Uma análise passional do esporte bretão. Não entendeu o nome do Blog? Clica nesse endereço: http://saladopano.blogspot.com/2009/01/enfim-o-ano-vai-comear.html
Tabela do Brasileiro
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Chororô Tricolor!
Pois é, senhores, o Chororô agora veste grená. E vamos combinar? Sem motivo pra isso. Eu também acho que não houve falta no Muralha. Mas o que o Botinelli, o Luxemburgo, a maior torcida do Brasil tem a ver com isso? Não acredito que haja alguém com coragem pra dizer que existe complô pró- Flamengo. Complô a favor de um time que não teve um penalti sequer marcado a seu favor até agora? Vai chorar na cama, nos lençóis de seda e nos travesseiros de penas de ganso, típicos da aristocracia tricolor. Por quê, na favela, é churrasco na laje!!!
Ontem , mais uma vez, assisti a partida no Bar do meu amigo Binho. Estranhei ao chegar e ver uma enorme bandeira tricolor na entrada. Era de um funcionário da " firma" então melhor não contrariar. Mas eu e Binho articulamos um belo contra- ataque: Colocamos o Hino do Flamengo, apertamos o repeat e aumentamos o volume no máximo. Espantamos os alvinegros, já que os vascaínos estavam em casa vendo o Bacalhau tomar um côro do Inter. Os tricolores resistiram. Tiraram onda nas vezes em que o Flu marcou mas no final, pagaram suas contas com o rabo entre as pernas. E nem precisamos do Ronaldinho pra isso.
A cusparada do Rafael Moura é própria de um time que veste grená e se pinta com pó-de-arroz. Cuspir em alguém é muito coisa de Mariquinha. Sujeito-Homem dá uma porrada, um tiro, chama pra resolver lá fora, dá voadora nos peitos mas, cuspir e virar as costas? Dá próxima vez ele vai arranhar e puxar os cabelos.
Estamos na briga.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Obviedades
E Negueba e Diego Maurício vão se revezando no banco e nas lambanças fora de campo. Agora, foi Negueba quem foi preterido do banco de reservas porque cismou que é amigo do Ronaldinho. Anda com o craque pra cima e pra baixo na night pensando que tá podendo. O Gerson, na Rádio Globo, já cansou de avisar: Ronaldinho tá com a vida ganha, foi duas vezes o melhor do mundo e não precisa trabalhar por 74 encarnações. Já os " deslumbrados da Gávea" acumulam vários atrasos e indisciplinas. Não custa lembrar que o Dentuço, segundo dizem a s más línguas, acabou com o casamento do Alexander Pato, que mesmo casado, achou que podia acompanhar o R10 pelas baladas italianas. Já diz a sabedoria popular: Passarinho que anda com João de Barro vira servente de pedreiro...
terça-feira, 27 de setembro de 2011
O pote de ouro está logo ali
Está melhorando. O Vasco já conseguiu colocar dois pontos de distância em relação ao Corinthians, o segundo colocado. O clube carioca ainda não deu aquela arrancada espetacular rumo ao título. Na condição de líder, e precisando acumular gordura para poder queimar mais adiante, não conseguiu vencer o Atlético Goianiense, em São Januário, o estádio histórico. Isso me fez pensar que o time cruzmaltino não estava com postura de campeão. Mas, no domingo passado, conseguiu um resultado muito expressivo diante do Cruzeiro. O clube da colina venceu por 3 x 0, com Juninho ditando o ritmo no meio de campo e Diego Souza estraçalhando a partida, tendo sido o autor de todos os gols. O terceiro foi uma obra-prima digna de Pelé recebendo passe de Gérson (com o Juninho fazendo o papel desse último). Não preciso narrar o gol porque a televisão não para de mostrá-lo.
Na próxima quarta-feira, assistirei ao jogo do Brasil por um motivo básico: quero ver Diego Souza atuando como titular da equipe de Mano Menezes, o técnico fala bonito/ me engana que eu gosto. Somente uma marmelada grotesca fará com que ele não comece jogando. Dedé é titular certo. Só assim mesmo para eu ver, com algum entusiasmo, a seleção da CBF, sétima colocada no ranking da FIFA.
Resumindo a história. Diego Souza é o Edmundo de 2011. E o se o Vasco vencer o Corinthians no domingo, poderemos considerar iniciada a marcha triunfal rumo ao título. Todos os ingressos para a partida foram vendidos; os maloqueiros do Tietê já podem começar a tremer (porque o Vasco não é Fluminense para deixar torcida paulista invadir estádio carioca).
P.S. A que ponto chegou o Flamengo, hein? Comemorar vitória contra o lanterna do campeonato, como se fosse conquista de título, é o fim da linha.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Enfim, líder
Sinto falta da presença tricolor e flamenguista neste blog. Os pôneis malditos haviam emplacado uma sequência de quatro vitórias e acreditavam piamente na ideia de que completariam a quina diante do Bahia. Não contavam com a maldição do Vatapá, na terra da felicidade. Está certo que o Flu não ficou fora do páreo, depois de ter sido vilipendiado pelo desacreditado Souza. Mas foi uma lição de humildade para os emergentes. A tal sequência favorável de confrontos na tabela começou mal. Agora, com os dois pés fincados na realidade, o pó-de-arroz volta a se concentrar na luta pela vaga na Libertadores (torcendo para que a LDU não se classifique para o torneio).
A urubuzada completou nove jogos sem vitória. Luxa já começou a tentar desviar a atenção dos jornalistas. Vociferou contra a arbitragem, que não marca pênalti contra o Flamengo, e lembrou a ausência da diretoria, que fica quieta enquanto o time é prejudicado – como se isso explicasse o longo jejum de vitórias do clube. O importante é que Ronaldinho continua brilhando nos pagodes do Rio de Janeiro.
Enquanto o tricolor e os flamenguistas somem deste blog, o vascaíno é presença certa. Seu time finalmente alcançou a liderança, depois de um longo e tenebroso inverno no Brasileirão. O Vasco entrou em campo, contra o Grêmio, sem Juninho e Felipe, os maestros veteranos que sustentam a identidade do time e representam o elo com as glórias do passado. Mas Diego Souza brilhou de verdade (geralmente, ele joga bem em casa), Éder Luís voltou a fazer jogadas decisivas, Dedé passou o cadeado na defesa e a torcida lotou o estádio histórico. Assim, não tem como perder. O Vasco está realmente muito forte dentro de casa (os outros times cariocas não têm casa). Celso Roto, hoje técnico do Imortal (que virou zumbi depois da goleada), chorou lágrimas de sangue por ter abandonado o Gigante da Colina, na temporada passada. Não dou duas semanas para o Roto começar a ser chamado de “burro” pela torcida gremista, só para não perder a tradição.
Diego Souza revelou que o time fez um pacto para vencer o campeonato e honrar o técnico Ricardo Gomes, o Rinus Michels de São Januário. O Vasco venceu a Copa do Brasil, porém, se recusou a “brincar” no Brasileirão (para lembrar a célebre declaração do fanfarrão Renato Gaúcho, quando dirigia o time do Flu). Como é gostoso ouvir a imprensa paulista/ golpista e a Rede Globo (reduto-mor da Fla-Press) dizerem: “O Vasco é líder”. Anotem a profecia: em breve, o Vasco voltará a ser um time antipático para a grande imprensa brasileira.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Observações sobre as últimas rodadas do Brasilleirão (2)
Apesar de estar a um ponto do líder, o Vascão me preocupa. Primeiramente, perdeu Felipe, que vinha sendo o comandante da nau vascaína. Em seguida, assistiu ao adeus de Anderson “Baresi” Martins, na véspera do jogo contra o Flamengo – coincidentemente, o passe do zagueiro pertencia a Traffic, fundo de investimentos associado ao clube da Gávea (e rival das máfias italiana e chinesa e das milícias cariocas). No mesmo jogo, o time cruzmaltino perdeu Ricardo Gomes, o Rinus Michels da colina, que deixou o Engenhão na ambulância, sob o singelo coro de “Uh, vai morrer!”, entoado pela torcida mais civilizada do planeta.
Com as justíssimas convocações de Dedeckenbauer para a Seleção Brasileira, vez ou outra, o Vasco entra com a antiga zaga reserva em campo. Cristóvão Borges, assistente de Ricardo Gomes, ainda é uma incógnita, embora seja certo que o primeiro errou no jogo contra o Flamengo, além de não ter experiência como técnico de um grande time, de dimensão internacional – caso do Vasco, é claro (eu não poderia estar falando sobre o Botafogo ou o Fluminense...). Para liderar o melhor do Rio dentro de campo, temos Juninho, jogador também de renome extracontinental. O problema é que o Reizinho da Colina tem 36 anos e não aguenta mais jogar quarta e domingo – de vez em quando, precisa ser poupado. Aqui reside o xis da questão: sem Juninho e Felipe, o Vasco é um time qualquer.
As outras referências da equipe não estão rendendo como nos melhores tempos da Copa do Brasil. Éder Luís está se tornando - ou voltando a ser - um ciscador sem pontaria (ok, não é definitivo) e Diego Souza é imprevisível: num dia é o dono da bola e no outro é um trombador maluco. Tem sido mais o segundo tipo de jogador. O gol que perdeu contra o Figueirense, nos descontos, é coisa de quem não quer ser campeão ou, no mínimo, líder do campeonato.
Fico impressionado com a liderança de longa data do Corinthians, que vem capengando há várias rodadas (de vez em quando consegue uma vitória suada) e ninguém consegue tirá-lo do posto. Campeonato esquisito. O Vasco teve a grande chance de chegar à primeira colocação quando enfrentou o América (MG), mas levou uma inexplicável goleada do último colocado do torneio.
Resta para a torcida vascaína manter a paciência. O título da Copa do Brasil acabou com a seca de títulos, que durava oito anos. Se chegamos até aqui, a um ponto da liderança, não há motivo para acomodação. “Terra à vista”, já gritava o heroico português, séculos atrás.
Observações sobre as últimas rodadas do Brasilleirão (1)
Estive ausente por algumas semanas, tratando de uma lesão. Isso não se repetirá tão cedo, porque não sou chinelinho como o Fred. Aliás, na comemoração do seu gol (decorrente de uma de falta mal cobrada), o surfista cachaceiro correu mais do que correra durante todo o campeonato. Não deu outra: saiu de campo lesionado.
Mas vou parar de ironizar os pôneis malditos do tricolor, que resolveram sair do atoleiro, depois de serem considerados carta fora do baralho. Abelão, então, estava na bacia das almas, quase pedindo asilo financeiro no mundo árabe. Agora o clube das elites cariocas figura entre os classificados para a Libertadores, embora ainda não apareça no G-4, a verdadeira elite do campeonato, o grupo dos mais influentes do futebol brasileiro.
Durante o meu afastamento, o Botafogo, que vinha crescendo, também deu um salto produtivo. Chegou à rodada passada almejando a primeira colocação, mas, por um momento, recuperou a autoestima dos tempos do Cuca e tomou de cinco do Coritiba – o time que, no primeiro semestre, engatou a maior sequência de vitórias da história do futebol brasileiro, até descobrir que na primeira divisão, e fora do Estado do Paraná, o buraco é mais embaixo.
Apesar da goleada, o Botafogo é outro clube carioca que merece respeito. Afinal, está a três ponto do líder, com um jogo a menos (ainda que o rival dessa partida que ainda será realizada seja o Santos de Neymar, equipe que deixou de ser o saco de pancadas mais conceituado do Brasileirão).
E o Flamengo? Esse também merece consideração por sua comovente regularidade: no primeiro turno, nenhuma derrota; no segundo turno, nenhuma vitória. Nos bastidores, alguns jornalistas esportivos dão como certa a saída do empresário Wanderley Luxemburgo. O seu substituto seria Renato Gaúcho, o marido mais fiel da história do futebol brasileiro (Maristela que o diga).
Com a recuperação dos pôneis malditos do tricolor, a sua torcida se livra do fantasma da volta de Renato Gaúcho, o gênio enxadrista do rachão, e joga o problema para cima da Urubuzada. O melhor negócio para o pó-de-arroz foi a consolidação de Abel Braga - na minha opinião, um dos melhores treinadores brasileiros, bem à frente de um nome como Mano Menezes, o fala bonito/me engana que eu gosto.
Para encerrar essa conversa sobre os coadjuvantes do futebol carioca, limito-me a dizer que o Flamengo está fora da disputa do Brasileirão e deve se satisfazer com a vaga para a Copa Sul-Americana. Venceu o Santos quando esse era a maior draga do Brasileirão e achou que tinha superado o Barcelona, na final da Champions League. Tão ilusório quanto acreditar que Ronaldinho Gaúcho, que tornou a sumir, chegará à Copa do Mundo na ponta dos cascos.
Chega de ouro de tolo. Na próxima postagem falarei sobre o Vasco.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Surto heróico
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
10 x 10
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Faz Parrrrrte!
Já escrevi aqui que, no Brasileirão, se você não é o líder então não o perca de vista.
Então acho que a queda de rendimento, como dizia o filósofo Kléber Bambam : " Faz parrrrrte!"
Me dói dizer isso mas o homicida do Airton faz falta ao sistema defensivo, os zagueiros voltaram aos seus piores dias e Leonardo Moura, nosso desafogo há uns 5 anos, não está em boa fase. Thiago Neves oscila demais e o David... Bom, deixa pra lá...
Dói na alma toda vez que eu vejo o Borges, Do Santos, fazendo gol neste campeonato. Não é possível que o Flamengo naquela busca desesperada por um centroavante, não tenha visto que o Grêmio o estava dispensando de mão beijada. Mas, provavelmente, o Vandeco não o quis porque não ía levar nenhum na negociação...
Estou devendo a segunda parte das minhas memórias futebolísticas. Elas só serão postadas depois que o Dono do Blog postar dois textos num intervalo de duas semanas.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Time TRIpolar
Trem Bala Neurótico
A rodada foi boa para o Vasco. O Trem Bala da Colina passou novamente por cima do Avaí e mostrou que a sua fiel freguesia vai além do Palmeiras. O Botafogo, que estava na cola do Vasco, sentiu os desfalques de Loco Abreu e Elkson e perdeu para o Internacional. A cachorrada ficou para trás e nesse exato momento começa a comer poeira. O Fluminense venceu, mas isso não faz a menor diferença para o campeonato. Pensando melhor, foi até bom para o Vasco, que vai enfrentar o tricolor menos pilhado por uma vitória, para fugir da crise.
Quanto aos que estão na frente do Gigante da Colina, o Flamengo ruiu diante do poderoso Atlético Goianiense, com o pé-quente do Leandrinho (coadjuvante absoluto da NBA) no camarote, ao lado do Ronaldinho Gaúcho. As ausências do dentuço e do gênio do meio-campo Renato Abreu não justificam a goelada imposta por uma equipe cuja pretensão é não cair para a segunda divisão. Para piorar o quadro, o urubu caiu de quatro em casa.
O São Paulo, concorrente direto pelo título, empatou com a superpotência América-MG e agora tem o mesmo número de pontos do time cruzmaltino (embora na frente desse, em virtude dos insignificantes critérios de desempate). O único resultado desfavorável para o Vasco foi a vitória do Corinthians, num jogo em que os paulistas perdiam por 2 a 0 para o Atlético Mineiro – que, por sua vez, mostrou a autoestima típica dos times dirigidos pelo Cuca (“não vai dar...”).
Nesse momento, o Vasco está em quarto, a um ponto do segundo colocado e a quatro pontos do líder. O Gigante da Colina venceu sete das últimas nove partidas e vem de um título nacional (o da Copa do Brasil). O São Paulo está completamente irregular e só se encontra na terceira posição porque adquiriu uma boa gordura nas primeiras rodadas do campeonato (como um belo cavalo paraguaio, teve uma sequência impressionante de vitórias, até encontrar a realidade, que é dura). O Flamengo, antes de perder para o Atlético “Barcelona” Goianiense, já havia empatado com o Figueirense "Brazil Samba Football". Quanto ao líder Corinthians, que conquistou pouquíssimos pontos nos últimos jogos, não acredito em times que precisam de viradas heroicas para vencer adversários decadentes.
Como se diz no idioma babaca dos economistas (responsáveis por uma espécie de “esperanto de mercado”), o Vasco está num viés de alta, diferentemente dos seus claudicantes adversários pelo título. Já falei aqui que o desestabilizado Fluminense será o seu próximo adversário. Está muito claro que o time das elites cariocas rende muito mais quando Fred “Nights”, o rei da caipirinha, não joga. A torcida vascaína já começou a campanha “Joga, Fred!”. E ele vai jogar!
P. S. A FLA-PRESS está cada vez mais engraçada. Sumiram do site Globo Esporte.com as matérias sobre a derrota da urubuzada . É como se a partida não houvesse acontecido...
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
40 anos de futebol, Neguim! Parte I
Vou começar pela primeira Copa do Mundo da qual tenho recordação: A Copa de 78, na Argentina. Tinha 7 anos e lembro de muitas coisas. Do gramado sempre cheio de papel picado, do Brasil jogando de mangas compridas, da bomba de canhota do Dirceu, da numeração em ordem alfabética da seleção argentina ( Fillol, o goleiro, era o número 5 e Ardilles, volante, era o número 1), do matador argentino Mario Kempes, artilheiro daquela copa, se não me trai a memória. E da seleção holandesa. Me invejem, amantes do esporte bretão: Eu vi o Carrossel Holandês jogar!
Também em 78 vivi minha primeira grande emoção no futebol com o gol de Rondinelli na final do carioca, contra o Vasco. Me lembro dos meus irmãos ouvindo o jogo pela rádio Nacional, na voz de um narrador esportivo chamado Jose Carlos Araújo. E da explosão, no grito de gol, na alegria, nos abraços. Me jogaram pro alto ( ainda bem que lembraram de me pegar), me vestiram com a camisa do Mengão e me exibiram pelo bairro. Inesquecível! Era a primeira vez que sentia na alma a " alegria de ser rubro- negro."
80 foi o ano do primeiro brasileirão do Mengão! Emocionante! Gol do título nos minutos finais. Duelo entre as 2 melhores equipes do Brasil, Flamengo e Atlético Mineiro e, que serviriam de base para a inesquecível seleção de 82. Pela primeira vez o futebol me fez chorar.
Em 81, fiz minha estreia no Maracanã. Até hoje tenho na cabeça a emoção que senti quando vi crescer diante dos meus olhos, aquele gramado verdinho. Os repórteres, a torcida, tudo era mágico. Não custa lembrar que era um época de Maracanã para mais de 150.000 torcedores. Tempo em que Flamengo e Olaria, no Maraca, dava 50.000 pessoas mole, mole. Era um jogo de campeonato carioca, contra o Vasco. Rondinelli, Deus da Raça e Orlando Lelé, zagueiro vascaíno conhecido por ser a vítima preferencial do excelente ponta esquerda rubro- negro, Julio César Uri Gueller, foram expulsos no primeiro minuto de jogo. Flamengo venceu por 2 a 0, gols de Adílio e Júnior. Inesquecível!
Em 81 também foi o ano do Mengão campeão da Libertadores e lembro do meu irmão Neca, acendendo uma vela pra São Jorge na final contra o Cobreloa: " Vamos meu São Jorge! Sua cor é preta e vermelha! Eu sei que é!" Ele repetia. Eu achava graça naquilo. E, pelo sim, pelo não, repetia, em pensamento, suas palavras.
Na final do Mundial, no mesmo ano, caiu um dilúvio na Baixada. E casa de pobre, na Baixada, em dia de dilúvio, sem Noé pra dar carona na arca, não pode dar em outra coisa: Entrou água na minha casa. Pro quadro ficar completo, faltou energia. Meus irmãos passaram a noite levantando os móveis, vigiando a entrada de cobras na casa ( é verdade, senhores), pegando uma ou outra rã que surgisse ( pra fazer com farofa no dia seguinte. hum... delícia) quando a luz voltou, a televisão foi imediatamente ligada mas só conseguiu- se ver os minutos finais. O Mengão já vencia por 3 a 0. Aos 10 anos de idade eu já era campeão do Mundo. Desculpa aê!
82 foi um ano bem legal! Estava mais " maduro" para a Copa do Mundo e a vivi intensamente! Eu colecionava um álbum da copa dos Chicletes Ping Pong. Você comprava o álbum e as figurinhas vinham no chiclete. Era uma febre. Como não se tinha dinheiro pro chiclete nosso de todo dia, fazíamos uma blitz pelas portas dos botecos e padarias, olhando atentamente para o chão, em busca de figurinhas.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Leitão à pururuca
Palmeiras é time amigo e já quebrou o galho do Vasco várias vezes, como na histórica final da Copa Mercosul de 2000 e na decisão do Brasileiro de 1997. Antes do jogo de quarta passada, válido pela Copa Sul-Americana, a precária imprensa esportiva anunciava o duelo entre Juninho Pernambucano e Marcos Assunção, em São Januário. Piada absoluta. O reizinho da colina já foi até considerado por um físico inglês – pesquisador do futebol e acadêmico respeitado – como o maior batedor de faltas de todos os tempos. Não que eu acredite em cientista falando sobre futebol, mas essa é uma informação da qual vascaíno nenhum pode prescindir... Além de aterrorizar o simpático goleiro Marcos com suas cobranças de falta, Juninho fez o papel de maestro do time. No segundo tempo, quando Felipe entrou em campo, o brilho dos anos 1990 parecia estar de volta.
Com a dupla formando o meio-campo dos sonhos – e tendo em Felipe um jogador mais decisivo –, o Vasco marcou dois gols e selou a vitória sobre a porcada. O time vascaíno nem estava com muita vontade de ganhar. As arquibancadas do histórico estádio estavam vazias e o maior prêmio oferecido ao vencedor da Copa Sul-Americana é a vaga na Libertadores da América – que o Vasco já tem.
Nesse sentido, o gol de Diego Souza, que jogava muito mal, foi meio sem querer: ainda bem que gol de pescoço também vale... No fim, o caneludo do Élton, que vinha desfilando um repertório variadíssimo de finalizações equivocadas, deixou o dele e, de que quebra, ganhou de vez a vaga do Alecsandro. Mas nenhum dos dois me engana: num domingo desses, o seis pode recuperar a vaga perdida para o meia-dúzia.
Ontem, o porco foi mais uma vez assado e servido numa bandeja em São Januário, com maçã na boca e tudo. Dessa vez o jogo foi mais duro; estava claro que o campeonato era outro e que o jogo valia as primeiras posições do Brasileirão. O Palmeiras chegou a dar trabalho com o 22 do Kléber – que parece entrar trincado em todas as partidas – e com o “mago” Valdívia (que está precisando se reciclar com o Mister M ou com o Herculano Quintanilha). O time do Vasco até perdeu a cabeça em certos momentos, quando apelou para a violência.
Mas foi só Ricardo Gomes – o Rinus Michels da colina – colocar Leandro e Bernardo em campo no segundo tempo e a situação melhorou. Saíram, respectivamente, Juninho (já sem fôlego) e Éder Luiz (estranhamente inoperante). A equipe ganhou em movimentação e passou a prender mais a bola no ataque. O gol saiu de uma bela cobrança de falta de Bernardo, o reserva-artilheiro, que comemorou de forma maravilhosamente demagógica: socos no peito, gritos para a torcida, camisa esticada com as duas mãos etc. Esses eu conheço bem: costumam sair à primeira oferta feita por outro clube do Brasil.
No G-4 do Campeonato Brasileiro, o Vasco teria duas vagas para a Libertadores da América caso a competição nacional terminasse hoje. Praticamente garantido na próxima fase da Copa Sul-Americana, pode, por meio desse torneio xumbrega, garantir a sua terceira vaga para a competição de clubes mais valorizada das Américas. Por essa razão, os vascaínos estão dizendo por aí que não são mais torcedores e sim guardadores de carro – afinal, o Vasco está vendendo vagas...
P.S. No domingo, os jogadores do Vasco receberam o seus pais para um almoço de confraternização. Preciso dizer qual foi o prato?
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Quanto vale a sua seleção? Ou vc tem paixão pela seleção brasileira?
Aproveitando a deixa de mais uma vexame da seleção do Mando e do Ricardo Teixeira, finalmente apresento um texto que começou a ser formatado na Argentina, no meio da Copa América.
Nossa primeira peleja foi entre os donos da casa e os colombianos, no dia 06 de Julho. Sobre o que aconteceu nas quatro linhas, já escrevi. Mas quase nada falei sobre o que ocorreu fora do campo.
No primeiro texto não falei muito da cancha, que é como nossos hermanos chamam os Estádios. A cancha fica em Santa Fé, mais ou menos 5 horas de Buenos Aires. É um Estádio pequeno, para 37 mil pessoas.
Nós ficamos nas populares, que correspondem às nossas arquibancadas. Já de cara um contraste com a situação brasileira. As populares são todas de cimento. Nenhum lugar numerado. Nenhuma cadeira. E mesmo assim recebe jogos internacionais. Ou seja, porque nos dobramos à Fifa nessa babaquice de acabar com a nossa boa e velha bancada?? Esta pergunta tem relação com aquela que fiz no titulo, e daqui a pouco tentamos responde-las.
Bom, ainda do lado de fora nos deparamos com um fenômeno surpreendente. Trata-se das Hinchadas Unidas Argentinas. (HUA). Hinchas é como se chamam os torcedores em nosso país vizinho. No caso da HUA, temos um conjunto de torcedores argentinos que se juntaram com um duplo propósito. Ao que parece existe uma vinculação política com o casal Kirchner que é difícil de ser decifrada por qualquer um que não seja argentino, e por isso vou passar batido por ela.
O que nos importa aqui é a segunda dimensão. Os membros da HUA são, por obvio, hinchas de seus clubes. Mais do que isso. Eles são das hinchadas organizadas dos seus times. O que temos aqui, então, é que a galera do Boca e do River, do Independiente e do Racing, e de todos os outros times que são rivais e que brigam fisicamente no cotidiano se unificam para torcer por suas seleções.
Os caras tem um casaco azul e branco escrito Hinchadas Unidas Argentinas, com o escudo do clube do coração na frente. Eles colocam uma faixa gigante no estádio com o escudo de todos os clubes. Além disso, cada um pode estender faixas menores com o escudo do time que preferem.
Se não bastasse toda esta organização, temos ainda o lado passional. Os hinchas unidos cantam o jogo todo várias músicas de apoio a sua seleção. Músicas de todo o tipo, desde aquelas simples, que exigem a vitória e a raça, até cantos contra os ingleses por conta da questão das Malvinas, passando por canções que exaltam o Maradona contra o Pelé.
Em suma, a paixão dos nossos Hermanos por sua seleção me impressionou demais.
Voltemos então às questões que levantei acima. A união das torcidas organizadas no Brasil não é algo impensável. Várias torcidas de times diferentes mantém laços entre si. Inclusive 12 organizadas (Ceará, Atlético-Go, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Vasco, Flu, entre outras) fundaram a Confederação das Torcidas Organizadas do Brasil, com a singela pauta do Fora Ricardo Teixeira.
Minha questão é: a seleção brasileira hoje está a anos luz de distância do povo brasileiro. Tá, tá, eu sei que isso é meio óbvio. Mas ainda assim, precisamos conversar sobre isso.
Vários fatores provocaram este distanciamento. Alguns se reproduzem em nossos Hermanos. A seleção da Copa América não tem nenhum jogador do Flamengo, do Corinthians, do Palmeiras ou do Vasco. Das 5 maiores torcidas, apenas o São Paulo tem representante. Inter, Cruzerio, Galo também não tem ninguém. Grêmio e Botafogo só tiveram seus goleiros convocados. Além do São Paulo somente os torcedores de Santos e Fluminense podem se dar por satisfeitos nesse quesito.
Mas como eu disse, a europeização do futebol não é exclusividade brasileira. Messi nunca jogou em um clube na Argentina. Mas é isso, o cara joga no Barcelona, e é o Messi, O problema é agente aturar o Jadson, do Shaktar não sei o que lá.
Outro fenômeno comum é a eternização de dirigentes nas federações nacionais de Brasil e Argentina, aliado a pouca transparência que estes dirigentes dão aos seus reinados. Acontece aqui e alhures. E ainda assim nossos rivais se mobilizam pela sua seleção.
Temos ainda o problema dos preços dos ingressos. Quem pagou para ver a seleção contra a Holanda em Goiânia desembolsou pelo menos R$150 reais. Aqui, na Copa América, o sujeito paga pra ver o Messi algo próximo de 30 reais.
A pluralidade da mídia é outro tópico que merece ser mobilizado. O monopólio que a globo exerce sobre o que deveria ser um patrimônio do povo é absurdo. E a relação de troca é evidente: Mano Menezes não ganhou um jogo importante, e não é alvo de nenhuma crítica por parte do principal grupo de mídia brasileiro. As absurdas opções táticas e técnicas do nosso treinador, como por exemplo a escalação do Fernandinho (?????????) no lugar do Ganso são elogiadas ad infinitun. Quando já estava 2 a zero para a Alemanha, Galvão falava que a escalação do Fernandinho foi acertada porque a defesa brasileira ficou consistente. Isto quanto já tínhamos tomado dois gols.
Na Argentina ocorre o contrário. A cornetagem é eterna. Batista não foi aceito em momento algum. Messi é questionado como grande ídolo constantemente.
Enfim, nossa seleção vale 150 reais? Vale aturar o Galvão impunemente? Vale assistir Jadsons e Fernandinhos? Vale ver nossos Estádios sendo destruídos em nome de um padrão Europeu?
Quarteto mágico
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
De onde menos se espera....
O texto faz uma análise do caso pela ponto de vista da psicanálise lacaniana ( hã?), pois é. A teoria do imaginário. Acreditem, é muito bom! Em suma, ele condena com veemência atitudes como essas, de torcedores que, por falta de trabalho, de sexo, ou das duas coisas, ficam perseguindo e/ou ameaçando jogadores. Além de fazer uma crítica feroz à leniência da imprensa com esses marginais. Tentei achá- lo na internet e não consegui. Me senti tentado a digitá- lo aqui no blog. Mas, no momento, não tava afim de ter esse trabalho. Mas recomendo e, muito, o texto.
Aliás, falando em Bandidada das Organizadas, meu amigo Tavito, aqui da Baixada, me contou uma ontem. Ele é um tricolor rôxo, rôxo não, grená, que sempre vai aos jogos do Flu, em São Paulo ou Minas, com sua possante Pajero. E lá estava ele assistindo, in loco, a Flu e América MG.
Me contou ele que alguns tricolores estederam uma faixa em apoio ao Fred que dizia, se não me falha a memória: " Fred, você é nosso ídolo. Fica!" Tavito disse que minutos depois da faixa estendida, alguns integrantes da principal quadrilha do Fluminense, foram em direção a esses torcedores, mandando retirar a faixa e ameaçando geral. Os torcedores encararam, se recusaram a tirar a faixa e ameaçaram chamar a polícia. Aí, os bandidos " botaram o galho dentro", não sem antes, renovar o repertório de ameaças. E ainda tem gente de bem que faz questão de ficar ao lado dessa gente na arquibancada...
Aliás, quando o jogador bebe, dá um rolê, vai no samba, no baile funk e joga mal, a imprensa diz que foi culpa da noitada. Mas quando o cara arrebenta, a imprensa não diz: " O jogador fulano, que esta semana curtiu uma roda de samba, bebeu umas biritas com os amigos, entrou na partida completamente relaxado, desestressado, acabou com o jogo! O que não faz uma boa terapia de botequim!"
Luxemburgo está esfregando as mãos pra assumir a seleção...
sábado, 6 de agosto de 2011
Hei, FRED!
FRED LABEL de folga |
sábado, 30 de julho de 2011
Estamos de volta!
Salve salve leitoras e leitores deste blog sinistro. Para quem tinha alguma dúvida, estamos de volta, eu e o Ronaldinho Gaucho. É verdade que eu ainda devo uma resenha final da Copa América. A dificuldade de acessar internet nos países pobres é imensa e por isso não rolou texto das derrotas da Argentina e do Brasil, nem do título do Uruguai. Mas este escriba vai prestar contas da aventura no sub capitalismo, não tenham dúvida.
Antes porém, é preciso estar atento e forte, sem tempo de temer a morte, para falar do que o Flamengo esta fazendo com o futebol brasileiro. É galera, o jogaço contra o Santos foi apenas mais um capítulo da saga rubro-negra rumo a mais um ano histórico em nosso futebol.
Digo isso com a tranqüilidade de quem não se desligou do Mengão só porque estava rolando um torneiozinhos de seleções aqui perto. Da terra portenha eu só não consegui ver ao vivo a destruição dos bambi no Vazião, Mesmo assim, pelos melhores momentos devidamente devorados, foi possível perceber que massacramos o São Paulo, que 1 a zero foi pouco, e que o Tiago Neves estava a fim de mostrar para o Mano o erro que foi levar o Jadson.
Já o Fla-Flu foi visto pela internet, naqueles sites que pirateiam o sinal do PFC. Entre uma tela paralisada acolá e uma página que trava alhures, foi possível ver um time sólido de um lado, com padrão tático, que não foi ameaçado a vera pela seu bagunçado adversário em momento algum. O gol saiu em mais uma genialidade do Renascido Tiago Neves, que insiste em brilhar nos clássicos. E do Rio o Mano Menezes chama o Déde...
Foi possível ver ainda com perfeição dois jogos ruins, e não por acaso dois empates. Flamengo e Palmeiras foi um jogo pegado, truncado, com domínio inicial do Mengão em cada um dos tempos e equilíbrio após isso. O zero a zero foi merecedor dos dois times, mas ficou uma pulga atrás da orelha: Ronaldinho Gaucho fez uma grande partida. Comandou o time, deu passes certeiros, cadenciou o jogo, fez de tudo. Como nós não temos um centro avante para por a bola na rede, ele não se consagra como o PET em 2008, que tinha simplesmente o Impera ao seu lado. Mas neste jogo já deu pra ver que ele estava prometendo algo espetacular.
Contra o Ceará deu raiva do Mais Querido, é verdade. Domínio total, era pra atropelar, mas agente segue sem ganhar desse time fraco este ano. Luxa errou feio nas alterações, e, como de praxe, não admite isto, o que indica que continuará errando. O mesmo vale pro Wellinton, o pior zagueiro do mundo. O cara erra e fica cheio de marra.
Mas eis que chegou a quarta-feira. Acompanhei o primeiro tempo pelo rádio, chegando no Brasil. O segundo pela TV, matando a saudade da minha senhora e também do meu Mengão. E depois o jogo todo no VT, óbvio.
Não tem muito mais o que dizer sobre a peleja. Certamente o melhor jogo do futebol brasileiro neste século. Uma virada para lembrar a frase do Ronaldinho Gaucho quando estava “em dúvida sobre qual equipe jogar”: o Flamengo é Flamengo. Uma reação que os tricolores já sabiam que o time era capaz, naquele 5 a 3 de 2010 que o Império do Amor acabou com o Fred Slater com um a menos. Uma reação que os botafoguenses já conhecem bem, tanto que em 2009, após empatarmos um jogo com gol de Josiel aos 47 minutos do segundo tempo, o Reinaldo, ex-urubu e então no Botafogo, disse em entrevista: “eu disse no vestiário pra gente ter atenção, porque eles não desistem nunca”. Uma reação que o PET já tinha mostrado pros vascaínos e pro mundo em 2001.
No carro, antes do jogo, eu tinha falado pros meus comparsas que a preleção desta peleja tinha que ser o VT do Flamengo e Santos de 2009, quando o Impera pôs fim ao tabu de 30 anos e nós ganhamos na vila. O R10 precisava entender que este era o momento de mostrar o quão craque ele é e vai ser com a camisa do Flamengo. Pena que eu estava na estrada, sem facebook, porque este teria sido o meu recado neste blog antes do jogo.
Pois bem. Ronaldinho Gaúcho esta de volta, para quem duvidava. O Mengão segue invicto no brasileiro, com uma derrota só no ano, na caça dos gambás. Outros tropeços virão, atuações apagadas dos nossos craques também. Mas depois do jogo de ontem todas as outras 19 equipes tem a certeza que a nação rubro-negra já tinha: o bicho vai pegar!
Detalhe: Não perdemos pro Santos desde 2007. Neymar e Ganso nunca nos venceram. Nem na Vila, nem em lugar nenhum. Meninos da Vila, Homens da Gávea. A diferença é clara.
Saudações Rubro-Negras