Já a Espanha fez sua melhor partida na copa. Encontrou um time que não podia simplesmente se comportar como Portugal e Suiça, na retranca absoluta, ou seja, que a deixaria jogar. Ao mesmo tempo, era um time com qualidade para assustar os espanhóis caso atacasse, o que o Chile não conseguiu.

Mas para surpresa de todos a Alemanha se comportou de maneira lusitana (com trocadilho, por favor!). Apenas se defenderam, foram totalmente envolvidos, não houve sequer uma jogada de velocidade que marcou os jogos anteriores dessa seleção.

Assim sendo, na final cravo a Espanha. Merece mais, o toque de bola constante, a busca pelo ataque, ainda que sem objetividade de vem em quando, são mais a cara do bom futebol do que o pragmatismo holandes.

Vamos aguardar o desfecho da copa, e se preparar para o reeinicio do brasileirão... Não vai ser fácil para os rubro-negros ver o time jogar sem ataque , então vamos curtir estas duas partidas restantes ao máximo!

Saudações Rubro-Negras!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Zico seria o Cara, hein?


A final dos meus sonhos de menino vai ter que esperar, pelo menos, mais 4 anos. Fazer o quê?


Acho que todo mundo já disse tudo o que é possível dizer sobre a eliminação do time brasileiro. Nada mais a declarar.


Sobre a eliminação dos Hermanos, tem duas coisas que eu até agora não entendi. Por quê o Maradona não convocou Zannetti e Cambiasso que, juntos, fizeram boa temporada na Inter de Milão? A presença dos dois certamente daria respeito, dignidade e confiança ao sistema defensivo argentino.

Por quê quando a Alemanha fez o segundo gol, Maradona não colocou o Milito, que tem muito mais movimentação que o Higuain e não colocou o Véron que faria a bola chegar com mais facilidade aos atacantes? Sabe nada esse Maradona, hein?

Se coloquem no lugar do Milito? Deve ser duro fazer uma temporada espetacular, muitos gols, vários deles decisivos, ganhar tudo o que seu clube disputou e ficar na reserva numa copa do mundo, sem ser, de fato, uma opção para o treinador.


Timinho mequetrefe esse da Espanha, hein? Um monte de craque que fica tocando bolinha até dar sono nos defensores e eles se aproveitarem disso. Só há uma chance de a Espanha ganhar o Mundial: Se o Davi Villa continuar iluminado. Xavi e Iniesta, na minha opinião, são duas das decepções desta Copa. Será que vou queimar minha língua amanhã?


Nenhum time merece mais ser o campeão do que a Alemanha. Um time que em 5 jogos ganha 3 fazendo 4 gols sendo que, duas dessas goleadas foram em cima de Inglaterra e Argentina, está acima de qualquer suspeita.


Meu técnico preferido pra 2014? Zico! Tem experiência na função, é ídolo nacional, respeitado pelos maiores craques do passado e do presente, no Brasil e no mundo, e sabe muito bem o que é a tão falada Tradição do futebol brasileiro.

Seu nome sequer é cogitado porque ele já declarou em outrora que, enquanto Ricardo Teixeira for o presidente, ele quer distância da CBF.

Quem você prefere?




Vou torcer para os Bávaros contra a Fúria. Os espanhóis estão com um pragmatismo irritante, mesmo mantendo a posse de bola no ataque e buscando praticar um bom futebol o tempo todo. Mas de fato os magros 1 a 0 que a Espanha vem arrancando são decepcionantes, e quase não foram suficientes contra os paraguaios, que jogaram sem covardia e só não levaram a vaga porque entre os seus 4 atacantes não tem um que chegue aos pés do Cabañas.
Na outra chave minha torcida é mais óbvia. Acho que o Uruguai tem tudo para derrotar o Brasil europeu. Seu time marca como nenhum outro da copa, acho difícil o Robben se fazer contra a Celeste como fez contra o Brasil. A carga dramática da classificação contra a Gana enche nossos vizinhos de moral. É preciso destacar que a classificação foi merecida, o Uruguai jogou bem, dominou parte do jogo, foi dominado em outra, e a decisão nos pênaltis foi justa.
Acho que Alemanha e Uruguai podem fazer uma final à altura da desejada pelo meu camarada Jamaica. Os europeu cumprindo o papel que cabia à Argentina, do futebol ofensivo, da juventude, do talento. O Uruguai assumindo o personagem brasileiro, time de marcação forte, com um contra ataque mortal e eficiente, balizado em um trio ofensivo mais eficiente do que talentoso. E confesso que se esta partida ocorrer existem grandes chances de desdizer tudo o que venho defendendo desde antes da copa, a assumir plenamente minha passionalidade pela ressurreição definitiva do futebol uruguaio... Mesmo que isso faça mal para o futebol em geral!

Saudações Rubro-Negras!

O que você prefere?










Eu sou daqueles que pensa que treinador é importante, mas que os professores são super valorizados atualmente. Claro que eu fiquei empolgado com a possibilidade de ver o Felipão treinando o Mengão, mas pagar 700 mil no cara era mesmo demais... Mas tá ai o FlorminenC para provar que pagar uma fortuna por um bom treinador de vez em quando vale a pena...

Todas estas elucrubações não valem nada quando o assunto é seleção. Neste caso, o distribuidor de coletes é tudo. Diferente dos clubes, quando o prancheteiro precisa trabalhar com a contingência, necessita se adaptar ao plantel que tem em mãos, o felizardo que assume a responsabilidade de dirigir os boleiros de seu país tem a sua disposição simplesmente todos os peladeiros nacionais. Se escolher mal, a culpa é toda a sua.

Ambos os times perderam graças a gols totalmente fortuitos. Mas estes gols não foram tão acidentais assim. O Brasil perdeu o jogo por causa do Felipe Melo. O botinudo fez um gol contra e foi merecidamente expulso após uma agressão contra o coleguinha holandês. Já a Argentina perdeu por causa do Otamende. O hermano levou um baile do Muller, fez a falta do primeiro gol e falhou na marcação na cobrança da infração, deu um carrinho imbecil na jogada do segundo gol alemão. Os dois gols seguintes ocorreram após a substituição do perna de pau platino, mas ambos foram do seu lado, aproveitando o estrago que o lateral portenho tinha causado.

O Brasil fez um bom primeiro tempo, anotou seu gol em um primoroso lançamento do “craque” Felipe Melo, seguiu dominando o meio campo. Mesmo assim os problemas já se apresentavam: Michel Bastos sofria nas mãos do Robben, já tinha tomado amarelo, e o camisa 11 laranja só não aprontava mais porque encarava o monstro Juan pela frente.

Veio o segundo tempo, e o gol de empate abalou o time brasileiro. A virada era questão de tempo. A reação podia ter vindo, mas o destempero do Felipe Melo e ausência de suplentes com capacidade de mudar o jogo selaram nosso destino.

Eu li e reli muitos comentaristas atentando para o desequilíbrio emocional dos canarinho, mas pouca gente falou que o segundo tempo provou a fragilidade das apostas de Dunga: nosso treinador apostou tudo no trio Kaká-Robinho-Luis Fabiano. A ponto de não levar no banco ninguém a altura dos titulares, mesmo se tratando da seleção brasileira, ou seja, o cara podia ter escolhido os melhores. A segunda aposta que falhou foi a do Felipe Melo. Dunga apostou nesse cabeça de bagre de raiz, um cara que além de ruim se orgulha de sê-lo. Os rubro-negros conhecem bem a figura.

E é no campo das apostas que eu marco a diferença entre o nosso anão e o anão argentino. Podemos até dizer que as apostas do Maradona falharam. Mas El Pibe apostou em Messi, Tevez, Higuain, Milito, Aguero... Ele levou os melhores, o único jogador fora de série que fico de fora, o Riquelme, havia declarado sua indisposição em defender seu país novamente. Quanto ao protagonista do desastre, Otamende, temos que reconhecer o Maradona não tinha muito para onde correr. Pelos meus parcos conhecimentos do futebol argentino, a safra defensiva dos nossos vizinhos não é muito favorável. Quem começou a copa como titular da ala direita foi o Gutierrez, que também não jogou nada. Podemos até questionar o Maradona sobre as opções que ele tinha, como por exemplo, improvisar o Maxi Rodrigues na posição. Mas todos sabemos que o maior jogador da história do futebol argentino está longe de ser um bom treinador.

Durante o jogo, a Argentina se comportou muito bem após o gol alemão. Não se desesperou como fizera a Inglaterra, não se expôs excessivamente, tanto que até os 30 do segundo tempo o placar podia ser revertido. Tanto que a fireza das estasticas da partida indicam uma maior posse de bola da seleção sul-americana, com maior indice de chutes a gol e passes certos, e menor de passes errados.

Maradona corrigiu o problema no lado direito mudando a posição do Di Maria, e este acabou sendo o jogador mais efetivo do time argentino. E esse foi o grande problema dos nossos maiores rivais: em um jogo contra a Alemanha em que você tem jogadores como Messi e Tevez em campo, e Veron e Milito no banco, o seu melhor jogador não pode ser o Di Maria, por melhor que este meio campista possa ser.

No fim, como previsto aqui neste blog, o ataque germânico deitou e rolou contra a defesa sul-americana. E como disse o Jamaica, faz todo sentido torcer para uma Alemanha que joga como se fosse uma seleção sul-americana. Sem dúvida uma vitória desse time renovado e ofensivo da Alemanha fará bem ao futebol mundial.

Passamos a Copa toda debatendo como preferimos ganhar um torneio desse porte. Se jogando um futebol ofensivo, que privilegie o ataque, com todos os talentos nacionais em campo, ou se o que importa mesmo é ganhar, é preciso que uma seleção tenha eficiência e seja vitoriosa, mesmo que para isso alguns foras-de-série fiquem de fora.

Após a dupla eliminação dos protagonistas da nossa peleja particular, inverto a pergunta a todos os leitores deste blog: O que você prefere? Perder tentando praticar o melhor futebol do mundo, ou perder porque jogou de forma mediocre? A minha resposta todo mundo já sabe!

Saudações Rubro-Negras!