terça-feira, 27 de abril de 2010

Expectativa!


À multidão de leitores desse blog, peço desculpas. É difícil não ser repetitivo ao escrever sobre o Flamengo nesse momento. Mantenho a mesma expectativa que apresentei em textos anteriores (Enfim o ano começa e Depois da tempestade...): a partir de quarta o Mais Querido do Brasil embala!

Também peço desculpas por não conseguir abordar esse difícil momento da Mengão com o humor que nosso anfitrião comenta as desgraças que atingem as laranjeiras com a mesma freqüência que visitam a Gávea. Isso ocorre não apenas porque o Cappelli é mais espirituoso, mas também porque eu estou com muita raiva.

Acredito que não seja apenas eu. Mas enfim, ver o FLA perdendo pra si mesmo dessa maneira logo após sair de uma fila de 17 anos para reconquistar a hegemonia do futebol brasileiro é assaz revoltante. Nós torcedores analisamos esse momento buscando um culpado, um bode expiatório, ou, para dar um ar cientifico, a variável independente, aquele fator que não importa o que aconteça, está presente e determina o resultado final.

Alguns culpam a postura do Adriano. Outros a panela liderada pelo Bruno. Temos aqueles que cornetaram o Tromba, passivo demais. Isso para não falar dos estruturalistas, que atribuem tudo o que ocorre à longínqua década de 1990, quando o Flamengo perdeu o bonde da modernização e profissionalização do futebol.

Eu sou mais rasteiro, boto toda a culpa no Marcos Braz, assim como eu fazia antes com o Kleber Leite. Sinceramente, o papo da estrutura é balela. O Atlético Mineiro e o Internacional tem muito mais estrutura que Flamengo e Vasco, que ganharam dois brasileiros cada nos últimos 20 anos, e também que o Botafogo. Como está claro no post anterior ao meu, nem tudo é dinheiro no futebol.

Quanto ao comportamento dos jogadores, é até piada exigir algo a mais deles, quando o imbecil do Marcos Braz vem a público justificar os privilégios de uns, ao mesmo tempo em que esbraveja contra outros, como foi o caso do PET. Faltou comando ao FLA esse ano, como já faltou ano passado. Mas a motivação dos jogadores fez a diferença. Quanto ao Andrade, ele realmente se perdeu esse ano, entrou na onda de condenar o gringo, não encontrou o substituo pro Airton. Mas colocar a culpa nele é literalmente condenar o mais fraco nessa história toda.

Bom, se eu culpo o Marcos Braz por tudo, agora que ele saiu estou feliz, vai dar tudo certo, correto? Bom, essa é a minha expectativa, ingênua é verdade. Claro que há uma herança maldita a ser desfeita, assim como o Marcos Braz recebeu do Kleber Leite. Passa pela reformulação radical do futebol do flamengo, passando tanto pela estrutura quanto pelo comando, chegando até ao elenco. Muita gente boa tem que sair, mesmo tendo prestados bons serviços com o manto rubro-negro. Bruno, Léo Moura, Juan, Adriano são incompatíveis com um clube sério. Todos eles têm algum crédito com a torcida, o que faz com que todos esperem que eles se emendem, aceitem se comportar de outra maneira. Essa é uma esperança mais ingênua do que minha expectativa.

Mas vamos falar de futebol. Gostei da efetivação do Rogério. Com a recusa do Joel, a solução caseira foi a melhor. E começa acertando e errando, na minha opinião. Acerta quando promove o Rômulo ao time, para jogar de terceiro zagueiro, com dois volantes à frente. Nosso grande problema é a zaga, os gols ridículos que tomamos contra o poderoso Caracas. Ele erra quando segue barrando o PET. O Michel até está mandando bem. Mas precisamos do gringo em campo.

Acredito que temos que jogar da mesma forma que a Inter de Milão contra o Barcelona, na semana passada. Vamos congestionar a nossa defesa e meio campo, e jogar no contra-ataque, explorando a velocidade do Vagner Love, do Léo Moura e do Juan, e apostando no faro de gol do Impera. Para essa estratégia dar certo, a precisão do passe do nosso ex-camisa 43 é fundamental. Eu sei que essa comparação pode soar estranha. Não temos Milito, Eto’o, Schineider. Mas do outro lado também não está o Barcelona.

O momento do Corinthians é melhor. Mas o time dele é lento. Ronaldo, Danilo, Roberto Carlos, Iarley, Moarcir, Tcheco são jogadores de pouca mobilidade, que tendem a ter dificuldade em jogar com pouco espaço. As exceções no Timão seriam o Dentinho, o Jorge Henrique no ataque, mas que precisam receber boas bolas, e os bons volantes Elias, Jucilei, Boquita. Mas esses também precisam se preocupar com nosso elenco.

A vitória é totalmente possível nesse jogo, e não pelo papo de que em clássico tudo é possível. Precisamos nos aproveitar da mística de ser Flamengo, de crescer nas adversidades, com o maracá lotado. E precisamos, principalmente, de um outro tipo de comportamento em campo, com muita raça, disciplina tática na marcação, não deixar o Corinthians, sair em velocidade no contra-ataque, essa arma que foi a única coisa que funcionou no nosso time em 2010.

Saudações Rubro-Negras

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