terça-feira, 31 de março de 2009

Salve, Maradona!


A seleção argentina fez as pazes com o povo. A jogada de mestre de Julio Grondona, presidente da AFA, ao nomear o maior ídolo da história do futebol porteño se mostrou muito mais do que um genial golpe de marketing: quem viu os 2 últimos jogos da seleção argentina notou que eles se reconciliaram com o futebol.

Maradona é rei. Destruía nos gramados mesmo sendo anão, gordo e viciado; emitia opiniões sinceras fora de campo, elogiava Fidel Castro, dava tiro em jornalistas, aparecia alucinado no meio da torcida do Boca... entre jogadas mágicas e lambanças memoráveis, Maradona sempre se destacou no meio da pasmaceira e dos lugares-comuns pronunciados aos porrilhões pelos jogadores de futebol. Até pra cair de bêbado tinha mais classe e talento que os Adrianos da vida.

Pois bem, ao aceitar o posto de técnico da equipe nacional, Maradona promoveu o maior reencontro de uma seleção com o seu povo na história recente do futebol. Os jogadores o admiram, os torcedores o veneram, os adversários o respeitam. E a bola que a Argentina voltou a jogar é redondinha.

No sábado, contra a Venezuela (tudo bem, não dá pra levar a sério uma seleção de um país onde o futebol perde em preferência nacional até pro Jogo da Velha), Don Diego mandou pro gramado um time jogando num 3-4-3 de encher os olhos: o lateral Zanetti formou a linha de defensores com Heize e Angeleri, mostrando que quem sabe jogar bola se encaixa em qualquer função; o meio-campo, com Gago e Mascherano mais recuados e Maxi Rodriguez e Gutierrez abertos pelas alas, marcava e saía rápido para o ataque. Aliás, ver dois volantes que conseguem dar passes de mais de 80 centímetros dá até inveja... e o ataque? O trio Tévez - Agüero - Messi é infernal. Os três correm pra cacete, se movimentam o tempo inteiro, e o Messi joga o fino. Além de guardar um e dar o passe pra outro gol, Messi quase fez um de placa no segundo tempo, deixando o marcador completamente torto. E foi emocionante ver a torcida de Maradona no banco de reservas, vibrando com o lance - não só porque seria mais um gol argentino, mas principalmente porque seria um golaço. Daqueles que o próprio selecionador fazia com a mesma camisa 10.

Podem me chamar do que quiser, mas El Pibe merece nossa admiração. Sua trajetória dramática, com quedas espetaculares e "ressurreições" o torna mais humano, e não apequena sua genialidade. Aqui do meu canto, continuarei torcendo por Maradona, e assistindo extasiado a mais completa identificação entre um ídolo e uma nação.

PS: Como o tema do blog é futebol, me recuso a falar da seleção do Dunga. Inclusive porque ainda não descobri qual é o esporte que aquele time pratica. Pena que ele continua escalando o Julio Cesar no lugar do Doni. As defesas sensacionais de JC impedem que o timinho do Dunga leve as sovas que merece...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Discussão sobre organizadas

Martin Curi

Estive também no clássico vovô de ontem, com dois amigos alemães, e parece que tivemos sorte, porque passamos um pouco antes da briga pela rampa da UERJ. Ou seja, não vi os acontecimentos e por isso vou me referir exclusivamente às descrições do Cappelli.

Primeiramente temos que dizer que os acontecimentos são chocantes e tristes. Não quero defender nenhum dos envolvidos. Ao mesmo tempo, acho que precisamos analisar friamente para poder chegar a propostas para a organização do futebol brasileiro como esporte para espectadores. Continuo achando que as propostas que elaborei no artigo na Folha são as melhores e vou usar as descrições do Cappelli para exemplificar isto.

Me parece que a exigência principal do Cappelli é a extinção das torcidas organizadas em favor de um ‘novo’ modelo de torcer representado pela Legião Tricolor no caso do Fluminense, que se diz ‘não organizada’. Existem vários argumentos contra esta extinção das torcidas organizadas:

1. ‘Acabar com algo’ parece coisa de ditadura. A China e a Rússia fazem isso, mas um estado democrático não pode fazer. Por quê? Porque os cidadãos têm que ter o direito de se organizar e associar. Caso contrário, precisamos proibir qualquer clube, associação e coisas equivalentes. Ou seja, significa proibir a associação dos advogados, os partidos políticos, os sindicatos etc. Os sindicatos são talvez o maior exemplo que mostra como é necessário o direito de se organizar. As lutas deles também nem sempre foram tão pacíficas.

2. A proibição de uma organização só se justifica no caso da EVIDÊNCIA de ela ter na sua constituição um elemento criminoso. Isto não é o caso das torcidas organizadas. Todas as torcidas organizadas têm na sua convenção o apoio incondicional e apaixonado ao seu clube e não mencionam a violência. Os envolvidos na situação descrita pelo Cappelli podem ter tido camisas de torcidas organizadas, mas isto não significa que eles estavam representando as torcidas organizadas, nem que eles são membros de uma torcida organizada (a venda destas camisas é livre). Ou seja, eu posso decidir que quero prejudicar a torcida do Flamengo. Vou comprar uma camisa da Raça e vou ao estádio e começo uma briga. Em conseqüência a Raça vai ser extinta? O absurdo é óbvio. Infelizmente a estrutura de torcidas organizadas é muito complexa.

3. Neste momento entra o fator, que eu chamei no meu artigo da Folha de ‘pulverização’. Nos anos 1980 se começou na Alemanha a aumentar a repressão contra as torcidas organizadas (ou fã-clube, que é o termo local). Qual foi a reação? Os membros violentos saíram das torcidas organizadas e começaram a ir sem camisa da torcida ou do clube em grupos menores ou individualmente aos estádios. Isto sim foi o inferno para a polícia, que não sabia mais quem é quem. É interessante de ver, que a Legião Tricolor representa na verdade este fenômeno, porque eles não se percebem como grupo homogêneo. Não existe camisa deles. Eles vão numa forma ‘pulverizada’ ao estádio. Imaginem que acabem com as torcidas organizadas e os indivíduos violentos começem a entrar na Legião Tricolor, que não tem nenhum mecanismo para selecionar seus membros. Vai fazer o que? Proibir a Legião Tricolor, que nem existe, porque não é uma torcida organizada? Este caminho é um beco sem saída. Inclusive existe um grupo parecido com a Legião Tricolor em Porto Alegre chamado A Geral do Grêmio, que foi percebido como alternativa às torcidas organizada e hoje em dia e percebida como o novo grupo violento. Ou seja, precisamos de outras soluções.

4. Finalmente, não considero a Legião Tricolor (e outros como a Urubuzada, Loucos pelo Botafogo, Guerreiros do Almirante, Geral do Grêmio) como não organizada. O que define organização? O registro de sócios? Mas a elaboração de canções, as colocações de faixas, trapos, barras e bandeirinhas não precisam de organização? A Legião Tricolor tem um site muito bem elaborado: http://www.legiaotricolor.com.br/. Organizado é o que então? Claro que estas ações precisam de um mínimo de organização. Não é o termo ‘organizada’ que provoca a violência. Fã-clube, ultras, movimento popular ou associação de amigos do clube XYZ, todos eles podem se tornar violentos. Não estou acusando a Legião Tricolor de nada. Ao contrário: adoro eles. Só quero chamar a atenção para o perigo de ações como ‘acabar’ com algum grupo.

A conclusão é que não podemos perceber estas organizações como algo perigoso, violento, inútil, mas precisamos criar condições de incluir todos no espetáculo futebol, garantir o diálogo e atender as necessidades dos torcedores. Esta é a minha principal exigência: Não excluir (é isso o que significa a exigência de “acabar com eles”), mas finalmente incluir. Este me parece o único caminho. Por isso fiz a proposta no meu artigo de “uma entidade nacional, com pontos de atendimento locais, dotados de assistentes sociais profissionais, que crie um elo entre torcedores e instituições como governo, polícia, federações de esporte e clubes”.

A outra exigência no meu artigo são medidas arquitetônicas no estádio. Não posso relatar todos, mas posso listar algumas, que considero no caso específico do Maracanã importante:

1. Quando se construiu os camarotes VIP no Maracanã se fechou duas rampas. Isso diminuiu muito o escoamento das arquibancadas. O Maracanã não atende bem o fluxo das multidões que se movem dentro dele. Seria fundamental de abrir novamente estas rampas e, além disso, construir novas rampas em cima das rampas do anel inferior para garantir a evacuação rápida em casos de emergência.

2. O Cappelli relata que houve a tentativa da torcida do Fluminense de invadir o espaço da torcida do Botafogo. Bem, é triste, mas inevitável: precisamos de uma maior setorização. É possível construir barreiras arquitetônicas para impedir estas invasões. Além disso a arquibancada precisa de setores menores, dos quais se sabe a capacidade. Por exemplo: digamos no setor A cabem 1.000 pessoas. Então só pode vender mil ingressos para este setor e na entrada do setor precisa ficar alguém que controla, que só os portadores com ingressos escrito ‘setor A’ entrem. A partir daí podemos criar diferentes espaços: alguns para ficar em pé (para atender as necessidades das torcidas organizadas) e outros para ficar sentado (para atender as necessidades dos outros). Entre os setores tem de existir barreiras arquitetônicas. Se não, não funciona.

Outras medidas já estão sendo tomados no Rio: Uma maior segurança na hora da compra do ingresso e na entrada através de grades protetoras e renovação dos banheiros na época do Pan 2007.

A terceira medida que sugiro na Folha é um corpo especializado de agentes de segurança, que não são da polícia, mas em um uniforme leve. Pesquisas mostram, que pessoas reagem numa forma agressiva à estímulos agressivos como uniformes e armas. (O que não significa acabar com a polícia. Ela precisa estar presente, mas um pouco mais escondida). Além disso, é muito melhor ser atendido por pessoas que mostram o caminho e o lugar do que sendo mal tratado por repressores. Aliás, a setorização vai tornar estes ‘Stewards’, como são chamados na Inglaterra, necessários, porque as pessoas vão ter que procurar os seus lugares.

Tenho certeza que com estas medidas poderia se melhorar bastante a segurança nos estádios. Aliás: dentro do Maracanã já não acontece quase nada (ao contrário dos últimos confrontos que aconteceram em São Paulo, onde ainda não houve uma renovação). Os acontecimentos do clássico vovô foram fora do estádio.

Este é um outro problema. Na verdade é um problema que não está ligado nem as torcidas, nem ao futebol e não vai acabar nem com a extinção das torcidas nem do próprio futebol. É um problema brasileiro. Temos os bailes do corredor, onde luta lado A contra B, temos os comandos, temos os pitboys etc e se acabamos com todos eles é possível que os amigos do bairro A lutem contra os amigos do bairro B. A fala do ‘troglodita’ no texto do Cappelli é reveladora, porque mostra que ele sente que tem se defender. Esta é a verdade: o brasileiro não se sente protegido pelo seu estado por sua polícia e acha que precisa se autodefender. Este é um sentimento no Maracanã, em Ipanema e Bangu. Na verdade é necessária uma reforma da sociedade.

As ruas ao redor dos estádios são espaço livre e muito difícil de ser controlados. A extinção das torcidas não vai resolver este problema. Nem um Estatuto do Torcedor, que considera em dias de jogo toda a área de 5 km ao redor dos estádios área em qual a lei está em vigor. Ou seja, por exemplo: O Carlos Silva passa no dia do jogo com a mulher a Rua Francisco Xavier. Esta confessa ter traído ele. Ele enfia a porrada nela. A punição dele vai ser um ano de banimento dos estádios? Não pode ser.

Minha sugestão é que dentro do estádio sejam aplicadas as medidas sugeridas por mim. Fora do estádio temos uma tarefa maior: mudar a sociedade. Sendo que acredito que uma entidade que atende e inclui os torcedores já seria um bom passo para melhorar esta situação.




domingo, 29 de março de 2009

Antes tardíssimo do que nunca...

Não, ávidos leitores do blog, não estou me referindo ao fato do Mais Querido do Brasil ter sapecado quatro tentos no Resende e ter se vingado do sábado de carnaval. Tampouco pretendo destacar a vitória do Flor sobre o Buaafogo, algo que não acontecia a bastante tempo.

Sei que o que vou ressaltar, meu amigo Jamaica já o fez. Mas é impossível não comemorar a volta do espírito rubro-negro mais genuíno, esse espírito que construiu nossa nação. Ainda não desisti de ver o FLAMENGO voltar a jogar com dois atacantes de fato, como é o caso da maioria dos outros times de ponta do país. Mas que já um alento a escalação de ontem, isso é.

Concordo plenamente com você Jamaica, temos que analisar os esquemas, Cappelli que se exploda em sua defesa da passionalidade nelsonrodrigueana. Mas acho que na verdade jogamos em 3-4-3 bem ao gosto do Mestre Cuca e das boas equipes que ele armou no Goiás e no Botafogo.

Mesmo com essa pequena diferença (acho que o Everton Silva joga de terceiro zagueiro, com variação para a ala direita, e nesses casos fica o Willians o responsável por cobrir o lado direito da nossa zaga), no mais nosso acordo é evidente, aliás, basta freqüentar as arquibas em jogo do MENGÃO para ver que a maioria da nossa maioral torcida também concorda que o papai Joel deve descansar em paz.

Finalmente o Cuca se convenceu de duas coisas: primeiro, que um time que tem 3 zagueiros não precisa encher o meio campo de volantes, mesmo que tenhamos dois alas que ataquem muito. Ora, é melhor treinar os alas para serem laterais (a posição de origem do Frodo e do Moicano) e só subir um de cada vez, ao mesmo tempo em que povoamos a nossa meia cancha com jogadores que saibam jogar bola, que partam pra cima, que façam o Flamengo ser Flamengo.

Mais uma vez repetindo o Jamaica: foi a melhor apresentação do Flamengo no ano. Contra o Madureira o Cuca já tinha ensaiado essa formação, mas manteve a presença de dois volantes, Airton e Toró. Naquele jogo, contudo, já acertou a formação na frente, com o Josiel centralizado recebendo as bolas do Erick Flores e do Zé Roberto. No jogo de ontem, o toque final: o recuso do Ibson pra sua posição de origem, segundo homem de meio campo, onde ele pode mostrar que nada deve para os tão bem falados (e com razão) Ramirez ou Hernandes.

Agora é torcer pro Cuca insistir nessa formação, e escalar o time assim no Fla x Flu e nas semifinais. Ai sim o campeonato vai ganhar um sentido para além do necessário e bem vindo PENTATRICAMPEONATO, pois estaremos armando um time que honra as tradições ofensivas do Manto Rubro-Negro, que um dia ainda haverá de jogar sozinho, tal qual “uma bastilha inexpugnável” (ta achando que só você cita o pervertido Cappelli?).

EM TEMPO: Continuamos arrasadores no nacional de Basquete. Vamos Flamengo!!!

Saudações Rubro-Negras.

Cadastro de torcedores

Prezados, segue o link de um artigo publicado pelo amigo e membro do nosso invencível núcleo de estudos na UFF: Martin Curi. Está na Folha de São Paulo e fala sobre as medidas do governo acerca do futebol, o que ajuda a entender algumas coisas que escrevi. Vale muito a pena conferir. Clique aqui.

Focinheira do Parreira e Guerra na UERJ

Fidalgos tricolores, bastaram 10 minutos e 10 jogadores para acabar com o Botafogo. Depois de um primeiro tempo pachorrento e sem graça, presenciei no maraca mais uma virada de nosso escrete, o que não é novidade. Mantendo a tática de dar um gol de vantagem aos times pequenos, pra dar emoção ao jogo, resolvemos a parada logo em seguida, como de costume. Contribuiu pra isso a saída do hidrante Roger, que devia desistir de praticar o futebol. Com a entrada da molecada de Xerém, o time ganhou novo ânimo e vitalidade, mesmo com um a menos devido a mais uma pixotada do insano Edcarlos.

O time já está ficando com a cara do Parreira. Bola de um lado para o outro com a valorização da sua posse. Só vai na boa, o que acaba acarretando muitos passes para o lado e falta de objetividade, o que irritou um pouco a torcida. Mas não podemos negar que o time está melhor distribuído em campo, com um esquema definido, o que já é um avanço. Agora, cá entre nós, não existe esquema no mundo que funcione com o Roger no ataque, convenhamos. Com a classificação garantida, é só recuperar o Fred esperar as semi-finais. Uma pena o Fla-Flu do dia 04/04 não valer nada, visto que os dois já estarão classificados. Perde o torcedor e o campeonato, infelizmente.

Guerra na UERJ

Prezados amigos, perdoem-me se me extender demais, mas creio que não tenho outra saída, tendo em vista a seriedade do assunto. Faço um relato do acontecido no lado de fora do maraca, pois lá estava. Caso não saibam, tivemos um combate com 5 feridos por pedradas, pauladas e tiros.

Após ter meu ingresso em mãos, fui para os bares da UERJ pra tomar uma gelada. Na volta, me deparei com o conflito. Torcedores da Fúria do Botafogo, contando com a colaboração da Jovem do Vasco, estavam na calçada do lado do Metrô. Em grande quantidade e ostentando suas armas, resolveram o seguinte: iriam invadir a área onde se reúnem as torcidas organizadas do Fluminense, em baixo da rampa que sai do metrô e dá direto na entrada do estádio. Integrantes da Força Flu premeditaram o ataque e foram de encontro à eles. Deu-se o embate. Membros da Fúria resolveram então começar a atirar na direção dos torcedores da Força Flu, o que causou pânico imediato. Jorrou o sangue e começaram a chegar os feridos, bem na minha frente.

O primeiro a ser trazido carregado tinha tomado um tiro na perna e sangrava horrores. Quando chegou pude ver de perto o estrago, sangue pra tudo que é lado. O segundo foi direto pro hospital: tomou uma paulada na cabeça e está em coma. O terceiro veio todo arrebentado, com respingos de sangue pelo corpo e semi-desmaiado. O quarto veio com a perna provavelmente fraturada. E assim se sucedeu, com torcedores das organizadas do Fluminense chegando capengando, carregados pelos colegas revoltados. Foi então que presenciei o seguinte diálogo, entre uma senhorinha e um troglodita da Força Flu que carregava um companheiro ferido no colo, ao mesmo tempo que xingava e jurava um membro da sua torcida que tinha corrido do confronto.

Senhorinha: porque vocês fizeram isso?
Troglodita: minha senhora, sou trabalhador, sou portuário, mas se não fosse a gente, todo mundo aqui tinha entrado na porrada. Se não fossem os brigões, todo mundo aqui tava perdido...

Já dentro do estádio, fiquei sabendo que o pessoal da Young Flu tinha feito uma "incursão" pra tirar o prejuízo. Não sei se é verdade nem se vai sair no jornal, mas estavam felizes por terem matado um botafoguense como resposta. Pelo comportamento, parecia ser verdade. Durante o segundo tempo, tentaram invadir o lado do Botafogo, o que causou uma série de pequenos tumultos na torcida, pois quando a polícia ia pra cima eles corriam e vinham em disparada pelas rampas de acesso às arquibancadas. Todos estavam preocupados com a saída.

Isso me fez pensar. Sou contra as carteirinhas, por uma série de razões que já estão aí. Mas o que fazer sobre esta situação? Todos os envolvidos eram de organizadas, sem exceção. Acabar com elas seria algo muito drástico? Seria isso exterminar os cantos e as festas típicas e tradicionais das torcidas? Difícil. Temos no Fluminense um exemplo, chamado de Legião Tricolor. Um grupo de torcedores que não pega ingresso com a diretoria, que criou a maioria das músicas que cantamos hoje e faz uma das festas mais bonitas do maraca. Organizada que não canta as músicas criadas por este grupo de torcedores está por fora. Creio que existe vida, e muita, além das organizadas. Na verdade, elas já estão à reboque, pelo menos no Flu.

Depois do que presenciei hoje, fica difícil achar que as organizadas devam existir. É claro que existe o perigo da generalização, mas creio que o futebol vive muito bem sem elas, assim como sem câmeras, sem lugar marcado e sem carteirinhas. Existe também o perigo de estigmatização mas, quem frequenta minimamente os estádios, sabe muito bem onde o coro come e a porca torce o rabo. É claro que existe briga que não tem organizada no meio, mas estas acabam com um deixa disso, em pouco tempo, e gera mais reclamações dos próprios torcedores do que propriamente o pânico dos conflitos entre as organizadas. Quer ir pro jogo, meu caro? Paga seu ingresso, coloca a camisa do seu time, pega seus instrumentos musicais e vai, com fé. Simples assim, como qualquer apaixonado.

Uma coisa que me intriga é a seguinte: se um sujeito joga uma pilha, uma havaiana ou uma garrafa de água no campo, o clube é punido, certo? Mas, se alguém, pode ser até o mesmo cara que mandou a havaiana no bandeirinha, mata à pauladas um torcedor rival dentro do mesmo estádio, o clube não sofre sanção alguma. Não seria o caso de responsabilizar o clube? Garanto que o cara ia pensar 100 vezes antes de partir pra agressão. Não podemos esquecer que quem mantêm as organizadas são os clubes, que colocam os ingressos nas suas mãos em troca de apoio nas eleições ou nas arquibancadas. Os clubes sabem que existem riscos mas, mesmo assim, garantem a entrada deles, são cúmplices que assistem o jogo dos camarotes, bem longe do tumulto que patrocinam.

Escrevo no calor do jogo, no impacto das cenas que vi bem de perto. Ponderações são bem-vindas e esperadas. Não acho que a solução sejam os "estádios-caixões" da Europa, mas aqui o "estádio-caixão" é sem metáfora. Creio que devemos pensar em um meio termo, nem tanto sem graça e pasteurizado, nem tanto com sangue e porrada a esmo. Admitir a existência da organizada com o argumento de que são elas as responsáveis pela diversidade e manutenção das tradições dos clubes é um erro, é menosprezar a capacidade dos demais torcedores.

sábado, 28 de março de 2009

Ê, soninho!


Mesmo com um dos campeonatos mais lexotans dos últimos anos, eu ainda me programo pra assistir aos jogos. Coisa de viciado em futebol. Eu sei, eu sei, preciso me tratar. Enquanto a cura não chega, vamos falar do Cariocão.


Parece quer a profecia se confirmou e o Cuca, nosso aprendiz de Padre Quevedo, expurgou o Espírito do Natalino. Inegavelmente, o esquema mudou. O Flamengo agora joga num 4-5-1. Acho bobagem não gostar de números na explicação de esquemas táticos. Mas eles se fazem presente em todo esporte coletivo.


Hoje contra o Resende, o Rubro negro se apresentou com a melhor formação que eu vi nesse ano. É evidente que a expulsão de um adversário ainda no primeiro tempo facilitou a s coisas. Mas isso não tira alguns méritos. Cuca colocou apenas um cachorro na entrada da casa ( Willians) e Ibson mostrou que, de fato, é um meia razoável e um excelente segundo volante no melhor estilo Ramirez, do Cruzeiro ou Hernanes, do São Paulo. Aplicação tática e chegada na entrada da área.


O pulo do Gato de Cuca foi perceber que é melhor ter um atacante sendo municiado constantemente do que ter dois jogando sueca dentro da área. E, de quebra, o recuo do Zé Roberto aproveita o que ele tem de melhor: Jogar de frente pro gol e não de costas, como antes.


O que eu mais gostei nessa formação é que o Flamengo agora tem dois jogadores, Zé Roberto e Erick Flores, que partem pra cima do zagueiro, sem medo de cara feia e às vezes, sem nenhum respeito. Depois de muito tempo tendo quatro volantes no meio campo, temos agora dois meias ofensivos. Mudou ou não mudou?


E pasmem, senhores: Temos um centroavante brigando pela artilharia do campeonato! Confesso que não prestei atenção no Josiel quando ele foi artilheiro do Brasileiro pelo Paraná. Ele é desprovido de habilidade mas tem excelente movimentação. E não é de inventar. Toca de primeira quando é preciso, de lado quando é necessário e, se deixarem põe pra dentro. Simples.

O narrador da rede Globo disse que ele teve cerca de 38 segundos de posse de bola durante a partida. Fez dois gols, perdeu outros e serviu companheiros. Isso explica o que acabei de escrever sobre ele.


Enfim, minhas esperanças estão renovadas. Espero que Cuca consolide esse esquema e essa formação. Temos dois bons testes pra uma melhor avaliação: O Americano em Campos e o Fluminense no Maraca. Vamos ver o que acontece.


E concordo com você, Josh. Esse Campeonato tá de dar sono em cheirador de pó.


Brasileiro é obrigação!

sexta-feira, 27 de março de 2009


Reta Final

Amigos e fregueses de sempre, está chegando a hora. O Carioca mais sem graça de todos os tempos vai chegando em sua reta final. Faltam apenas três rodadas, e então chegaremos às emocionantes decisões, primeiro da Taça Rio, e depois as finais definitivas do campeonato.

Por acaso alguém discorda da minha afirmação? Alguém realmente acredita que esse campeonato está emocionante? Pois vejamos. Na Taça Guanabara, o grande clássico, aquele mobilizou as discussões, prendeu os torcedores junto ao noticiário foi o Vasco X Federação, no estádio do TJD. Todos e todas (essa é pra te contemplar Cappelli, sei que você tava incomodado) debatiam quem era o grande craque desse jogo, Dinamite ou Eurico, ou então se o presidente da federação ia pedir a música no fantástico, porque ele fez mais de três gols (acho que foi 7 a 1 o placar). Isso sem falar nos debates sobre em quanto tempo o Jefferson chegaria à seleção brasileira, ou se ele era o novo Pelé, pois se o rebaixado da colina arriscou sua participação no campeonato é porque o cara joga demais.

Quantos as semifinais em si, meu time sem vergonha começou a brincar o carnaval já no sábado, e como a galera do Juan estava cansada de jogar o rachão contra a turma do Bruno, resolveram perder pro Resende pra curtir a festa da carne. E o que falar do Flor? Não ganha do Buaafogo desde 2007... Como um time que não ganha da cachorrada desde 2007 pode continuar se autodenominado “grande”? O resultado foi uma final alvinegra, tão sem graça que permitiu que o Nei Franco escalasse dois atacantes, algo que ele nunca tinha feito em um jogo decisivo em toda a sua carreira.

Na Taça Rio o panorama não mudou muito. O Flor, mesmo com suas contratações “nível de seleção” (Tiago Neves, Parreira, Fred) ainda não conseguiu fazer uma boa partida, e quem ta se salvando mesmo é a garotada que não recebe salário em dia. O Botafogo tem um trio ofensivo de respeito, ainda mais pros nossos padrões cariocas, mas também só joga bem contra time pequeno, e no único clássico que ganhou não jogou nada. O Flamengo, como eu já disse aqui, é um time com prazo de validade vencido. Pode até ganhar o tri, disse isso na minha estréia nesse blog, mas o fato é que não jogou nada na maioria das vezes. E por fim o Vice da Gama, que na minha modesta opinião é o grande reflexo do campeonato: Dorival Junior sabe que o time dos padeiros é muito ruim, e que ele só vai ter alguma chance se fizer com que os outros times também não joguem bola. O grande objetivo daqueles que vão assistir a jogos na terça e na sexta é transformar os clássicos cariocas em verdadeiros “Gre-Nais”, onde a porrada come, e o time que conseguir fazer o primeiro gol passa a explorar os espaços deixados pelo adversário. Contra o FluminenC não rolou, zero a zero bem ao gosto dos pampas, contra o Botafogo e Flamengo deu certo, e no nosso caso facilitamos muito, com os gols perdidos por Zé Roberto (duas vezes) Ibson e Obina.

Encerro por aqui, com toda a ansiedade do mundo pelo desfecho do campeonato mais charmoso do Brasil. Sem grandes preocupações sobre a hegemonia de títulos que disputamos com o pó de arroz. Na ultima década tiramos a diferença e empatamos, na próxima vamos consolidar a liderança. 2009 é detalhe.

Saudações Rubro-Negras

quinta-feira, 26 de março de 2009

Futebol Social Clube - Coluna



Pobre do minhocão do pobre


Após terem todos os seus direitos negados e utilizarem quase que diariamente a linha caveirão - 7 palmos, da viação Cabral, os desfavorecidos agora foram tolidos em última instância, naquilo que se julgava impossível: não podem mais ter minhocão. Autorização pra possuí-lo só se residir no Itanhangá, de preferência em uma encosta que seja parte de uma área de preservação ambiental. Afinal, onde já se viu tirar onda morando na Rocinha...

Mano Camarada

Assistir na propaganda eleitoral gratuita o Netinho, ele mesmo, o pagodeiro, chamando os principais líderes comunistas do PC doB de mano foi hilário. Sua próxima música de trabalho provavelmente será o hino da Internacional no suingue do tan tan, pandeiro e tamborim. Promete.

Festa família

Adriano promoveu uma festa de dar inveja à TFP. A confirmação veio na entrevista das meninas da Centauro e do traveco que foi convidado de honra. Meu informante no Parque São Jorge diz que o Fenômeno tem treinado em dobro pra voltar à seleção, não pelo futebol, mas só pra não perder a próxima "reunião" que contar com uma moça de três pernas...

Showsiel é demais

A cada dia perco mais a esperança com o Lance! Quase não acreditei quando vi uma página inteira do jornal com isto escrito na capa. Continuando nesta toada, Luis Fabiano e o menino Pato que se cuidem. É impressionante a apelação na hora de alavancar as vendas. Imagina quando o Obina fizer o primeiro gol (se esse dia chegar): "O matador está de volta!" ou "Artilharia é logo ali". Não duvidem.

O quebrador de promessas

Depois de desistir da transloucada promessa de só cortar o cabelo quando o Flamengo ganhar alguma coisa, o Bruno resolveu colaborar religiosamente com os adversários, além de nos momentos vagos aplicar voadoras na cabeça dos colegas de profissão e desmerecer ídolos rubro-negros. Deste jeito, ao invés de sair na janela, ele vai PELA janela, sem deixar saudades.

Responde aí:

1- O que foi que o Luis Fabiano tentou fazer no cabelo?
2- Porque o Ronaldinho Gaúcho não conserta aqueles dentes horrendos?
3- Luizão barrando Thiago Silva, é isso mesmo?



quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais do mesmo

Fidalgos tricolores, fico até incomodado de escrever sobre algo que todo mundo já sabia, sobre o óbvio, mas é justamente este fato que foge à compreensão dos que se acham sábios que merece nossa mais profunda interpretação. Não é mistério pra ninguém o resultado de hoje, uma vez que já tinha informado qual seria nossa tática pra este match. A verdadeira lição de vida que este jogo oferece é um tapa na cara dos incrédulos, daqueles que riram e acharam que estava eu querendo zombar ou criar ares irreais sobre o escrete tricolor. Surpresos, soltam aquela risada amarela, de canto e envergonhada, por desmerecer e não levar em consideração o que qualquer tricolor sabia desde o primeiro 3x1 contra o Macaé. Com ares de intelectuais iluminados, indicam o óbvio como sorte, acaso ou desvio imprevisto, menosprezando a realidade que se esfrega nos seus olhos, profetizando em tom messiânico que o tempo dirá que eles têm razão, que a felicidade dos ignorantes é efêmera e acaba na quarta de cinzas. Não importa. Não se mexe com a tradição da caridade fidalga, de guerrear a luta justa, equilibrando as forças para que o ritual futebolístico seja absorvente (fala, Alvito!). Como já era esperado, tomamos o gol logo no início, para que a torcida que se deslocou até Friburgo pudesse começar a se empolgar desde já, tudo dentro do previsto. Eu mesmo só comecei a assistir ao jogo depois do gol do Ziquinha, que o Ricardo Berna facilitou porque queria que o jogo fosse logo pra valer. Aí veio o segundo tapa na cara dos arautos do fim do mundo: gol do Roger, com direito a drible e tudo mais. Em seguida, um gol de placa de nosso hermano Conca, driblando três e chutando com tranquilidade na saída do goleiro. Pra finalizar, Thiago Neves resolveu perder o pênalty, não cabia massacrar um time pequeno e com menos dois em campo. Mas o juiz não concordou. Mandou voltar a penalidade e aí o TN não teve como aliviar, ia ficar muito escancarado, beirando o menosprezo, mesmo que fosse na realidade a mais profunda demonstração de nossa índole fidalga.

O Caso Carlos Alberto

Perdoem-me os que acham que o Carlos Alberto foi injustiçado, mas a vida é clara, assim como a lei e a regra. Se eu disser que não ouvi o apito do guarda municipal como desculpa pra tentar anular minha multa de trânsito, vale? Se o aluno disser que não ouviu o apito do recreio e por isso desceu mais cedo, ele vai se livrar da advertência da diretora? Se eu não escutar o apito do pernil que eu coloquei no forno e ele queimar totalmente, vou conseguir torná-lo tenro novamente? Então não me venham com argumentos neste sentido. Não ouviu o apito, meu camarada? Olha pro bandeira e tenta imaginar porque todos os outros 21 jogadores ficaram parados. Além do mais, não estamos falando de réu primário. Imaginem a cena: você escuta 3 tiros e, logo depois, saem da casa uma velhinha de 73 anos e o Elias Maluco. Quem cometeu o crime? É do ser humano, não adianta. Execrar o árbitro é não reconhecer a dinâmica social brasileira. Cartão vermelho com certeza! Culpado! Ou alguém pensaria em levar a velhinha e o Elias Maluco pra depor? Como neste caso futebolístico, meus caros, o julgamento é na hora e ponto. Tenho dito.

terça-feira, 24 de março de 2009

Nota Rápida

Faço minha estréia neste espaço concordando enfaticamente com o Cappelli: o Fred é a cara do Fluminense. Se alguém ainda tem dúvidas, recomendo a leitura da esclarecedora reportagem do Fantástico. É só clicar aqui.

TESTÍCULOS

1 – Atual Campeão Brasileiro e Sul-Americano de Basquete segue firme na luta pelo BI!

È isso mesmo galera, não errei de blog não. Noticia que importa é ver o MENGÃO brigando por titulo, e no basquete estamos na vice-liderança da NBB, porém com um jogo a menos. Se ganharmos essa partida assumimos a ponta. VAMOS FLAMENGO!!!


2 – Obina vitima de Macumba africana.

É amigo, finalmente Kleber Milk descobriu o porquê do jejum de gols do nosso glorioso Obina. Eto’o, cansado das comparações que ameaçavam o seu posto de principal jogador africano no futebol mundial mandou fazer uma macumba direto da África (original Cappelli, original), e em um golpe sujo, TROCOU OS PÉS nosso ANJO NEGRO. O pé esquerdo está no lugar do direito e vice-versa. Isso explica aquele chute que nosso atacante mandou a bola na lateral, mesmo estando na cara do gol, na pequena área. A Maior do Mundo está mobilizando suas massas para reverter a mandinga. Defesas desse meu Brasil, ELE VAI VOLTAR!

3 – Agora Falando Sério...

Como dizia Chico Buarque, preferia não falar... No final do jogo a torcida do MENGÂO entoou o grito “Time sem vergonha”. Isso resume tudo. Esse elenco protagonizou tantos vexames que já não se importa mais de perder. Eles sabem que nada acontece, continuam sendo vendidos como “um dos melhores elencos do Brasil”, etc. Mas o fato é que já deu, o prazo de validade já está vencido, se o INMETRO baixar na Gávea vai proibir muita gente ali de continuar exercendo a profissão. Não tem jeito, enquanto não reformular o elenco, com inteligência, enxugando a folha de pagamento, só mantendo no time quem quiser jogar mesmo, vamos sofrer.

4 – Hora do Pesadelo

A torcida do Flor está dizendo que o “Fred vai te pegar”, numa referência à genial franquia de filmes da Hora do Pesadelo. Acho que a Pl(g)ayboizada devia buscar na locadora e rever as aventuras do Fred Kruger, para lembrar que ele começa matando geral mas sempre perde no final do filme.

Saudações Rubro Negras

Josué Medeiros

Clássico é clássico e vice- versa

Por André Jamaica

Meu patrão, pois é, eu tenho um patrão, me ameaçou de demissão por justa causa caso eu não retornasse imediatamente ao trabalho para o qual sou muitíssimo bem remunerado.

Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, cá estou eu para falar das mazelas do Mais Querido do Brasil.
Ontem eu não comprei pão, não comi bolinho de bacalhau e não beijei mulher de bigode pra não dar confiança. E contei todas as piadas de português que eu pude lembrar. Só de raiva.

Vamos ao jogo. Achei justas as expulsões. Isso é o que acontece quando as regras são aplicadas à risca. O problema é que, o mesmo árbitro do domingo, vai usar um outro critério na próxima partida em que arbitrar. É isso que dá confusão.

O Flamengo poderia ter mudado a história do jogo. Perdeu dois contra- ataques logo depois da expulsão do Willians. Depois viu o Vasco perder seu melhor jogador aos 33 do primeiro tempo. Igualdade numérica com a vantagem de que, com a expulsão do Carlos Alberto, a cabeça da serpente estava cortada.

Mas faltou competência aos armadores, Leonardo Moura e Ibson. Aí não dá pra botar a culpa no Josiel ou no Zé Roberto porque a bola não chegava até eles. Aliás, o Léo Moura bem que podia fazer o favor de ensinar o Éverton a fazer um cruzamento decente. Erra todos.

E o que foi aquela pedaladinha ridícula do Bruno? Acho que ele é muito bom goleiro, com potencial pra jogar na Europa e beliscar uma amarelinha, mas a cada dia me convenço de que ele é um fanfarrão.

Amanhã o Flamengo faz um jogo de vida ou morte com o Madureira. Uma eliminação tão precoce vai fazer os muros da Gávea cairem. Mas como já escrevi aqui, Carioca, pra mim, é preparação pro Brasileiro. Espero que o Flamengo não esteja se preparando pra ser rebaixado.

Mandar o Cuca embora? Pra contratar quem? Com quê dinheiro?

Por falar em dinheiro, o Sr. Rogério Cappelli sabe que os salários do jogadores da Unimed ( Fred, Conca, Thiago Neves, Leandro Amaral, Diguinho e Jaílton) estão em dia e

os salários do restante do elenco está atrasado? Já falei, reze para a Unimed nunca abandonar as Laranjeiras porque, caso isso ocorra, o Fluminense vai virar um Flamengo...

Brasileiro é obrigação!

domingo, 22 de março de 2009

Dando 1 gol de vantagem...

Fidalgos tricolores, como bem sabemos e aprendemos através de nossa ilibada educação, não há vitória quando a luta não é justa. Não podemos tratar igualmente à todos, tendo em vista que as desigualdades saltam aos olhos até mesmo de um cegueta de berço. É necessário que existam medidas especiais para os desfavorecidos e discriminados de nosso país varonil, o que seria em nosso caso uma espécie de cota que nós, tricolores, oferecemos aos times pequenos para que tenham chance de serem alguém no campeonato. Sabedores da inferioridade de nossos adversários pequenos, chegamos à conclusão que o mais justo seria oferecer a vantagem de 1 gol para os que nos enfrentam. Esta atitude é digna de nossa nobreza, demonstra toda nossa consciência social e aponta para o caminho da justiça e da oportunidade igual para todos. Foi assim com o Macaé e se repetiu contra o digníssimo Bangu. Demos um gol de lambuja para que, somente a partir daí, passássemos a considerar o início do jogo. É somente após a abertura do score pelo adversário que nosso ilustre Parreira coloca em campo o time que considera o melhor, que deveria entrar em campo desde o início, mas que não entra para que não fique caracterizada a falta de fair play, que é parte fundamental de nossa história futebolística. Na arquibancada a torcida já se acostumou e, a cada jogo, torce para que o adversário pequeno faça seu gol o mais rapidamente possível, para que então possam realmente se animar. Enquanto não tomamos gol fazemos testes, colocamos Jaílton, Maurício e Cia em campo. Após o gol, o Parreira acena com a cabeça e diz: podem começar o show!
E o que dizer de nosso iluminado Fred? Em dois jogos já deixou três redes estufadas, isso sem estar em forma e com dores na virilha. Em tempos de pseudos craques bebês criados pela mídia e balofos bizarros rolando em campo, Fred é um exemplo de equilíbrio, nem tão novo, nem tão gordo e, principalmente, com menos espinhas na cara do que o Keirrison. De todo eles é a minha grande aposta para este ano, pelos seguintes motivos: Ronaldo vai se machucar (nenhum joelho aguenta aquele peso por muito tempo), Keirrison vai ser vendido e virar garoto propaganda do Acnase e o Neymar vai ser, em breve, partido ao meio. Não adianta: Fred chegol.

Agora é esperar tomar o gol na terça contra o Frizão para começar a torcer. Se bem que uma derrota deixaria o Flamengo em maus lençóis, fora da zona de classificação. Acho que é o momento da caridade, de dar oportunidade aos que lutam na adversidade. Um exemplo inquestionável do altruísmo tricolor.


Atenção obesos!

Meus amigos, tenho informações seguras de que está se formando agora, na porta do Parque São Jorge, uma imensa fila de adiposos dispostos a tudo para se pesar na mesma balança que o Ronaldo. Dizer que só precisa perder mais 3 quilinhos para entrar em forma é o cúmulo, o supra sumo da hipocrisia, uma barbaridade contra os seres inteligentes que habitam este planeta. A pança salta a olhos vistos da camisa, impressionante. Fico com a nítida impressão que, o Jamaica ficando em cima desta balança, vai ter peso e percentual de gordura de um triatleta. Duvida?

domingo, 15 de março de 2009

FRED É TRICOLOR...E O EURICO TAMBÉM!!!!

Fidalgos tricolores, estamos salvos. Enquanto a mulambada sofre uma debandada geral em busca de alguns trocados e suplica por algum atacante no elenco, nós estamos resolvidos. Fred é o cara. Sem jogar a muito tempo e com uma pequena contusão, ele acabou com o jogo e nos encheu de esperança, ensinando como é simples colocar a redonda dentro do filó. De nada adiantou a macumba e o olho gordo dos invejosos da cahorrada, dos padeiros e dos...deixa pra lá. Com objetividade e ótimo posicionamento, suspiramos aliviados em razão dos pesadelos presenciados no maraca com o Roger tropeçando na bola ou o Leandro Amaral mais preocupado com a franja do que com o gol. No sábado ele prometeu dois gols para o pai e provou que cumpre suas promessas, um cara em que se pode confiar. Só um salafrário prometeria algo pro pai ou pra mãe se achasse que não poderia cumprir, como é o caso do Gordobina com os acarajés. É questão de tempo: o Fred vai pegar vocês, no campo e nos sonhos.

Parreira mostrou porque entende tudo de futebol e, principalmente, concorda comigo. Quem leu minha última postagem viu que apontei as laterais como nosso principal problema. Não apóiam nem marcam, não acertam nenhum passe. Com o Fluminense perdendo, o que o Parreira fez? Tirou os dois laterais, Mariano e Leandro. Era o que precisava acontecer para o time deslanchar. Com a entrada de Marquinhos, Maicon e leandro Bonfim o time se agigantou e mandou o Macaé de volta para sua bacia de petróleo. Creio ser a primeira vez que um time melhora depois que os dois laterais são sacados, mas é a pura verdade. Não sei não, mas periga um deles aparecer na barca que o Parreira tá construindo. Uma coisa é certa: se o Roger não for o timoneiro, ela não é séria.

Por fim, o fato histórico e marcante do domingo de festa. Como vocês podem ver, devidamente registrado, descobri que o Eurico, depois que o bacalhau virou coisa de segunda, tornou-se tricolor de coração. É o que digo, chega uma hora em que a pessoa desperta pra vida e renasce na tradição fidalga, uma espécie de atestado de amadurecimento. Seja bem vindo, querido Eurico! Estamos de braços abertos. Nunca é tarde para se arrepender das coisas erradas da vida. Dentro em breve, segundo fontes seguras, apresentarei o Andrade que, desgostoso da vida, procura um clube em que seja respeitado e possa apitar um rachão sem ser desprezado por um aprendiz transloucado de goleiro. E o pior: que não cumpre suas promessas!

Piada de Portugues





Sabe aquela piada de português em que o camarada pede pro Manuel (ou Joaquim, não sei) conferir se o pisca alerta está funcionando e o galego responde: Está, não está, está, não está...

Pois é camaradas, depois de um tempo sem contribuir com o blog, de luto pelo sábados de cinzas que o flamengo me proporcionou, sem ânimo nem para postar sobre o nascimento do nosso messias (pois é jamaica, deixamos passar em branco o aniversário do Zico), resolvi versar um pouco sobre a atual situação do Flamengo.

Funciona contra o Invinhema (acho que é assim que escreve), vitória maiúscula, futebol envolvente, não funciona contra a Cabofriense (3 a 1 na marra, jogando mal como sempre), funciona contra o Duque de Caxias, goleada empolgante, time ofensivo, não funciona contra o poderoso Tigres. Podemos ampliar isso, funciona no carioca, Bi-Campeão em 2007/2008, bi eliminado nas oitavas da liberta nos mesmos anos. Funciona no basquete, tetracampeão carioca, campeão brasileiro, campeão sul-americano (é Cappelli, temos esse titulo em várias modalidades), não funciona no futebol. E se o amigo do portuga desliga o carro, e o pisca alerta para de funcionar de vez, chegamos a situação caótica do nosso clube, sem CT, sem projeto de marketing, sem salários em dia: NÃO FUNCIONA MESMO, e isso a muito tempo.

O Cuca até mandou bem com as mexidas que fez, especialmente com a mudança de esquema. Ainda insiste com vícios como o de manter um só atacante quando até o Grêmio do Celso Roth escala dois atacantes (ta bom, ta bom, o Jonas não pode ser chamado de atacante...). Todos os times grandes do Brasil escalam dois atacantes e pelo menos um meia, salvo um ou outro jogo em que "as circunstâncias pedem um meio campo mais congestionado". O fato é que ainda há esperança.

Tem muito rubro negro dizendo que os caras do basquete são um exemplo de amor à camisa, ganharam um grande título com 4 meses de salário atrasado. Concordo. O que acho viagem total é cobrar isso de imbecis como o Bruno, que se acha no direito se xingar o Andrade, se bem que no xingamento ele lembrou que o "Tombra" ganhou tudo como jogador... Bem lembrado, diga-se de passagem.

Por mim exemplo mesmo é a Edinanci, que foi pro Coritiba. Jogadores rubro-negros, Uni-Vos. Façam como o Marcelinho Paraíba, estão insatisfeitos, se mandem, rala, vaza, partiu! Que fique só a molecada da base e operários que sabem que o Flamengo é Flamengo, o maior de todos, e que não há honra maior do que envergar essa manto. Como era o caso do Vandinho, que fez tudo pra ficar e a diretoria fez tudo pra mandar embora. Tenho certeza que vexames que esse elenco protagonizou (não preciso enumerar) não teriam acontecido com um elenco com esse perfil.
Por fim, não precisamos nos preocupar com o Flor. Faz vários anos que esses médicos safados gastam tubos de dinheiro nas tricoletas e mesmo assim nós empatamos com eles em títulos estaduais, fizemos melhores campanhas nos brasileiro, etc. Eles adoram comemorar gols que nada valem como foi com Romário, Edmundo, Ramon, Roger, Pet, Felipe, Thiago Neves, Washington, e agora Fred. Mas títulos que é bom mesmo...

Brasileiro É Obrigação!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Três nomes que traduzem tradição


Fidalgos tricolores, depois de um bom tempo no departamento médico estou de volta, pronto pra treinar novamente com a bola e pegar ritmo de jogo. Volto feliz e esperançoso pela chegada de nosso fidalgo-mór, Carlos Alberto Parreira, o homem dos três nomes que traduzem tradição, tal como nossas cores. Retorno animado também com a possível estréia do Fred que, metralhado pelo seca pimenteira de nossos rivais, teve uma pequena contusão e periga não estreiar no domingo. Só digo uma coisa: não durmam que o Fred vai te pegar. Se o Ronaldão, com 100kg está fazendo gol, imagina nosso novo camisa 9, fininho e cheio de vontade de voltar pra seleção ou garantir um lugarzinho de primeira classe na próxima janela de transferências.

Assisti tossindo bastante ao jogo contra o Volta Redonda e fiquei com a nítida impressão que o time ainda é do Renè. Nosso menino João Paulo na esquerda é bom no apoio, mas deixa sempre uma avenida, que foi muito bem explorada pelo voltaço que, se não fosse tão incopetente, tinha, no mínimo, empatado o jogo. Dizem que o Leandro volta domingo e não sei se fico feliz ou triste. As laterais são hoje nosso grande problema: um esqueceu o futebol no Parque Antártica e o outro parece acompanhar o Aécio nas noitadas cariocas. Resolvendo isso, acho que vamos bem, na média, não mais que isso.

Continuo achando que falta vontade, animação e espírito de grupo vencedor. Vamos ver se o Parreira consegue criar este ambiente, que sua figura na beira do campo represente títulos e glórias e não historinhas com paródias de quinta categoria.


Ê vida boa...

Recebo uma ligação de meu meu grande amigo flamenguista, Piu, com o seguinte comentário:

- Cappelli, advinha quem está dentro da loja da Land Rover, aqui na minha frente, de muletas, escolhendo seu novo possante? Leandro Amaral!

De primeira respondo:

- E você nem pra chutar uma das muletas deste desgraçado que recebe em dia e não está jogando absolutamente nada?

É mesmo uma maravilha ter um plano de saúde da Unimed...

domingo, 8 de março de 2009

Ronaldo é Sinistro!!!


Uma pausa no Cariocão e nas nossas picuinhas regionais para falar de Ronaldo.

O cara é sinistro! Nos meus 37 anos de bola rolando, vi 3 jogadores brasileiros que, de fato, merecem essa alcunha: Zico, Romário e Ronaldo.


Na ocasião de sua primeira contusão grave, antes da Copa de 2002, fui um daqueles que vociferou: "Ronaldo? Tá acabado pro futebol." Como todos sabem, queimei minha língua. Ele foi foi campeão do mundo, artilheiro da copa e melhor jogador do ano.


Na segunda contusão, gato escaldado que sou, jamais duvidei que ele pudesse voltar. Torci por isso, De coração. Ronaldo, sobretudo, me passa a imagem de um cara " sangue bom", maneiro, bom de papo. E gosta de uma cervejinha, né? Os bebuns se identificam e se solidarizam.


Tenho 2 sentimentos nesse momento. O primeiro, de uma alegria sincera em ver o Fenômeno de volta. Feliz, fazendo gol, alma lavada. Só um batalhador, um guerreiro, um predestinado, alcança façanhas como as dele.

O segundo, de inveja. Inveja da torcida do Corinthians. Como eu queria ver o Ronaldo fazendo esse gol com a camisa 9 do Mengão, no Maracanã, empatando no finalzinho um clássico contra o nosso arquinimigo, Vasco da Gama. Seria lindo. Mas como se sabe, o rompimento do Flamengo com a Nike, o empurrou para a Fiel. A Nike não abriu mão de que, no seu retorno, ele vestisse uma camisa com a marca do seu principal patrocinador.


E como sugere o samba de Gonzaguinha: Mas isso não impede que eu repita: É sinistro! É sinistro e é sinistro!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Ídolo


Responda rápido, sem titubear: Quem é o maior ídolo da história do Fluminense? Antes de mais nada devo dizer que esta é uma dúvida trazida por um tricolor. Gabriel é sobretudo um apaixonado por futebol. E me trouxe essa questão como um desabafo. Eu me pergunto: Por quê o Fluminense, em 106 anos de clube, não tem um ídolo incontestável? Por favor, opinem.
Vamos lá: Flamengo tem Zico. O Vasco, Roberto Dinamite. Garrincha é o maior ídolo da história do Botafogo. O Fluminense tem o... o... Pois é. Não tem.
Gabriel citou o goleiro Castillo que, protagonizou uma história de amor ao clube. Depois decontundir seu dedo mínimo esquerdo pediu ao médico que o amputasse para que ele não ficasse de fora de uma partida do tricolor. Salvo erro, era uma final de campeonato.

Argumento com o Gabriel que, é a primeira vez que eu ouço um tricolor falar no nome do goleiro.

Pergunto a ele se a nova geração de tricolores conhece Castillo? Ele responde que sim com um tom de voz que não convence ninguém...
Elegi 6 tricolores do meu convívio ( Cappelli ficou de fora) e fiz duas perguntas: Quem foi Castillo? Quem é o maior ídolo da história do Fluminense?

Devo dizer que os 6 tricolores são frequentadores assíduos do Maraca. 4 deles, são sócios do clube. Vamos as respostas.
Dos 6, apenas um não sabia me dizer quem foi o Castillo.
Dos 6 abordados, 1 citou Castillo como maior ídolo do clube. 1 citou Telê Santana, o Fio de Esperança. 3 citaram Rivellino. E 1 citou Renato Gaúcho, muito provavelmente por gaiatice.
Bom, Telê Santana fez 557 partidas e marcou 162 gols pelo Fluminense e conquistou os seguintes títulos: Campeonato carioca de 51 e 59, Torneio Rio- São Paulo de 57 e Copa Rio ( internacional) de 52.
Rivellino, a Patada Atômica? Mas ele não é o maior ídolo da história do Corinthians?
E Renato Gaúcho, o Renight, não é o maior ídolo da história do Grêmio?

Gostaria de ouvir outras opiniões. Pergunte ao seu vizinho, ao seu colega de trabalho, ao jornaleiro, a quem quer que seja: Quem é o maior ídolo da história do Fluminense? E não se esqueça de advertir: Responda sem titubear. Se parar pra pensar, é porque não é ídolo incontestável.