segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Leitão à pururuca


Palmeiras é time amigo e já quebrou o galho do Vasco várias vezes, como na histórica final da Copa Mercosul de 2000 e na decisão do Brasileiro de 1997. Antes do jogo de quarta passada, válido pela Copa Sul-Americana, a precária imprensa esportiva anunciava o duelo entre Juninho Pernambucano e Marcos Assunção, em São Januário. Piada absoluta. O reizinho da colina já foi até considerado por um físico inglês – pesquisador do futebol e acadêmico respeitado – como o maior batedor de faltas de todos os tempos. Não que eu acredite em cientista falando sobre futebol, mas essa é uma informação da qual vascaíno nenhum pode prescindir... Além de aterrorizar o simpático goleiro Marcos com suas cobranças de falta, Juninho fez o papel de maestro do time. No segundo tempo, quando Felipe entrou em campo, o brilho dos anos 1990 parecia estar de volta.


Com a dupla formando o meio-campo dos sonhos – e tendo em Felipe um jogador mais decisivo –, o Vasco marcou dois gols e selou a vitória sobre a porcada. O time vascaíno nem estava com muita vontade de ganhar. As arquibancadas do histórico estádio estavam vazias e o maior prêmio oferecido ao vencedor da Copa Sul-Americana é a vaga na Libertadores da América – que o Vasco já tem.


Nesse sentido, o gol de Diego Souza, que jogava muito mal, foi meio sem querer: ainda bem que gol de pescoço também vale... No fim, o caneludo do Élton, que vinha desfilando um repertório variadíssimo de finalizações equivocadas, deixou o dele e, de que quebra, ganhou de vez a vaga do Alecsandro. Mas nenhum dos dois me engana: num domingo desses, o seis pode recuperar a vaga perdida para o meia-dúzia.


Ontem, o porco foi mais uma vez assado e servido numa bandeja em São Januário, com maçã na boca e tudo. Dessa vez o jogo foi mais duro; estava claro que o campeonato era outro e que o jogo valia as primeiras posições do Brasileirão. O Palmeiras chegou a dar trabalho com o 22 do Kléber – que parece entrar trincado em todas as partidas – e com o “mago” Valdívia (que está precisando se reciclar com o Mister M ou com o Herculano Quintanilha). O time do Vasco até perdeu a cabeça em certos momentos, quando apelou para a violência.


Mas foi só Ricardo Gomes – o Rinus Michels da colina – colocar Leandro e Bernardo em campo no segundo tempo e a situação melhorou. Saíram, respectivamente, Juninho (já sem fôlego) e Éder Luiz (estranhamente inoperante). A equipe ganhou em movimentação e passou a prender mais a bola no ataque. O gol saiu de uma bela cobrança de falta de Bernardo, o reserva-artilheiro, que comemorou de forma maravilhosamente demagógica: socos no peito, gritos para a torcida, camisa esticada com as duas mãos etc. Esses eu conheço bem: costumam sair à primeira oferta feita por outro clube do Brasil.


No G-4 do Campeonato Brasileiro, o Vasco teria duas vagas para a Libertadores da América caso a competição nacional terminasse hoje. Praticamente garantido na próxima fase da Copa Sul-Americana, pode, por meio desse torneio xumbrega, garantir a sua terceira vaga para a competição de clubes mais valorizada das Américas. Por essa razão, os vascaínos estão dizendo por aí que não são mais torcedores e sim guardadores de carro – afinal, o Vasco está vendendo vagas...


P.S. No domingo, os jogadores do Vasco receberam o seus pais para um almoço de confraternização. Preciso dizer qual foi o prato?

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