sexta-feira, 30 de abril de 2010

Faltam 90 minutos...



Grande resultado do Mengão na quarta-feira! Ganhar o primeiro jogo é sempre bom, sem tomar gol então melhor ainda! Se fizermos um gol em São Paulo, os caras vão ter que fazer três. Não é uma tarefa fácil diante de um time com o elenco do Flamengo, ainda mais agora que o Rogério parece ter reconstruído o ferrolho que nos caracterizou em 2007 e na reta final do campeonato brasileiro do ano passado.

Foi épico, com a chuva e a expulsão contribuindo muito para aumentar a carga dramática da partida. Mas em minha opinião o clima de tensão que cercou a partida teve mais relação com a necessidade que o Flamengo tinha de recuperar-se como time esse ano. E essa recuperação tinha três dimensões:

1 – Precisávamos recuperar nossa defesa. A saída do Airton desarticulou nosso sistema defensivo, peça fundamental do nosso HEXA. Após a derrota por 3 a 0 diante do Avaí, marco da nossa arrancada rumo ao título, foram 11 gols em 17 partidas, e somente contra o Vitória voltamos a levar 3 gols. Esse ano, levamos 9 gols em seis jogos na liberta, a pior defesa entre os classificados. Ressuscitar o Rômulo foi o grande acerto do Rogério. Vale lembrar que o Airton já era o substituto do Rômulo, pois cumpriu esse mesmo papel de falso terceiro zagueiro em 2009 que ele cumpriu em 2007. Portanto, nada melhor que escalar o original! A prova da confusão do Andrade em montar o time esse ano está no fato de nunca ter testado esse muleque.

2 – Precisávamos recuperar o espírito que do time que arrancou para o Hexa. Diferente do que disse nosso anfitrião sobre a necessidade do Flu superar o “time de guerreiros” do ano passado, o mais querido precisava justamente reencarnar o time que venceu os jogos decisivos, o que fez com que derrotas para o Barueri ou Avaí não pesassem tanto na luta pelo caneco. Traduzindo: beleza, perdemos para os times chilenos horríveis, agora é hora de detonar o Corinthians.

3 – Precisávamos recuperar o Adriano. É uma situação muito difícil essa nossa com nosso Imperador. O cara joga muito. Em sua plena forma física e mental joga em qualquer time do mundo. Mas ele é maluco. Simples assim. Bipolar, depressiva, sei lá qual é o termo técnico. Ano passado, com alegria de jogar, nos levou ao Hexa, retomou sua vaga na seleção. Esse ano, triste, abatido, engordou, fracassou no Estadual, nos deixou na mão na liberta. Bom, pelo menos até essa quarta.

Acredito que fomos bem sucedidos nesses três pontos. Rômulo botou ordem na nossa cozinha. O Timão só teve duas chances reais de gol, uma o Bruno salvou, na outra dois maloqueiros se atrapalharam. A expulsão do Michel fez com que o time apresentasse aquele espírito de decisão que a torcida esperava contra o Caracas e contra a cachorrada na final da taça rio. E o Adriano voltou a correr, a participar do jogo, a dar demonstrações de que ainda merece a coroa.

Faltam ainda 90 minutos para consolidarmos essa tripla recuperação. O clima está muito favorável. O Rogério de hoje tem tudo para ser o Andrade de ontem. O Adriano da liberta pode ser mais uma vez o Impera do Brasileirão. Rômulo e Airton são duas faces da mesma moeda. E o FLAMENGO vai ser o mesmo de sempre, o maioral, o predador supremo, aquele que desperta o amor dos seus seguidores e a inveja dos perdedores.

Saudações Rubro-Negras!

Fredependente


Fidalgos tricolores, a verdade é uma só: precisamos de um milagre no Olímpico. É claro que não é impossível, mas sem o Fred a missão perde seu principal soldado. Aliás, muito estranho esta epidemia de apendicite que assola nosso ataque. Não precisa ser muito esperto pra imaginar que deve ser fruto de alguma falha no trabalho de preparação dos jogadores ou, pior, o resultado normal do esforço acima dos limites suportáveis do atleta. De certa forma fui ludibriado porque cheguei no maraca pra ver o Fred e acabei tendo que assistir o André Lima, enquanto todo mundo na arquibancada falava que nosso artilheiro não ia jogar porque teve uma caganeira rsrsrs

E não é que o André Lima fez um gol? Pois é, mais nada. Sumiu o jogo todo e se deixou envolver pela marcação gremista na maioria dos lances, se escondendo ao invés de se apresentar. Errou tudo que tentou e, quando chegava perto do goleiro era pra fazer falta. Já nosso menino Silva mostrou mais do mesmo: fominha e ineficiente na conclusão. Acho que podemos definí-lo, sem medo, como o Denílson tricolor: dribla, cisca, pedala, passa pelos zagueiros e, na hora de fazer o gol, é água. Com somente o goleiro na sua frente e de dentro da pequena área ele perdeu duas oportunidades que podeiam ter mudado a cara do jogo. Enfim, nosso ataque sem o Fred depende, além destes dois, do craque Adeílson. Fica difícil imaginar os gols contando apenas com estes jogadores.

Uma coisa que pra mim ficou evidente é que este time do Grêmio é diferente dos outros anos. Tão diferente que o Silas de Cristo, até a decisão do Gaúcho, era contestado por parte da torcida. É um time que deixa jogar, que leva gol direto, bem diferente daquelas defesas sólidas que sempre vimos e de um poste na área pra fazer os gols de cabeça. Basta lembrar que na semi-final contra o Avaí, o Grêmio ganhou a primeira de 3x1 e perdeu a segunda de 3x2, chegando então na final. Enfim, fazer gols lá acho possível, o problema são os que podemos levar.

E é a zaga que vai ser a dor de cabeça do rabujento. Por várias vezes o trio Borges-Jonas-Douglas deixou nosso defensores a ver navios. Estou quase indo pra Rio das Ostras falar com o Dalton pra voltar e formar nosso trio guerreiro do ano passado junto com Digão e Gum. Eu até entendo ele: perder a vaga pro Orc do Leandro Euzébio é muita humilhação...

Outra coisa me deixa estupefato: a diretoria precisa esperar o treinador pra saber quais são as carências do time??? Eles não assistem aos jogos? Precisamos urgente de um lateral esquerdo e de um meia armador que possa ajudar o Conca. Pensando além, um meia mais marcador porque Diguinho e Éverton não botam medo em ninguém. Apesar de terem boas atuações, nossa zaga está desprotegida. O ideal seria um Maldonado ou Willians da vida.

Como conseguir dinheiro? Mais uma barca zarpando das Laranjeiras: Thiaguinho, Equi, Adeílson e rescinde com o Júlio Cézar. Te garanto que aí, só com esss mocorongos, economizamos miseravelmente R$400 mil.

Agora é só rezar...


SALVE CARTOLA!!!


Amigos do Blog, começa hoje mais uma temporada do Cartola FC. Como todos sabem temos uma liga: Sala do Pano. Estão todos convidados para concorrer com meu time invencível, Macumbola FC. Aqueles que porventura eu não conheça e forem usar um nome de time que não possa ser reconhecido, me avisem por e-mail: rogercappelli@gmail.com. Aos que já estavam ano passado, continuam todos lá.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Historiadores, jornalistas e Neymar.

Eis um elemento comum aos que participam deste blog (http://www.meioazero.blogspot.com/) : somos todos historiadores, perebas, além de apaixonados por futebol.  Depois de ler a recente entrevista do Neymar no Estadão, tive uma espécie de click, que atordoa a minha cabeça nos últimos dois dias: o que, nós, historiadores temos em comum com os jogadores de futebol? Em geral, pouca coisa, eles não são apaixonados por futebol, e, evidentemente, em geral, se não craques, sabem jogar bola. De toda a sorte apenas um sentimento é capaz de nos unir: o ódio comum aos jornalistas. Os historiadores, é verdade, odeiam os jornalistas, muito mais por uma questão de disputa pelo monopólio do saber escolástico, do que propriamente por uma questão justa e correta. Os jogadores, porém, tem o dever e o direito de odíá-los. Inventam mentiras, contam fofocas, são invasivos, conduzem entrevistas. Existe apenas uma palavra para descrever a entrevista do jovem Neymar ao Estadão, neste domingo: covarde. É, acima de tudo, uma entrevista covarde, de um jornalista extremamente arrogante, ciente de seu prestígio e status, com certa inveja de não ter o dom do Neymar, que  massacra o jovem menino com perguntas mesquinhas, plenas do preconceito de classe média.

Neymar é retratado como um jovem politicamente alienado, sem educação, e crente em uma seita neopentecostal, coisas que, parecem, na entrevista, interdependentes. Perguntam a Neymar sobre carros importados, sobre mulheres, sobre políticos. Neymar responde o que 90 % dos meninos de 18 anos no Brasil, responderiam, ou seja, que gosta de carros caros e de mulheres bonitas, e que não se interessa por política. O problema, é claro, não é do Neymar, mas principalmente do Santos, clube em que o Neymar se encontra há alguns anos, desde os TREZE, pelo menos, que investiu ridiculamente em uma formação dentro de campo, ignorando a formação do cidadão Neymar. (não vale lembrar de Robinho que perguntou quem era Nílton Santos?) Thierry Henry tinha absoluta razão quando disse que os jogadores brasileiros eram bons porque não precisavam ir à escola. Complemento Henry: não vão à escola por que nem clubes nem governo estão interessados nisso. E, tomando isso como quadro, a entrevista do Neymar é um reflexo mais do que natural desta estrutura medíocre sobre a qual se assenta a formação de jogadores no futebol brasileiro.

Agora, qual a abordagem do jornalista? Neymar é um jovem alienado. E, bizarramente, há uma associação muito forçada entre a alienação política e a alienação religiosa. Uma simplificação quase forçada da tese marxiana presente nos Manuscritos: "A religião é o ópio do povo". Não acho forçoso pensar que tal entrevista tenha sido pensada a partir do caso do "abrigo" dos espíritas, quando Neymar (e outros) recusaram-se a entregar presentes a um orfanato ligado à religião espírita.

Essa entrevista, abre, na verdade, muito mais discussões para o que compreendemos sobre formação dos jogadores de futebol no Brasil do que especulações sobre a vida "mesquinha" do jovem craque santista. A entrevista é bastante conduzida e Neymar e, em retirada de um contexto de total relaxamento, o que pareceu ser a entrevista, soa de forma patética. Se percebermos isso nas entrelinhas, percebemos como há uma inocência muito maior do que ganância na frase: 'Quero uma Ferrari e um Porsche', como uma criança, dentro de uma loja de brinquedos, escolhe a Barbie, ao invés do Ken. O que fica, porém, como fim último, para o leitor apressado (90 % da população leitora dos jornais), é a manchete e o lead: "Neymar, estrela maior do Santos, é gastão. Mas dá 10% de tudo à igreja"


Absurdo. Alienação.

Bizarro que dentro da entrevista há todo um discurso-nativo extremamente elaborado do significado do dízimo que passa em absoluto despercebido pelo jornalista.

Deixarei de falar, leiam a entrevista:



Por Luiz Guilherme Burlamaqui, originalmente escrito para http://www.meioazero.blogspot.com/

Expectativa!


À multidão de leitores desse blog, peço desculpas. É difícil não ser repetitivo ao escrever sobre o Flamengo nesse momento. Mantenho a mesma expectativa que apresentei em textos anteriores (Enfim o ano começa e Depois da tempestade...): a partir de quarta o Mais Querido do Brasil embala!

Também peço desculpas por não conseguir abordar esse difícil momento da Mengão com o humor que nosso anfitrião comenta as desgraças que atingem as laranjeiras com a mesma freqüência que visitam a Gávea. Isso ocorre não apenas porque o Cappelli é mais espirituoso, mas também porque eu estou com muita raiva.

Acredito que não seja apenas eu. Mas enfim, ver o FLA perdendo pra si mesmo dessa maneira logo após sair de uma fila de 17 anos para reconquistar a hegemonia do futebol brasileiro é assaz revoltante. Nós torcedores analisamos esse momento buscando um culpado, um bode expiatório, ou, para dar um ar cientifico, a variável independente, aquele fator que não importa o que aconteça, está presente e determina o resultado final.

Alguns culpam a postura do Adriano. Outros a panela liderada pelo Bruno. Temos aqueles que cornetaram o Tromba, passivo demais. Isso para não falar dos estruturalistas, que atribuem tudo o que ocorre à longínqua década de 1990, quando o Flamengo perdeu o bonde da modernização e profissionalização do futebol.

Eu sou mais rasteiro, boto toda a culpa no Marcos Braz, assim como eu fazia antes com o Kleber Leite. Sinceramente, o papo da estrutura é balela. O Atlético Mineiro e o Internacional tem muito mais estrutura que Flamengo e Vasco, que ganharam dois brasileiros cada nos últimos 20 anos, e também que o Botafogo. Como está claro no post anterior ao meu, nem tudo é dinheiro no futebol.

Quanto ao comportamento dos jogadores, é até piada exigir algo a mais deles, quando o imbecil do Marcos Braz vem a público justificar os privilégios de uns, ao mesmo tempo em que esbraveja contra outros, como foi o caso do PET. Faltou comando ao FLA esse ano, como já faltou ano passado. Mas a motivação dos jogadores fez a diferença. Quanto ao Andrade, ele realmente se perdeu esse ano, entrou na onda de condenar o gringo, não encontrou o substituo pro Airton. Mas colocar a culpa nele é literalmente condenar o mais fraco nessa história toda.

Bom, se eu culpo o Marcos Braz por tudo, agora que ele saiu estou feliz, vai dar tudo certo, correto? Bom, essa é a minha expectativa, ingênua é verdade. Claro que há uma herança maldita a ser desfeita, assim como o Marcos Braz recebeu do Kleber Leite. Passa pela reformulação radical do futebol do flamengo, passando tanto pela estrutura quanto pelo comando, chegando até ao elenco. Muita gente boa tem que sair, mesmo tendo prestados bons serviços com o manto rubro-negro. Bruno, Léo Moura, Juan, Adriano são incompatíveis com um clube sério. Todos eles têm algum crédito com a torcida, o que faz com que todos esperem que eles se emendem, aceitem se comportar de outra maneira. Essa é uma esperança mais ingênua do que minha expectativa.

Mas vamos falar de futebol. Gostei da efetivação do Rogério. Com a recusa do Joel, a solução caseira foi a melhor. E começa acertando e errando, na minha opinião. Acerta quando promove o Rômulo ao time, para jogar de terceiro zagueiro, com dois volantes à frente. Nosso grande problema é a zaga, os gols ridículos que tomamos contra o poderoso Caracas. Ele erra quando segue barrando o PET. O Michel até está mandando bem. Mas precisamos do gringo em campo.

Acredito que temos que jogar da mesma forma que a Inter de Milão contra o Barcelona, na semana passada. Vamos congestionar a nossa defesa e meio campo, e jogar no contra-ataque, explorando a velocidade do Vagner Love, do Léo Moura e do Juan, e apostando no faro de gol do Impera. Para essa estratégia dar certo, a precisão do passe do nosso ex-camisa 43 é fundamental. Eu sei que essa comparação pode soar estranha. Não temos Milito, Eto’o, Schineider. Mas do outro lado também não está o Barcelona.

O momento do Corinthians é melhor. Mas o time dele é lento. Ronaldo, Danilo, Roberto Carlos, Iarley, Moarcir, Tcheco são jogadores de pouca mobilidade, que tendem a ter dificuldade em jogar com pouco espaço. As exceções no Timão seriam o Dentinho, o Jorge Henrique no ataque, mas que precisam receber boas bolas, e os bons volantes Elias, Jucilei, Boquita. Mas esses também precisam se preocupar com nosso elenco.

A vitória é totalmente possível nesse jogo, e não pelo papo de que em clássico tudo é possível. Precisamos nos aproveitar da mística de ser Flamengo, de crescer nas adversidades, com o maracá lotado. E precisamos, principalmente, de um outro tipo de comportamento em campo, com muita raça, disciplina tática na marcação, não deixar o Corinthians, sair em velocidade no contra-ataque, essa arma que foi a única coisa que funcionou no nosso time em 2010.

Saudações Rubro-Negras

Uma pequena amostra de que dinheiro não é tudo no futebol

Para meu amigo Gondim, por zombar do grandioso clube das Midlands.



Domingo. Villa Park. Clássico da cidade de Birminghan, uma das maiores rivalidades do futebol inglês, Birmingham City contra Aston Villa. O enjoado time do Birminghan City, muito bem armado em sua defesa, com o goleiro Joe Hart fazendo uma temporada quase-impecável, e com o escocês Barry Ferguson dominando o meio campo. Foi assim que, liderado pelo manager Alex Mc Leish,  o modesto time da cidade conseguiu a honrosa  9a colocação, na frente de equipes muito melhores como o Fullham e o Blackburn, e vem complicando muito para os grandes, principalmente no Saint James Park. Não custa lembrar o empate com o United, ou mesmo com o Arsenal e a série invicta de 10 partidas, a maior da história do clube! Além disso a rival local parecia querer fazer de tudo para tirar do Villa os dois pontos preciosos, necessários e fundamentais, para que o o outro time da cidade ficasse fora da Uefa Champions League. Amarrava o jogo, Ferguson destacava-se no meio, Mc Fadden, veterano, se esforçava no ataque. Parecia que teríamos, mais uma vez, o resultado favorito de 10 entre 10 ingleses, o "goalest drawn" (o empate sem gols)

 Eis que, nos derradeiros minutos de jogo, um pênalti salvador: gol de Millner (PFA young star of the year). Aston Villa com 64 pontos, um à frente do City, empatado com o Spurs, na quarta colocação. Faltando duas rodadas o Aston Villa vai com tudo para a conquista da vaga.

O Aston Villa, clube de grande tradição, da belíssima região das Midlands, localizado na cidade de Birmingham, é uma pequena amostra de que dinheiro não é tudo no futebol. Ainda. O campeonato inglês, indiscutivelmente o mais rico do mundo, é , paradoxalmente, o campeonato mais mal organizado do mundo, em termos financeiros. De forma alguma há o que a FIFA vem recentemente chamando de "Fair Play Financeiro", ou seja, gestão sustentável dos clubes de futebol. O Aston Villa, repito, clube da belíssima região das Midlands, localizado na cidade de Birmignham, é uma pequena amostra de que dinheiro não é tudo no futebol.

Segundo dados do jornal, "The Guardian", o Aston Villa é o único clube em toda a Premier League que não deve dinheiro. Do Chelsea ao Porstmouth, todos os clubes (exceção, claro, do Villa) estão no vermelho. Todos estão quase-quebrados (a dívida do United beira o bilhão de libras, do Liverpool beira o meio bilhão e por aí vai).

 O leitor, então, poderia se perguntar se é possível um futebol sustentável e competitivo, sem as loucuras financeiras dos megalomaníacos de City, Chelsea e afins, e contra-argumentar que o time do Aston Villa é muito fraco, e de que para fazer futebol competitivo, muitas vezes, é preciso gastar "além da conta". Ora, em primeiro lugar, em defesa do futebol competitivo, o time do Wigan, do West Ham, do Porstmouth são muito mais fracos do que o do Villa, e isso é um fato, e todos estes clubes estão à beira da falência. Em contrapartida acabo de dizer que o Villa está um ponto à frente do Manchester City (viva!), clube que mais investiu em contratações na temporada passada, graças ao caminhão de dinheiro dos sheiks do Oriente Médio. Além disso, os (desgraçados) donos do City contrataram a peso de ouro o melhor jogador do Aston Villa na temporada passada, o volante Gareth Barry, que disse, ao deixar as Midlands, estar "desesperado para jogar futebol de nível internacional, principalmente, a Champions League". Apesar da perda do seu principal jogador, capitaneados pelo ótimo Brad Friedel, com jogadores notáveis de um quilate de um Ashley Young, ou Gabriel Aghbolahorn (tem que ir para Copa, falo logo!), o "mão de vaca" Villa sustenta-se na briga pela quarta colocação e faz campanha ligeiramente melhor do que o primo gastão, Manchester City. Há de destacar ainda qeu o Villa é um dos raros clubes da Premier League que tem uma política bastante interessante de privilegiar o torcedor, mantendo os preços relativamente baixo, para que todos tenha o "direito à torcida".

Semana que vem teremos um tira-teima. No City of Manchester, Villa e City irão se enfrentar. Os nortistas são, evidentemente, favoritos. A constelação do City conta com Tévez, Adebayor, Given, De Jong. O time de Midlands aposta suas fichas no conjunto e no excelente treinador Martin O'Neil. É o verdadeiro tira-teima entre o "bom, bonito e barato" ou o "gaste o quanto puder"...

Mesmo se o Villa perder, há de se louvar a sua excelente campanha, ficando, entre os seis melhores times da EPL.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Resultado da enquete

 Fidalgos amigos aqui do blog, nossa primeira enquete fez um sucesso arrebatador! Com mais votos do que o último paredão do Big Brother, chegamos aos seguintes resultados:

A dor no lombo do Adriano é : 

Culpa do rebolation na Chatuba: 1 voto
Desculpa pra fugir do dopping: 3 votos
Consequência de carregar o time nas costas: 1 voto
Assunto de foro privado: 3 votos 

Empate! Em breve nova pergunta.

Cucaiu, Copa do Brasil e Sumô



Fidalgos tricolores, creio que não existe dúvida sobre a ingratidão do Fluminense com o Cuca. Com apenas 5 derrotas em 46 jogos, foi pra degola sem dó nem pidedade. Dando entrevista sobre o acontecido, de forma serena e com aquela cara de bocó, disparou: "o estadual só serve pra derrubar técnico". De todos os times do Rio, ninguém se safou, até o bebeto se deu mal. Fica uma dica pra treinadores futuros: começar o ano no futebol carioca não é uma boa idéia, mesmo que você tenha sido campeão brasileiro no ano anterior ou tenha salvado de forma histórica seu time do rebaixamento. Ao Cuca, meu muito obrigado. Faço coro com a torcida que foi ver os 45 minutos de ontem. Você faz parte de nossa história e, com certeza, esta vai ser uma que contarei cheio de orgulho aos meus filhos e comentarei, daqui a 35 anos, gagá e banguela, com o Josué e com o Jamaica: "lembra daquela arrancada de 2009?" Nada é impossível...

E falando em Copa do Brasil, mais uma vez sofremos da síndrome do 1ºtempo. Dominamos, humilhamos e controlamos totalmente o jogo contra a Lusa, podendo ter feito até mais gols. Fred resolveu rápido a parada e marcou logo três, sem problemas, sendo o primeiro com um passe espetacular do goleiro-padeiro. Aí o que acontece? Bem, o mesmo que contra o Flamengo, quando ganhávamos de 3x1 e contra o Botafogo, quando ganhávamos, de virada, por 2x1. Em todos os casos, parece que trocaram o time no vestiário. Voltamos de forma sonolenta e irritante, jogando por terra nossa superioridade e vantagem. Contra a Portuguesa, ontem, acabei ficando nervoso à toa. O jogo ganho e o time levando gol, a ponto de me fazer temer o pior tendo em vista os resultados recentes nas mesmas circunstâncias. Ainda bem que este time português é horroroso.

Agora vamos encarar o Grêmio, o primeiro confronto de verdade na competição. Nosso único problelma é a ausência do transloucado Conca que, mesmo sabendo que não machuca ninguém com aqueles cambitos, cisma em dar bordoada no adversário, e o pior, com o jogo ganho e decidido. Vai entender a cabeça de um sujeito desse. Algo me diz que ele tem algum compromisso inadiável pra quinta que vem de noite, só pode ser. O Alan eu não considero baixa, mas um reforço. Já cansei de me irritar com ele embolando pelo meio com o Fred. Creio que só nos resta rezar por uma boa atuação do Wellington Silva, que ainda tá muito fominha, ou do André Lima, que é uma incógnita e parece estar acima do peso.
E por falar em acima do peso, que diria, hein: teremos o encontro das arrobas na Libertadores. Adriano e Ronaldo, cada um com mais de 100kg em campo!



Periga em uma dividida um segurar o calçao do outro e começar o sumô. Agora me diz: em que lugar do mundo eles poderiam jogar com 3 dígitos na balança? Deixar o Neymar e levar o Adriano não tem explicação. E mais: já viram a nova namorada dele? Se o Ronaldo ver vai gamar! Ê cara de traveco!


Sobre o Muricy, o rabugento, só comento depois de confirmado.

"Brilha com o sol da manhã, qual a luz de um refletor, salve o tricolor" !

domingo, 18 de abril de 2010

Depois da tempestade...



Vamos direto ao ponto: o Botafogo mereceu o título carioca de 2010, mesmo com esse time horrível que veste sua camisa nessa temporada. O jogo de hoje foi um verdadeiro paradoxo. O Flamengo dominou o jogo. Mas o jogo foi todo comandado pelo Botafogo. A proposta de jogo elaborada pelo Joel prevaleceu. Mesmo com mais posse de bola, nosso time esbarrou na marcação alvinegra, não trabalhamos uma bola pelo chão, toda vez que Michel ou Vinicius Pacheco acertavam o drible e chegavam à linha de fundo, levantavam a bola na área, facilitando a vida dos zagueiros botafoguenses, como queria Joel. Não por acaso, nosso gol saiu em uma bola alçada na área pelo nosso camisa 80.

Quando era o rubro-negro que se defendia, mais uma vez caia na armadilha natalina. Fizemos várias faltas desnecessárias perto da nossa área, facilitando o jogo aéreo pro Louco Abreu. E demos de presente duas penalidades máximas infantis, inadmissíveis em um elenco Campeão Brasileiro.

Sobre o Adriano e o pênalti, concordo com o Andrade, o Impera tem crédito. E mais, nessas quatro finais seguidas entre Flamengo e Botafogo, esse foi o primeiro ano que a cachorrada foi a campo com um goleiro de verdade. Isso também foi determinante.

O fato é que o Joel é um cara muito sinistro. Ele já disputou oito finais de estadual, e a única que perdeu foi aquela do nosso tri em 2001, com gol espírita do PET aos 43 minutos. Ou seja, ele não é um treinador invicto simplesmente porque o nosso gringo operou um milagre contra o vice da gama. Ele como sagaz que é, tem ciência de que com esse time, o botafogo corre sério risco de ser rebaixado no brasileirão. Detalhe: A estréia dos caras é contra o Santos...

Sobre a tempestade que vive o flamengo nesse inicio de temporada, não acredito que o bonança venha na quarta. Ganhar do Caracas e se classificar para as oitavas da liberta é obrigação. A situação só vai melhorar mesmo se passarmos pras quartas de final, e com boas atuações. O detalhe é que a desculpa dos jogadores para as eliminações precoces em anos passados não existe mais. Não vai ter mais maratona de jogos. Agora é só Libertadores da América.

Saudações Rubro-Negras!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

No treino do Barcelona

Estamos no início ano de 1982. Zico, Platini e Rummenigge são as estrelas-guias do futebol mundial. Todos, à exceção de Michel que estava em vias de se transferir para a Juventus, ainda atuavam em clubes nos seus respectivos países natais. Zico, no Flamengo, Rummenigge no Bayern de Munique e Platini, no Saint-Etienne. Quem era o melhor do mundo? Qual era a melhor seleção do mundo? Sabiam sobre Zico os ingleses do Liverpool, melhores da Europa, que no ano anterior haviam levado um 'sapeca-ia-iá' rubro-negro. Mas, no mundo que existe para além do saber dos especialistas, saberiam os alemães do Bayern, que não possuiam televisão a cabo, quem era Michel e, muito menos, quem era Zico? Era preciso esperar a Copa do Mundo para que os grandes se encontrassem.
Para o bem ou para o mal, sem dúvida, em 1982, é, provavelmente, a última Copa romântica. Foi, quase que certamente, a Copa em que as estrelas dos países, atuavam, propriamente, nos seus países. Logo na seqüência Rumenigge, Zico, e o próprio Platini, todos migraram para o El Dorado do final dos anos 1980, que foi o futebol italiano (hoje, em absoluta crise). Naqueles anos na terra da Bota, desfilaram Gullit, Maradona, Platini, Laudrup e tantos outros craques. O futebol italiano, e o mundo, já não sao mais os mesmos e hoje a terra prometida do futebol mundial parece ser uma Ilha a Oeste do Velho continente, com seu supersupercampeonato: a English Premier. Lá, Fabregas, Rooney, Robinho, Tevez, Ballack desfilam sua graça e talento dentro de campo (e na televisão) a cada final de semana. E a cada final de semana o mundo, via satélite, pode deliciar-se com Rooney, ou com Niño Torres, ou com o jogador favorito de cada um. Mas é na Europa Champions League que os "grandes se encontram". Os melhores e os maiores (não há dúvida disso) jogadores estão lá. E se encontram todo ano, em Chelsea X Inter, Barça X Man. Utd, Real Madrid X Bayern. Veja você que os cinco melhores jogadores do mundo (Kaká, Messi, Xavi, Iniesta e Cristiano Ronaldo) em atividade jogam entre si, por pelo menos, duas vezes por temporada. Ou diariamente, no treino do Barcelona...
Por outro lado, a Copa já não tem o glamour de outrora. É uma competição inchada. Quase o Campeonato Carioca. Veja você o Brasil jogará com Coréia do Norte; Itália com Eslováquia e Nova Zelândia; e por aí vai... Além do que, os jogadores principais chegam à Copa estourados, depois da fatigante temporada no futebol europeu, se não é, por exemplo, o caso de Zinedine Zidane em 2002, ou de Ronaldinho Gaúcho em 2006. O pouco tempo hábil de preparação para Copa acaba proporcionando isso. Antigamente, no ano de 1982, Zico precisava ir bem na Copa para provar seu valor. Assim também Rummenigge e Platini. E jogar bem não significa apenas vencer. É verdade que muitos grandes não ganharam uma Copa do Mundo, mas jogaram bem. Stoichkov, Cruyff, Lineker, Puskas, Gazza. Ganhar não é um elemento diacrítico de forma alguma. Era preciso jogar bem e ponto. A Copa era o momento raro no futebol mundial em que "os grandes se encontravam"; em que os melhores jogadores, em suas seleções, tinham a oportunidade de estar cara-a-cara. E eles tinham tempo para treinar. Treinavam muito. A Holanda, máquina de 1974, treinou quase que incessantemente para a Copa durante três meses. Hoje a Copa é uma competição inchada, espremida no calendário europeu. O parco tempo de preparação para Copa permite que as equipes desenvolvam um fraco entrosamento e tempo inábil de recuperaçao física de atletas lesionados. Então, será ainda verdadeira a máxima de que "Para ser uma lenda no futebol mundial, é preciso jogar bem uma Copa?" Amigos, lamento informar este aforisma atualmente está absolutamente demolido. Para jogar bem no futebol mundial e se tornar uma verdadeira lenda do futebol, é preciso jogar bem o treino do Barcelona. Reservas contra titulares.

Êêêêê Freguesia!!!!!!!!!!

Mais um Flamengo e Vasco decisivo. Mais uma vitória do Flamengo. Até 2004 (se não me falha a memória...), nossas vitórias contra o Vice da Gama se concentravam nas finais. Desde então, já foram 5 encontros nas semi-finais do Carioca, e em todas o Mais Querido Prevaleceu. Deve mesmo ser muito ruim torcer pro vasquinho...

Sou obrigado a me repetir na análise da peleja. Novamente deixamos o bacalhau com mais posse de bola porque o time deles é inofensivo. Ontem com o agravante de que o Felipe Coutinho não jogou nada. É verdade que o Flamengo não jogou bem, mas novamente nossos ataques foram mais perigosos. Basta ver que o Bruno não foi obrigado a fazer uma defesa sequer ao longo do jogo.

A volta do Maldonado trouxe nova segurança à nossa zaga. No mais, mantenho as criticas que tenho feito à forma como o time vem sendo escalado, especialmente com o PET no banco. E acho que o problema do nosso meio não é o Kleberson, mas sim o Toró. E o Álvaro tem que ser barrado. O Angelim está voltando a forma, é possível sim escalar um jovem ao seu lado, acredito que pela direita tenha que ser o David.

Dito isto, devo discordar do meu amigo Jamaica. Estamos pagando o preço pelos desmandos dos nossos dirigentes. A demora em renovar com Andrade e com o Angelim, a demora na reposição das peças, a briga desnecessária com o PET, os constantes cancelamentos de treinos ao longo da semana, todos esses fatores influenciam muito na queda de rendimento do time.

Por exemplo, podemos culpar o Andrade pela Saída do Zé Roberto e do Airton? Só para marcar a diferença, o Fluminense não só manteve todas as suas peças da campanha da reta final do Brasileiro, como ainda se reforçou com o Julio César, o Leandro Euzébio, o Everton. A saída do Maicon Bolt foi o grande erro dessa diretoria tricolor no inicio do ano, e pode ter custado a eliminação precoce do carioca.

Podemos e devemos cobrar do Andrade a reconstrução do time do Flamengo, de modo que voltemos a jogar como no final do ano passado, mas precisamos dar um tempo ao tromba. Como eu falei no ultimo texto e também nesse, mudanças no time se fazem necessárias, mas o Andrade tem crédito, ano passado fez o time jogar pra frente, em velocidade, com uma defesa sólida, um time compacto. Esse ano, já vimos sinais de melhoras na nossa defesa nesse jogo contra o Vasco, e a velocidade a agressividade dos nossos contra-ataques é um sinal que deve deixar todos animados.

Claro, que tudo isso só conta se ganharmos na quarta em Santiago. Do contrário, podemos afirmar que o ano acabou para nós, e podem anotar, o Flamengo vai desmontar o time e brigar contra o rebaixamento. Mas estou tranqüilo, sei que ganharemos dos católicos chilenos.

Por fim, sensacional a nova modalidade de chororo à bacalhau. Nesse sentido, palmas para o Flor, que perdeu com um erro de arbitragem no sábado em nem por isso ficou usando desculpa para sua vergonhosa eliminação. Claro que o Cuca adorou falar sobre isso na entrevista, mas de fato não houve um movimento do clube em direção ao choro sem fim, como foi o caso dos dirigentes vascaínos.

Nova era tricolor

Fidalgos tricolores, utilizarei este espaço hoje para fazer uma série de análises que julgo pertinentes para que possamos vislumbrar um novo caminho de conquistas.

E é justamente pelas conquistas que inicio. Creio que conquistamos, a partir da arrancada histórica do ano passado que nos livrou do rebaixamento, duas coisas fundamentais: uma comunhão nunca antes vista entre time e torcida e o resgate do orgulho de ser tricolor. Mas não devemos deixar de fazer ressalvas importantes. Passamos o ano todo fugindo do rebaixamento, não ganhamos nenhum turno do carioca e perdemos a sulamericana. Em resumo: ganhamos muito e não ganhamos nada.

Os antigos e apreciadores da essência do futebol, que gozam quando escutam a palavra "fair play", soprarão suas trombetas pra dizer que a esportividade fica acima da vitória, que o título é mera consequência e não o fim em si mesmo da prática esportiva. Pra quem torce pro América ou pro Bangu isto até pode valer, mas pra mim, que torço pelo Fluminense, um dos grandes deste país, não faz nenhum sentido. Quero título, quero taça, quero vitórias convincentes contra os rivais. Quero um time botando medo, obrigando o outro a entrar na retranca e se impondo como um rolo compressor. Quero que os milhões que a UNIMED investe todo ano sejam convertidos em estrelas na camisa.

Acho que nós, tricolores, deveríamos sepultar os guerreiros do ano passado, que apesar de vitórias e honras, terminaram a batalha sem nenhum território conquistado, sem nenhum troféu. Não que eu desconsidere seu empenho no campo de batalha e a entrega pela causa, nada disso. Não sou louco nem ingrato. Apenas acho que a batalha do ano passado foi para escapar da segundona, para evitar aposentar a espada e virar chacota na trincheira. Precisamos forjar a ferro e fogo novos combatentes que, principalmente, se julguem aptos a voltar pra casa de cabeça erguida, não por terem fugido da forca, mas por terem subjugado todos os seus adversários. Sinceramente, a alcunha de "Guerreios" não cola mais.

Neste campeonato carioca miserável, perdemos pra times ridículos como Botafogo e Vasco, que foram derrotados por Santa Cruz (4ªdivisão) e Americano, ambos em casa. Fomos atropelados pelo Flamengo, mesmo estando ganhando de 3x1, tomamos três do time dos Templários (que camisa é essa???) e, por fim, fomos eliminados pela tática inglesa do chuveirinho do Joel. Nossa única vitória foi contra este mesmo Botafogo e, mesmo assim, sem valer nada. É muito pouco para um time que almeja ter grandes pretensões no cenário nacional e internacional.

Nosso elenco, apesar de mantido do ano passado, tem sérias limitações. Na lateral esquerda, contratamos o Júlio César que arrebentou no ano passado pelo Goiás e que ainda não estreiou pelo Fluminense. O Cuca continua improvisando o Marquinho no lugar dele, igualzinho como fazia antes de sua chegada, ou seja, não mudou nada. E olha que jogamos com três zagueiros para que os alas tenham liberdade. Não temos um reserva que seja lateral de ofício. Da mesma maneira na direita. Não temos reserva pro Mariano. No meio, sem o Conca ficamos acéfalos. E, cá entre nós, não vem jogando nada já faz umas cinco partidas. Se eu fosse o Maradona, não convocaria também. O cara, pra não marcar ninguém, tem que ser craque, diferenciado. Não é o caso do hermano que, quando marcado em cima, desaparece do jogo.

Na frente, mais problemas. Alan se recusa a jogar pelas laterais e cisma em embolar pelo meio com o Fred que ao invés de ser servido, como era muito bem pelo Maicon, passou a ter que servir. Além do mais, o garoto não tem a tranquilidade do matador na frente do gol e quase sempre finaliza de forma precipitada ou sem capricho. Wellington Silva, apesar de diferenciado, ainda não aprendeu a soltar a bola e jogar coletivamente. Periga ser mais um na estatística dos que vão pra Europa e se estrepam. Lá, jogando desta forma individualista, rapidinho esquenta o banco. Se for verdade a chegada do Araújo, creio que vamos melhorar muito, pois lembro de sua velocidade e destreza nos tempos de Goiás, ocupando justamente o vácuo deixado pelo Maicon. Da mesma maneira com o Tinga que, também se vier, vai dar uma maior celeridade ao meio campo onde, justiça seja feita, Diguinho e Éverton vão muito bem.

Enfim, precisamos de reforços. Mais ainda, precisamos inaugurar uma nova era tricolor. Chega de quase, chega de honras ao mérito. É hora de título.

Se Cuida, tromba!

Nota: o texto foi enviado antes do jogo contra o Vasco. No entanto, Thomaz e Sophia só me permitiram o acesso a internet hoje. Mais uma coisa: A rede aqui está um lixo e não deu pra adicionar a imagem do Andrade. Acho que vocês podem imaginar...

Por André jamaica.

Ninguém pode dizer que leu um texto meu, neste blog, falando bem do Andrade como treinador. A verdade é que ele assumiu o time porque emocionou torcedores e imprensa com aquele choro sincero depois da vitória do Flamengo sobre o Santos na Vila Belmiro pelo Brasileirão do ano passado, dedicando a vitória ao amigo Zé Carlos, ex- goleiro e recém falecido.

Três fatores foram fundamentais para o Hexacampeonato: A chegada do Álvaro que, reorganizou a zaga depois da aposentadoria do Fábio Luciano; A chegada de Maldonado que organizou o combate no meio- campo e melhorou o passe na saída de bola e Pet que, numa agradável surpresa, jogou o fino na reta final do campeonato.

Falo essas coisas porque eu, junto com meus pares rubro- negros, já vaiamos e chamamos o Andrade de BURRO no Maracanã, quendo ele assumiu o Flamengo por 12 jogos depois da demissão de Celso Roth, em 2005.
Andrade era conhecido, entre os torcedores, como um técnico que escalava mal e substituia pior ainda.

Pois é, mediante a isto, alguém pode me explicar por quê diante da necessidade de vitória na competição mais importante do ano, jogando em casa, o Andrade escala um atacante?

Alguém pode me explicar por quê Andrade inscreveu apenas 3 atacantes para a Libertadores?

Alguém pode me explicar por quê o Andrade mantem o Kleberson como titular do time?

Alguém pode me explicar por quê o Andrade se aliou ao Marcos Bráz nesta tentativa de enterrar o Pet vivo?

Sinceramente? Acho que o Andrade tem pouquíssimo futuro como treinador longe da Gávea. Lá, ele está coberto pela sua belíssima história no clube, como excelente jogador e, parte da geração mais vencedora do Flamengo. Longe da Gávea, ele é mais um treinador e, na minha modesta opinião, bem fraquinho.

O Flamengo corre sério risco de promover um fiasco " daqueles" neste primeiro semestre. Ficar fora das finais do Estadual e ser eliminado na primeira fase da Libertadores seria de amargar.

sábado, 10 de abril de 2010

De volta para a escola!



É, deu uma complicada... Mas nada que assuste um rubro-negro vacinado. É verdade que o que aconteceu irrita muito, mas a nação segue confiante na classificação.

Sobre o jogo, é incrível como esse elenco não aprende a jogar libertadores. Bruno, Léo Moura, Juan, Angelin, Toró estavam em nossos fracassos nas oitavas de 2007 e 2008, todos titulares em mais esse vexame. Kleberson estava no time somente na derrota para o Cabanãs, mas desses citados, é o único com experiência de copa do mundo, de futebol europeu de ponta. Todos eles já deveriam saber como se joga uma partida de libertadores.

Os dois gols que tomamos foram ridículos. O primeiro, falha conjunta do Juan, do Álvaro e do bruno. Difícil escolher de quem ficar com mais raiva, do imbecil do Álvaro, que deixou a bola passa na frente Del, ou do nosso arqueiro, porque todo mundo sabe que bola na pequena área é do goleiro. Já o segundo foi o que me irritou mais. Tomamos um gol no ultimo minuto de um jogo que estávamos ganhando com o adversário, tecnicamente inferior, trabalhando a bola impunemente, até empatar o jogo. Nenhum jogador do Flamengo se impôs, chegou duro na bola. Depois do nosso gol, nenhum dos nossos craques soube cadenciar o jogo, cair o chão, essas coisas básicas que param o jogo até que ele finamente acabe.

Ainda há esperança. Com relação a tabela, todos pendurados no simulador do globo esporte. Hoje estaríamos classificados, ou seja, basta ganhar os dois jogos para garantir a vaga. Em relação ao time, estávamos sem Adriano; Vagner Love mostrou mais uma vez como é importante, participou dos dois gols em lances que muito jogador teria dado a bola como perdida; Michel foi uma surpresa; E ainda temos o Pet, que deu mais uma demonstração que não pode ser reserva desse time.

Mas a grande esperança é que esse time realmente aprenda a jogar a Liberta, do mesmo modo que aprendeu a jogar o Brasileiro de pontos corridos. Esse mesmo elenco que deu a arrancada tardia em 2007 e que amarelou em 2008 depois de passar dez rodadas na liderança compreendeu que para ganhar o Brasileiro de pontos corridos basta terminar a ultima rodada em primeiro lugar. É tranqüilo perder para Avaí e Barueri, desde que vença São Paulo, Palmeiras, Galo, concorrentes diretos ao título. Na Liberta, é preciso entrar com outro espírito, típico do Rondinele, que botou a cara no pé do Rivelino para evitar um gol do bigodudo em algum Fla-Flu memorável. Funcionou naquele jogo, e com esse espírito, ganhamos tudo.

Que o Andrade se encontre esse ano, saia da confusão em que se meteu com a barracão do Pet, e ensine para esses atuais jogadores do Flamengo o verdadeiro espírito de campeão do Mais Querido do Brasil.

Saudações Rubro-Negras

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Enfim, O Ano começa!


Saudações rubro-negras! Após grande ausência, motivada por problemas técnicos, férias e pela quantidade de jogos sem graça no nosso futebol, este colaborador voltou. Não que eu espere cantos vindo da arquibancada saudando minha volta, como ocorreu com um tal de Imperador, mas pelo menos que leiam meus textos!
Um panorama geral primeiro, e dois registros ao final.
O primeiro Hexacampeão heterossexual tem um começo de ano típico, conturbado como tudo no Flamengo. Fato é que a imprensa aumenta tudo que ocorre na Gávea e em suas imediações, que dadas as dimensões gigantescas do nosso clube, chegam até Chatuba, passando pela Rocinha antes. E o moralismo e reacionarismo da nossa mídia não se manifestam apenas em seus ataques contra o governo Lula, mas também nessa cruzada patética contra o mau comportamento dos craques. Sinceramente, não me importa o que Adriano, Vagner Love e Cia façam em suas horas de folga, se em campo estão fazendo aquilo que são pagos. Fomos campeões do Brasil após 17 anos, assim, com Adriano fazendo de um tudo em suas folgas. Eles não tem nenhuma obrigação de dar exemplo para ninguém, seja lá o que for dar exemplo, certamente isso não significa para mim o mesmo que para essa mídia conservadora que ataca nossos artilheiros.
Em campo, sigo confiante. A perda da Taça Guanabara já era esperada. Basta ver as imagens do carnaval, todo o nosso elenco se esbaldando na Marques de Sapucaí. Nosso time estava visivelmente fora de forma, algo que não pode mais ser alegado em abril. Por esse motivo também não me preocupo com a classificação na liberta, fizemos 6 pontos com esse time de ressaca, agora é garantir a vaga com o time em forma, mais entrosado.
Nosso ataque tá bombando, é impressionante como o Impera e o Love se completam em campo. A raça e a entrega do Vagner Love são a cara do Flamengo. É verdade que nossa zaga tá parecendo a do time de casados no final da pelada, mas acredito que a volta do Maldonado restitua o equilíbrio perdido após a saída dele e do Aírton. Leó Moura e Juan voltaram a jogar bem, especialmente o tremendo vacilão. Nosso problema mesmo é no meio campo. Urge a barracão do Toró. E uma chamada no Kleberson. O Cara tá garantido na Copa, e está tirando o pé, se poupando visivelmente. Mas periga perder o passaporte para África do Sul se continuar atuando mal assim.
O ultimo caso, o mais delicado, é o do Pet. Não tá jogando nada, é verdade. Mas quem se lembra da primeira passagem dele no Mengão pode confirmar que o gringo sempre demorava a entrar em forma. Agora com 37 anos não seria diferente. O fato é que tem que renovar com o marrento. Ou alguém confia em Vinicius Pacheco, Ramon ou Michel para os conduzir à libertadores?
Sobre nossos rivais: O Vasco caminha a passos largos para um novo rebaixamento no Brasileiro. A fórmula é simples e conhecida: aposta-se em um bando de veteranos fracassados, como Elder Granja, Fernando, Dodô; investe muito em jogadores que se destacaram em um brasileiro, mas que seguem sendo incógnitas, casos de Léo Gago e Marcio Careca; seu principal jogador, aquele que faz a diferença, é bichado, basta ver que o Carlos Alberto joga um jogo e fica fora de três, e por fim, joga toda a responsabilidade em um menino talentoso, mas que obviamente não vai segurar o rojão, além de já estar vendido.
O Botafogo, campeão da Taça Guanabara, eliminado pelo Santa Cruz. Retrato do mesmo botafogo dos últimos 4 anos, que chega nas finais do Estadual, e não faz nada em campeonatos mais expressivos. Tem tudo pra brigar contra o rebaixamento mais uma vez, a não ser por ter o Joel no banco. Eu admito: acho o Joel sinistro, e se tem alguém que pode fazer o Botafogo não ficar desesperado até o fim da temporada, é ele.
Já o Fluminense, que time estranho. Terminou o ano embalado, manteve o time, se reforçou muito bem! Mas não consegue engrenar, não passa confiança. Fred vive machucado, e a venda do velocista Bolt prejudicou muito o time. Se o Cuca for esperto, concentra tudo na Copa do Brasil. Além do Flu, tem o Santos e o Grêmio. O Resto é história.
Os registros: 1 – muito maneiro o FLA contratar o César Cielo. Essa é a nossa vocação, títulos em todas modalidades.
2 – Messi. Ontem, sensacional. Fez 4, a impressão é que poderia fazer 10. Em dois lances, driblou o time todo, quase entrou com bola e tudo. Dita o ritmo do jogo, desacelerou no segundo tempo, se poupando para o fim de semana em Madrid. Para qualquer um que não seja contaminado por nacionalismo tosco, vai ser difícil não torcer pela Argentina na Copa, assim como foi impossível não torcer pelo Zidane na final de 2006, mesmo sabendo que ele tinha eliminado o Brasil.