Uma análise passional do esporte bretão. Não entendeu o nome do Blog? Clica nesse endereço: http://saladopano.blogspot.com/2009/01/enfim-o-ano-vai-comear.html
Tabela do Brasileiro
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Ataque de nervos (enquanto o Imperador não chega...)
Quem assistiu ao jogo do Mengão contra o Fortaleza sabe do que estou falando. Aliás, quem assistiu aos jogos do Flamengo durante o ano sabe que a incompetência do ataque rubro-negro é impressionante.
O Flamengo passou o jogo inteiro no campo do Fortaleza. Apesar do 0x0, não jogou mal: Juan deu opção na esquerda durante os 90 minutos, Erick Flores se movimentou, Welinton jogou com personalidade, Kleberson esteve correto, Emerson mais uma vez deu provas de que é um bom segundo atacante, que corre e abre espaços. Só que, mais uma vez, padecemos de absoluta incapacidade de colocar a bola pra dentro.
Cuca lançou Obina de início, depois do "anjo negro" (sic) amargar vários jogos sem nem esquentar o banquinho. E Obina entrou em campo cheio de vontade - de provar que não estava barrado por implicância do técnico. Hoje ele fez de tudo: matou bola no queixo, arriscou chute quase do meio do campo - carimbando um marcador que estava 4 passos a sua frente, perdeu gol na pequena área. Saiu de campo vaiado, para a entrada do vice-artilheiro do Cariocão 2009 e artilheiro do Brasileiro 2007 Josiel.
Até hoje me pergunto como Josiel conseguiu ser artilheiro do Brasileiro. Tudo bem que vários "bondes" já realizaram a mesma proeza: Dimba, Souza... a lista é enorme. Mas Josiel se supera. Sua falta de intimidade com a pelota me faz questionar como ele conseguiu chegar aos 30 anos de idade exercendo a profissão de jogador de futebol. Seu peito é um paredão: a bola que ali bate, volta com força igual ou maior. suas pernas servem pra tudo, menos pra dominar a redonda com um mínimo de qualidade.
Acho que todos os rubro-negros vivem hoje o mesmo dilema que eu: Josiel ou Obina? O escalado da vez sempre nos dá saudade do que está esquentando o banco. O melhor dos dois é sempre o que não está jogando. E ainda continuo com a impressão que mandamos embora o único centroavante contratado no ano passado que, mesmo sem ser grandes coisas, ao menos foi apresentado à bola de futebol. Estou falando de Vandinho, que teve poucas oportunidades e que anda marcando uns golzinhos no Sport.
Esta realidade torna mais que urgente a apresentação de Adriano. Sem um atacante decente, vai ficar difícil disputar o Brasileiro. E mesmo com a cara cheia de cachaça, vivendo na noite e aparecendo com uma mulher diferente a cada dois dias, não tenho dúvidas que o Imperador "sobraria". É só convencer o Fabio Luciano a ficar mais 6 meses no elenco, pra dividir o quarto com o Adriano e impedí-lo de esconder a garrafa de uísque embaixo do travesseiro da concentração. Adriano é o matador que precisamos para disputarmos os próximos desafios. Sem contar que será bem interessante ver os 3 centroavantes brasileiros que disputaram a Copa de 2006 jogando o Brasileirão.
Em tempo: mesmo dependendo dos zagueiros, laterais e volantes pra marcar gols, continuo achando que o Flamengo será tricampeão no domingo. Não vou repetir a velha ladainha que o Flamengo se supera em finais: isso é do conhecimento de todos. O que reforça a minha crença é o mico que a cachorrada pagou no domingo passado. Se a torcida alvinegra era contada às centenas no primeiro jogo, no próximo provavelmente será encontrada aos punhados. Não dá pra ser feliz jogando num clube com uma torcida daquelas. E time sem torcida não merece ser campeão.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Torcida do Botafogo e Ronaldo Fenômeno
Ainda falta um jogo...
Empate aos 39 do segundo tempo,
Eu discordo disso tudo. Achei o resultado péssimo para o Flamengo. Quando fizemos o primeiro gol tivemos duas chances claras de matar o jogo e desperdiçamos. Os caras se recuperaram e viraram. Muitos vão dizer, “ah, o Botafogo também teve chance de matar o jogo quando tava
É verdade que o Botafogo jogou bem melhor nesse jogo do que na final da taça rio. Mas o Flamengo também. É verdade que nós empatamos depois que eles perderam seus dois melhores jogadores. Mas nós entramos com o nosso sistema defensivo escancarado, por causa do desfalque do Airton. Nosso lado direito foi uma avenida. Léo Moura mais uma vez não jogou nada, e eu venho alertando para esse fato desde que comecei a postar nesse blog. E o Cuca errou não escalar o Everton Silva desde o começo, visto que ele já tinha jogado na posição do Airton ao longo do campeonato.
Ofensivamente, mais uma vez não contamos com lado direito. Ibson e Zé Roberto, esse também denunciado constantemente por mim, não jogaram nada. Só atacamos com o Juan, Kleberson e Willians, esse o mais limitado, e como é de praxe no Flamengo, nosso salvador.
E mesmo que o Botafogo tenha jogado melhor do que na final, eu não acho que tenha sido melhor que o Flamengo no jogo. Continua sendo um time cauteloso ao extremo, que só joga no contra ataque, e que não tem nenhuma jogada trabalhada, é bola pro Maicossuel e ele que se vire. E o cara nem vai jogar o próximo jogo.
Para finalizar, duas coisas. NUNCA tinha visto no maracanã tamanho vexame em termos de torcida. A cachorrada não comparecer já no primeiro jogo foi patético demais.
A outra coisa é que vou defender o Juan. Na hora achei que ele viajou, o fato é que era para ser expulso. Mas o erro dele foi ter dado aquele esporro no camisa 10 do canil quando o lance tava parado, na frente de todo mundo. Não estou dizendo que esse esporro foi errado e deve ser feito escondido. Estou afirmando que esse tipo de esporro, e provocação, e intimidação faz parte do jogo, é legitimo desde que o futebol é futebol, ainda que não seja legal, permitido pelas regras. Ora, poderíamos entupir o blog de jogadores que tomaram uma chamada dessas de um zagueiro e cresceram no jogo, assim como a lista de amarelões é interminável também.
O Juan mandou bem, assim como o Willians já tinha feito no jogo passado. Se o cara amarelou ou não, ai cada um que faça sua analise.
Saudações Rubro-Negras
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Agora tá explicado...
Texto escrito por Caio Barbosa na coluna da justiça desportiva.
Conheça a incrível e triste história do primeiro jogo do Fluminense contra o Águia de Marabá
Amigo corneteiro,
Você conhecia o Águia de Marabá? Se conhecia, meus parabéns. Você é mais fanático por futebol do que eu. Mas imagino que a maioria das pessoas que leem esta coluna jamais haviam ouvido falar no time paraense. Só minha irmã e meus sobrinhos, que volta-e-meia encontro na arquibancada, pois moraram dois anos em Belém.Este tal Águia de Maraba por muito pouco não eliminou o Fluminense da Copa do Brasil. E quem viu os dois jogos imagina saber o porquê. Mas só imagina. Não fazem ideia de que o sofrimento lá e cá se deu graças a uma farra que ninguém nas Laranjeiras consegue impedir. Uma falta de comprometimento e profissionalismo total que por muito pouco não custou caro.
Na quarta-feira, no Maracanã, antes de o jogo começar, ouvi a história da boca de um diretor tricolor. Em seguida, fui checar com um benemérito da Boca Maldita e, depois, no fim do jogo, com um jogador, que confirmou a história a seguir:
No jogo de ida, caso o Fluminense vencesse por dois gols de diferença, eliminaria o jogo de volta. Era tudo o que os jogadores NÃO queriam. Por quê? Porque a comissão técnica havia programado uma intertemporada de duas semanas em Itu, interior paulista, o que significaria ficar longe da família e, principalmente, dos bagaços, ou seja, das noitadas. Então, os jogadores combinaram de ganhar só por 1 a 0 para não eliminar o jogo de volta e, consequentemente, sepultar a viagem para Itu.
O problema é que eles combinaram entre eles, mas esqueceram de avisar ao adversário, que meteu um gol no primeiro minuto, fez 2 a 0, e só não liquidou a fatura porque os jogadores começaram a querer aparecer, de olho numa transferência para um time de maior porte. Não fosse isso, muito provavelmente os tricolores teriam dado adeus ao sonho de conquistar o bi da Copa do Brasil e voltar à Libertadores.
Agora, eu pergunto: tem cabimento uma coisa dessas????quinta-feira, 23 de abril de 2009
O Método Maicon
Método 1: A imprevisibilidade
Método 2: Tática e Estratégia
Método 3: O Ratinho como isca
Fim do show. Esperamos que ele se apresente novamente em breve.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Só faltam dois...
Um texto ainda fresquinho, inspirado pela genialidade do nosso anfitrião na sua leitura cerebral. Poderíamos também enumerar várias possibilidades do que teria passado na cabeça do idiota do zagueiro do botafogo, mas eu vou resumir a uma só: “Esse jogo tá uma merda, vou ver se faço um gol pra dá uma animada. Na pior das hipóteses, garanto mais duas bilheterias e o salário não atrasa”.
Não quero dizer com isso que o Flamengo não mereceu ganhar. Tivemos amplo domínio do jogo, tanto no campo como na torcida, ainda que os botafoguenses, em menor número que os tricolores, tenham feito mais barulho. Assim como no Fla-Flu, não fomos efetivamente ameaçados, a bola na trave do camisa dez deles (não vou escrever o nome dele, é complicado, tem que fazer pesquisa e tudo) foi obra do acaso, a bola bateu nas costas do infalível Willians e sobrou pra ele, que não arrumou nada mais no jogo, anulado pelo nosso camisa 08.
O problema foi que também não ameaçamos o Botafogo como tínhamos ameaçado o time de terceira no domingo passado. Tivemos mais posse de bola, rondamos a área, mas finalizamos muito pouco, e quando finalizamos foi uma tragédia. Tudo bem que o Botafogo veio muito mais fechado do o Fluminense, a proposta de jogo do Nei Franco foi jogar pra empatar mesmo, e se perdesse nos pênaltis tranqüilo. Quem diz que o Botafogo jogou no contra-ataque não viu o jogo, em vários lances eles deram chutões para frente e abriram mão até de tocar a bola para passar o tempo.
Ibson, Juan e Kleberson não foram nem sombra dos jogadores que foram no Fla-Flu. Léo Moura e Zé Roberto foram lamentáveis, mas na opinião já tinha ido muito mal na semi-final. Nosso sistema defensivo funcionou muito bem mais uma vez. Emerson (o que passou em branco) continua agradando a torcida com sua intimidade com a bola, raça e movimentação. Mas ficou evidente que é segundo atacante, aquele que arma as jogadas pra um matador fixo na área. É incrível como o Flamengo continua a ser o único grande clube do Brasil que não joga com dois atacantes fixos.
Por tudo isso o gol contra foi um desfecho perfeito pra final da Taça Rio. Mais do que isso, o jogo de hoje foi o retrato do campeonato todo, sonolento, sem emoção, com um erro bisonho. De positivo, além da nossa vitória o fato de que dificilmente nossos jogadores repetirão partida tão ruim no próximo domingo. Além disso, invertemos a vantagem do Foguinho, estamos com muita moral, nossos clichês vão se confirmando. Deixaram o Flamengo chegar...
Saudações Rubro-Negras
sexta-feira, 17 de abril de 2009
O Descontrolado e a ilusão
Fidalgos tricolores, estamos encrencados e precisando de ajuda. A derrota para o internacionalmente conhecido e temido Águia de Marabá no dia de ontem foi o toque da trombeta do apocalipse. Temos bons jogadores? Claro. Quem não gostaria de ter Conca e Thiago Neves no seu meio-campo? Ou o Fred no ataque? Ou, ou...é...bem, aqui escrevendo acho que o problema fica claro. Este time que foi apontado pela crítica como o melhor em valores individuais não existe, foi inventado e, até agora, ainda não se apresentou a nós, torcedores, que caímos direitinho neste marketing que nos fez gastar dinheiro comprando o pay-per-view, jornais esportivos e etc. Os adversários ressaltam a "qualidade" de nossos jogadores apenas para valorizar suas vitórias. Leandro, Edcarlos, Mariano, Jaílton, Fabinho, Maurício, Wellington Monteiro, Leandro Bonfim...ONDE ESTÃO OS TÃO FALADOS VALORES INDIVIDUAIS??? Não podemos esquecer que o Conca foi barrado pelo Renè, com razão, e só voltou depois da chegada do Parreira, que sempre agrada os patrocinadores. TN já não joga bem faz muito tempo, nem me lembro a última vez em que saiu sujo da partida. E o Fred, bem, tá ilhado, essa é a verdade.
Muito prazer, FLAMENGO!
É impossível não encher esses blog de clichês do rubronegrismo militante, que se ouve não só no maraca, mas em qualquer roda de conversa que tenha pelo menos um flamenguista lúcido.
Primeiro, não deviam ter deixado agente chegar, porque o Flamengo, mesmo cambaleando ao longo do campeonato, quando chega a decisões se supera. Ou não foi um show de raça e superação contra as estrelas das laranjeiras? Ou nós não vimos o Kleberson, sempre cobrado pela torcida por sumir no jogo, ser mole de mais, dar carinho e entrar na dividida no mesmo nível do cangaceiro Angelim? Isso sem falar nos piques do nosso sheik Emerson, parecia que tava brigando por um copo de água nos desertos do oriente médio.
Segundo, a força da torcida. Vamos ser sinceros, a torcida está com toda a desconfiança do mundo com relação a esse elenco, protagonista de seguidos vexames históricos, o mais recente no sábado de carnaval. Não por acaso que a torcida do Mengão tem andado bem sem graça, com pouca energia e empolgação, sucumbindo a esse processo de argentinização que vem assolando nossos estádios. Pois bem, no domingo podemos ver o retorno da Magnética Energia da Nação Rubro Negra, tanto em presença, a nossa maioria foi incontestável, passando pela insistência, cantamos o jogo todo, com apoio incondicional (aquela seqüência de gritos “Fla – Men – Go” cantados por minutos e em velocidade crescente foi fantástica, e finalmente recuperando nossa tão valorizada criatividade com a lembrança ao parreira das suas andanças pela série C.
Terceiro NUNCA PROVOQUE O FLAMENGO. Horcades talvez tenha aprendido. Vitor Simões vai ter que aprender na marra, já que ele disse que o americano era mais dificil que o Flamengo, e foi eliminado pelo time de Campos...
Falando do jogo em si, foi a primeira grande apresentação do Mengão no ano. Fomos implacáveis na marcação do trio colorido, Fred não viu a cor da bola, Conca acho que nem entrou em campo, Tiago Neves foi patético, há muito tempo que não é nem sombra do jogador da campanha da libertadores, mas nesse clássico ele exagerou na arte de não jogar nada. Comparar os laterais é desnecessário, basta lembrar que enquanto o Juan foi quase um ponta esquerda e o Léo Moura um meia, Mariano e Leandro não são mais jogadores do Flu. Nosso ataque perdeu vários gols, é verdade, mas pelo menos criamos muitas chances, e eu prefiro encarar como uma economia pro jogo contra o Botafogo, que por sinal gastou toda a sua cota contra o bacalhau imundo.
Mas o que eu queria falar mesmo é do nosso meio campo. Não gostei muito da partida do Zé Roberto, ainda acho que ele está fora de forma, prefiro o Erick Flores. Mas isso não apaga as atuações de Ibson, que foi novamente o motor do nosso time, jogando na sua posição, como volante que toma a bola e sabe sair jogando e não como meia, que é quando ele sempre rende menos, e principalmente do Kleberson, dono da meia cancha, parecia um líbero, sempre na sobra, ganhando todas as bolas, distribuindo o jogo com talento e maestria.
Não sei se vamos ser campeões no domingo. Mas a venda de todos os ingressos em um dia e meio já confirma um dos clichês que falei. Que possamos sair repetindo também os outros dois quando acabar a final.
Saudações Rubro Negras!!
domingo, 12 de abril de 2009
Demos sorte
sábado, 11 de abril de 2009
Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Palavra mantida (apesar do vexame)
O primeiro alerta veio quando o jogo "ainda" estava 4x1, e um amigo me ligou: "você tá vendo o jogo da Argentina?" - perguntou. Cappelli foi o segundo, ao me encontrar no MSN. Na sequência, todas as 5 pessoas que leram minha homenagem ao Maradona resolveram me ligar ou escrever pra "elogiar meu brilhantismo e minha capacidade analítica" - só porque a Bolívia deu a maior surra de todos os tempos nos hermanos.
De fato, não precisei ver o jogo para saber que a seleção argentina não jogou lhufas. Um placar destes contra a "temível" Bolívia já diz tudo. E não existe altitude que explique a sova de 6x1, placar histórico e humilhante.
A verdade é que, apesar do vexame, mantenho tudo o que escrevi no texto anterior. Se a Argentina precisa com urgência de um goleiro (porque o Carrizo parece o Fernando Henrique do Fluminense), se o excelente Zanetti, aos 35 anos, já botava os bofes pra fora com 15 minutos de jogo e foi uma mina de ouro, e se a equipe ainda não tem padrão tático (o 3-4-3 do jogo com a Venezuela virou um 4-4-2 em La Paz, com Agüero dando lugar ao zagueiro Demichelis), é inegável que Maradona promove, com inteligência, a geração campeã mundial sub-20 e campeã olímpica - a melhor geração argentina em mais de 15 anos - preparando uma seleção de futuro, com 2 copas (talvez 3) pela frente. Messi, Di Maria, Higuain, Gago, Agüero, Garay e Zabaleta têm entre 20 e 22 anos; Heinze, Mascherano, Lucho Gonzalez e Tevez fazem parte da geração anterior, também campeã olímpica em 2004, e que tem hoje entre 24 e 27 anos. As perspectivas de futuro são excelentes.
Além disso, em 4 partidas, Maradona tem 3 vitórias; e mesmo que venha a dar errado como treinador, que seu time se mostre um bando e que seja vitimado por outras goleadas, sua passagem como técnico da equipe porteña é válida pelo que despertou de melhor nos fãs de futebol. Pelo carisma, pela idolatria da torcida, pelo respeito dos jogadores, pela capacidade insuperável de visitar o fundo do poço e retornar. Não pode existir um apaixonado por futebol que torça contra Maradona.
Esta identificação, a relação simbiótica com as arquibancadas lotadas, é privilégio de quem é ídolo, de quem despertou paixões enquanto desfilava talento nos gramados. Dunga nunca conseguirá esta relação, porque é como técnico uma reprodução do que foi como jogador e é como pessoa: medíocre, tacanho, ranzinza, desprovido de imaginação e criatividade, friamente "eficiente". Dunga faz exatamente o contrário de Maradona na seleção: guarda vaga cativa pra medíocres veteranos como Gilberto Silva, Luisão e Josué, insiste em não dar chance pra jovens talentos como Hernanes, Ramires, Nilmar, Keirrison. No duelo entre os dois, eu prefiro os altos e baixos da seleção de Maradona - capaz de protagonizar 2 goleadas na mesma semana,como predadora e como vítima - do que o time modorrento do Dunga, que até quando vence é incrivelmente chato.
De mais a mais, trantando-se ambos de invenções dos presidentes da AFA e da CBF, é notório que Julio Grondona gosta mais do futebol bem jogado do que Ricardo Teixeira. Afinal, nomeou Maradona (e não Simeone, o Dunga argentino), enquanto Ricardo Teixeira preferiu Dunga ao Zico...
quarta-feira, 1 de abril de 2009
ME ORGANIZANDO POSSO DESORGANIZAR!
Confesso que sempre achei seleção brasileira um assunto chato. Com o dunga então, nem se fala. Então vou me poupar de denunciar o “capitão do tetra” em sua tentativa de apequenar a amarelinha, e vou me aventurar no debate sobre as organizadas.
Em primeiro lugar, o silêncio. Eu, que não tenho TV a Cabo, só fiquei sabendo do ocorrido por esse blog. Pelo que eu sei a Sportv pincelou o assunto em uma de suas mesas redondas. O Globo, globo esporte, nada. Só no domingo o Renato Mauricio Prado mencionou o assunto em sua coluna. E mesmo assim bem rapidinho. Fiquei me perguntando: Será conspiração para não manchar nossa imagem na disputa pelas olimpíadas de 2016? Ou a violência ficou tão banal que nem é mais noticia?
Antes de analisar o problema, uma constatação que qualquer torcedor que freqüenta o maraca pode confirmar. A situação de briga de torcida melhorou muito nos últimos anos. As “otoridades” tomaram medidas básicas, como acompanhar as torcidas nos seus pontos de encontro, destacar policiais que torcem pelo mesmo time da torcida para evitar provocações, entre outras. A recente organização das filas para comprar ingressos, com os currais, também eliminou um foco de tensão permanente. Não é a toa que tem muito mais mulher e criança hoje em dia do que há dez anos.
Mesmo assim o problema persiste. Ganha novos contornos, as brigas acontecem cada vez mais distante dos estádios, mais ainda acontecem. Meu primeiro diagnóstico, além de óbvio, pode levar à paralisia, mas eu assumo o risco. O fato é que o nosso futebol está podre, e seria estranho se o mesmo não ocorresse com as torcidas organizadas.
Nossos clubes estão falidos, são administrados por uma camarilha que só pensa em enriquecer e se manter no poder. Sem verborragia revolucionária, basta cada um olhar sinceramente para o seu time do coração e confirmar isso. Não custa lembrar que são os dirigentes que financiam as torcidas, repassam ingressos, confeccionam bandeiras. Os lideres das torcidas tem livre acesso ao clube, jogadores e comissão técnica.
As soluções que o Martin apresenta são bem razoáveis. As soluções tipo controle total não são. Eu acredito que o caminho é bem parecido com as políticas mais progressistas no que tange a violência nas favelas e periferias. Trata-se de construir um processo democrático com os integrantes das torcidas e com qualquer cidadão que queira participar, trocar a repressão pelo comprometimento. As torcidas organizadas fazem parte do espetáculo, tem história, muitos torcedores simpatizam com elas, e eu ouso dizer que a maioria dos seus integrantes é de gente de bem, de jovens escolhem essa forma organizativa para gastar suas energias.
Acredito ser possível construirmos um processo de institucionalização dessas torcidas de forma oficial, porque de fato elas já fazem parte da estrutura do clube. Criar no maracanã um espaço para que as organizadas montem estandes. Tenho certeza que todos os turistas que vão lá conhecer “o maior do mundo” iam adorar ter esse contato com o que há de mais passional no nosso futebol. As torcidas podiam receber uma parte da renda dessas visitas, venderiam mais produtos, se financiariam sem precisar onerar as já combalidas finanças do clube. Em troca, seus membros seriam cadastrados, talvez até remunerados, para que pudessem ser responsabilizados pelos atos da torcida, como ocorre com qualquer agremiação de seres humanos.
Viagem? Pode ser. Mas já é uma idéia. Teriam dissidentes, que não aceitariam esse pacto? Claro, bandidos há em toda a atividade humana, mas é difícil imaginar massas de rubro-negros brigando com tricolores sem a força de atração da Raça ou da Young.
Saudações Rubro-Negras
PS: Sei que os tricolores não vão gostar de admitir, mas como joga bola o Guerrón. Infernizou o time do dunga. Pena que nasceu equatoriano, provavelmente não vai nem jogar a Copa do Mundo.