Uma análise passional do esporte bretão. Não entendeu o nome do Blog? Clica nesse endereço: http://saladopano.blogspot.com/2009/01/enfim-o-ano-vai-comear.html
Tabela do Brasileiro
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Time TRIpolar
Trem Bala Neurótico
A rodada foi boa para o Vasco. O Trem Bala da Colina passou novamente por cima do Avaí e mostrou que a sua fiel freguesia vai além do Palmeiras. O Botafogo, que estava na cola do Vasco, sentiu os desfalques de Loco Abreu e Elkson e perdeu para o Internacional. A cachorrada ficou para trás e nesse exato momento começa a comer poeira. O Fluminense venceu, mas isso não faz a menor diferença para o campeonato. Pensando melhor, foi até bom para o Vasco, que vai enfrentar o tricolor menos pilhado por uma vitória, para fugir da crise.
Quanto aos que estão na frente do Gigante da Colina, o Flamengo ruiu diante do poderoso Atlético Goianiense, com o pé-quente do Leandrinho (coadjuvante absoluto da NBA) no camarote, ao lado do Ronaldinho Gaúcho. As ausências do dentuço e do gênio do meio-campo Renato Abreu não justificam a goelada imposta por uma equipe cuja pretensão é não cair para a segunda divisão. Para piorar o quadro, o urubu caiu de quatro em casa.
O São Paulo, concorrente direto pelo título, empatou com a superpotência América-MG e agora tem o mesmo número de pontos do time cruzmaltino (embora na frente desse, em virtude dos insignificantes critérios de desempate). O único resultado desfavorável para o Vasco foi a vitória do Corinthians, num jogo em que os paulistas perdiam por 2 a 0 para o Atlético Mineiro – que, por sua vez, mostrou a autoestima típica dos times dirigidos pelo Cuca (“não vai dar...”).
Nesse momento, o Vasco está em quarto, a um ponto do segundo colocado e a quatro pontos do líder. O Gigante da Colina venceu sete das últimas nove partidas e vem de um título nacional (o da Copa do Brasil). O São Paulo está completamente irregular e só se encontra na terceira posição porque adquiriu uma boa gordura nas primeiras rodadas do campeonato (como um belo cavalo paraguaio, teve uma sequência impressionante de vitórias, até encontrar a realidade, que é dura). O Flamengo, antes de perder para o Atlético “Barcelona” Goianiense, já havia empatado com o Figueirense "Brazil Samba Football". Quanto ao líder Corinthians, que conquistou pouquíssimos pontos nos últimos jogos, não acredito em times que precisam de viradas heroicas para vencer adversários decadentes.
Como se diz no idioma babaca dos economistas (responsáveis por uma espécie de “esperanto de mercado”), o Vasco está num viés de alta, diferentemente dos seus claudicantes adversários pelo título. Já falei aqui que o desestabilizado Fluminense será o seu próximo adversário. Está muito claro que o time das elites cariocas rende muito mais quando Fred “Nights”, o rei da caipirinha, não joga. A torcida vascaína já começou a campanha “Joga, Fred!”. E ele vai jogar!
P. S. A FLA-PRESS está cada vez mais engraçada. Sumiram do site Globo Esporte.com as matérias sobre a derrota da urubuzada . É como se a partida não houvesse acontecido...
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
40 anos de futebol, Neguim! Parte I
Vou começar pela primeira Copa do Mundo da qual tenho recordação: A Copa de 78, na Argentina. Tinha 7 anos e lembro de muitas coisas. Do gramado sempre cheio de papel picado, do Brasil jogando de mangas compridas, da bomba de canhota do Dirceu, da numeração em ordem alfabética da seleção argentina ( Fillol, o goleiro, era o número 5 e Ardilles, volante, era o número 1), do matador argentino Mario Kempes, artilheiro daquela copa, se não me trai a memória. E da seleção holandesa. Me invejem, amantes do esporte bretão: Eu vi o Carrossel Holandês jogar!
Também em 78 vivi minha primeira grande emoção no futebol com o gol de Rondinelli na final do carioca, contra o Vasco. Me lembro dos meus irmãos ouvindo o jogo pela rádio Nacional, na voz de um narrador esportivo chamado Jose Carlos Araújo. E da explosão, no grito de gol, na alegria, nos abraços. Me jogaram pro alto ( ainda bem que lembraram de me pegar), me vestiram com a camisa do Mengão e me exibiram pelo bairro. Inesquecível! Era a primeira vez que sentia na alma a " alegria de ser rubro- negro."
80 foi o ano do primeiro brasileirão do Mengão! Emocionante! Gol do título nos minutos finais. Duelo entre as 2 melhores equipes do Brasil, Flamengo e Atlético Mineiro e, que serviriam de base para a inesquecível seleção de 82. Pela primeira vez o futebol me fez chorar.
Em 81, fiz minha estreia no Maracanã. Até hoje tenho na cabeça a emoção que senti quando vi crescer diante dos meus olhos, aquele gramado verdinho. Os repórteres, a torcida, tudo era mágico. Não custa lembrar que era um época de Maracanã para mais de 150.000 torcedores. Tempo em que Flamengo e Olaria, no Maraca, dava 50.000 pessoas mole, mole. Era um jogo de campeonato carioca, contra o Vasco. Rondinelli, Deus da Raça e Orlando Lelé, zagueiro vascaíno conhecido por ser a vítima preferencial do excelente ponta esquerda rubro- negro, Julio César Uri Gueller, foram expulsos no primeiro minuto de jogo. Flamengo venceu por 2 a 0, gols de Adílio e Júnior. Inesquecível!
Em 81 também foi o ano do Mengão campeão da Libertadores e lembro do meu irmão Neca, acendendo uma vela pra São Jorge na final contra o Cobreloa: " Vamos meu São Jorge! Sua cor é preta e vermelha! Eu sei que é!" Ele repetia. Eu achava graça naquilo. E, pelo sim, pelo não, repetia, em pensamento, suas palavras.
Na final do Mundial, no mesmo ano, caiu um dilúvio na Baixada. E casa de pobre, na Baixada, em dia de dilúvio, sem Noé pra dar carona na arca, não pode dar em outra coisa: Entrou água na minha casa. Pro quadro ficar completo, faltou energia. Meus irmãos passaram a noite levantando os móveis, vigiando a entrada de cobras na casa ( é verdade, senhores), pegando uma ou outra rã que surgisse ( pra fazer com farofa no dia seguinte. hum... delícia) quando a luz voltou, a televisão foi imediatamente ligada mas só conseguiu- se ver os minutos finais. O Mengão já vencia por 3 a 0. Aos 10 anos de idade eu já era campeão do Mundo. Desculpa aê!
82 foi um ano bem legal! Estava mais " maduro" para a Copa do Mundo e a vivi intensamente! Eu colecionava um álbum da copa dos Chicletes Ping Pong. Você comprava o álbum e as figurinhas vinham no chiclete. Era uma febre. Como não se tinha dinheiro pro chiclete nosso de todo dia, fazíamos uma blitz pelas portas dos botecos e padarias, olhando atentamente para o chão, em busca de figurinhas.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Leitão à pururuca
Palmeiras é time amigo e já quebrou o galho do Vasco várias vezes, como na histórica final da Copa Mercosul de 2000 e na decisão do Brasileiro de 1997. Antes do jogo de quarta passada, válido pela Copa Sul-Americana, a precária imprensa esportiva anunciava o duelo entre Juninho Pernambucano e Marcos Assunção, em São Januário. Piada absoluta. O reizinho da colina já foi até considerado por um físico inglês – pesquisador do futebol e acadêmico respeitado – como o maior batedor de faltas de todos os tempos. Não que eu acredite em cientista falando sobre futebol, mas essa é uma informação da qual vascaíno nenhum pode prescindir... Além de aterrorizar o simpático goleiro Marcos com suas cobranças de falta, Juninho fez o papel de maestro do time. No segundo tempo, quando Felipe entrou em campo, o brilho dos anos 1990 parecia estar de volta.
Com a dupla formando o meio-campo dos sonhos – e tendo em Felipe um jogador mais decisivo –, o Vasco marcou dois gols e selou a vitória sobre a porcada. O time vascaíno nem estava com muita vontade de ganhar. As arquibancadas do histórico estádio estavam vazias e o maior prêmio oferecido ao vencedor da Copa Sul-Americana é a vaga na Libertadores da América – que o Vasco já tem.
Nesse sentido, o gol de Diego Souza, que jogava muito mal, foi meio sem querer: ainda bem que gol de pescoço também vale... No fim, o caneludo do Élton, que vinha desfilando um repertório variadíssimo de finalizações equivocadas, deixou o dele e, de que quebra, ganhou de vez a vaga do Alecsandro. Mas nenhum dos dois me engana: num domingo desses, o seis pode recuperar a vaga perdida para o meia-dúzia.
Ontem, o porco foi mais uma vez assado e servido numa bandeja em São Januário, com maçã na boca e tudo. Dessa vez o jogo foi mais duro; estava claro que o campeonato era outro e que o jogo valia as primeiras posições do Brasileirão. O Palmeiras chegou a dar trabalho com o 22 do Kléber – que parece entrar trincado em todas as partidas – e com o “mago” Valdívia (que está precisando se reciclar com o Mister M ou com o Herculano Quintanilha). O time do Vasco até perdeu a cabeça em certos momentos, quando apelou para a violência.
Mas foi só Ricardo Gomes – o Rinus Michels da colina – colocar Leandro e Bernardo em campo no segundo tempo e a situação melhorou. Saíram, respectivamente, Juninho (já sem fôlego) e Éder Luiz (estranhamente inoperante). A equipe ganhou em movimentação e passou a prender mais a bola no ataque. O gol saiu de uma bela cobrança de falta de Bernardo, o reserva-artilheiro, que comemorou de forma maravilhosamente demagógica: socos no peito, gritos para a torcida, camisa esticada com as duas mãos etc. Esses eu conheço bem: costumam sair à primeira oferta feita por outro clube do Brasil.
No G-4 do Campeonato Brasileiro, o Vasco teria duas vagas para a Libertadores da América caso a competição nacional terminasse hoje. Praticamente garantido na próxima fase da Copa Sul-Americana, pode, por meio desse torneio xumbrega, garantir a sua terceira vaga para a competição de clubes mais valorizada das Américas. Por essa razão, os vascaínos estão dizendo por aí que não são mais torcedores e sim guardadores de carro – afinal, o Vasco está vendendo vagas...
P.S. No domingo, os jogadores do Vasco receberam o seus pais para um almoço de confraternização. Preciso dizer qual foi o prato?
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Quanto vale a sua seleção? Ou vc tem paixão pela seleção brasileira?
Aproveitando a deixa de mais uma vexame da seleção do Mando e do Ricardo Teixeira, finalmente apresento um texto que começou a ser formatado na Argentina, no meio da Copa América.
Nossa primeira peleja foi entre os donos da casa e os colombianos, no dia 06 de Julho. Sobre o que aconteceu nas quatro linhas, já escrevi. Mas quase nada falei sobre o que ocorreu fora do campo.
No primeiro texto não falei muito da cancha, que é como nossos hermanos chamam os Estádios. A cancha fica em Santa Fé, mais ou menos 5 horas de Buenos Aires. É um Estádio pequeno, para 37 mil pessoas.
Nós ficamos nas populares, que correspondem às nossas arquibancadas. Já de cara um contraste com a situação brasileira. As populares são todas de cimento. Nenhum lugar numerado. Nenhuma cadeira. E mesmo assim recebe jogos internacionais. Ou seja, porque nos dobramos à Fifa nessa babaquice de acabar com a nossa boa e velha bancada?? Esta pergunta tem relação com aquela que fiz no titulo, e daqui a pouco tentamos responde-las.
Bom, ainda do lado de fora nos deparamos com um fenômeno surpreendente. Trata-se das Hinchadas Unidas Argentinas. (HUA). Hinchas é como se chamam os torcedores em nosso país vizinho. No caso da HUA, temos um conjunto de torcedores argentinos que se juntaram com um duplo propósito. Ao que parece existe uma vinculação política com o casal Kirchner que é difícil de ser decifrada por qualquer um que não seja argentino, e por isso vou passar batido por ela.
O que nos importa aqui é a segunda dimensão. Os membros da HUA são, por obvio, hinchas de seus clubes. Mais do que isso. Eles são das hinchadas organizadas dos seus times. O que temos aqui, então, é que a galera do Boca e do River, do Independiente e do Racing, e de todos os outros times que são rivais e que brigam fisicamente no cotidiano se unificam para torcer por suas seleções.
Os caras tem um casaco azul e branco escrito Hinchadas Unidas Argentinas, com o escudo do clube do coração na frente. Eles colocam uma faixa gigante no estádio com o escudo de todos os clubes. Além disso, cada um pode estender faixas menores com o escudo do time que preferem.
Se não bastasse toda esta organização, temos ainda o lado passional. Os hinchas unidos cantam o jogo todo várias músicas de apoio a sua seleção. Músicas de todo o tipo, desde aquelas simples, que exigem a vitória e a raça, até cantos contra os ingleses por conta da questão das Malvinas, passando por canções que exaltam o Maradona contra o Pelé.
Em suma, a paixão dos nossos Hermanos por sua seleção me impressionou demais.
Voltemos então às questões que levantei acima. A união das torcidas organizadas no Brasil não é algo impensável. Várias torcidas de times diferentes mantém laços entre si. Inclusive 12 organizadas (Ceará, Atlético-Go, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Vasco, Flu, entre outras) fundaram a Confederação das Torcidas Organizadas do Brasil, com a singela pauta do Fora Ricardo Teixeira.
Minha questão é: a seleção brasileira hoje está a anos luz de distância do povo brasileiro. Tá, tá, eu sei que isso é meio óbvio. Mas ainda assim, precisamos conversar sobre isso.
Vários fatores provocaram este distanciamento. Alguns se reproduzem em nossos Hermanos. A seleção da Copa América não tem nenhum jogador do Flamengo, do Corinthians, do Palmeiras ou do Vasco. Das 5 maiores torcidas, apenas o São Paulo tem representante. Inter, Cruzerio, Galo também não tem ninguém. Grêmio e Botafogo só tiveram seus goleiros convocados. Além do São Paulo somente os torcedores de Santos e Fluminense podem se dar por satisfeitos nesse quesito.
Mas como eu disse, a europeização do futebol não é exclusividade brasileira. Messi nunca jogou em um clube na Argentina. Mas é isso, o cara joga no Barcelona, e é o Messi, O problema é agente aturar o Jadson, do Shaktar não sei o que lá.
Outro fenômeno comum é a eternização de dirigentes nas federações nacionais de Brasil e Argentina, aliado a pouca transparência que estes dirigentes dão aos seus reinados. Acontece aqui e alhures. E ainda assim nossos rivais se mobilizam pela sua seleção.
Temos ainda o problema dos preços dos ingressos. Quem pagou para ver a seleção contra a Holanda em Goiânia desembolsou pelo menos R$150 reais. Aqui, na Copa América, o sujeito paga pra ver o Messi algo próximo de 30 reais.
A pluralidade da mídia é outro tópico que merece ser mobilizado. O monopólio que a globo exerce sobre o que deveria ser um patrimônio do povo é absurdo. E a relação de troca é evidente: Mano Menezes não ganhou um jogo importante, e não é alvo de nenhuma crítica por parte do principal grupo de mídia brasileiro. As absurdas opções táticas e técnicas do nosso treinador, como por exemplo a escalação do Fernandinho (?????????) no lugar do Ganso são elogiadas ad infinitun. Quando já estava 2 a zero para a Alemanha, Galvão falava que a escalação do Fernandinho foi acertada porque a defesa brasileira ficou consistente. Isto quanto já tínhamos tomado dois gols.
Na Argentina ocorre o contrário. A cornetagem é eterna. Batista não foi aceito em momento algum. Messi é questionado como grande ídolo constantemente.
Enfim, nossa seleção vale 150 reais? Vale aturar o Galvão impunemente? Vale assistir Jadsons e Fernandinhos? Vale ver nossos Estádios sendo destruídos em nome de um padrão Europeu?
Quarteto mágico
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
De onde menos se espera....
O texto faz uma análise do caso pela ponto de vista da psicanálise lacaniana ( hã?), pois é. A teoria do imaginário. Acreditem, é muito bom! Em suma, ele condena com veemência atitudes como essas, de torcedores que, por falta de trabalho, de sexo, ou das duas coisas, ficam perseguindo e/ou ameaçando jogadores. Além de fazer uma crítica feroz à leniência da imprensa com esses marginais. Tentei achá- lo na internet e não consegui. Me senti tentado a digitá- lo aqui no blog. Mas, no momento, não tava afim de ter esse trabalho. Mas recomendo e, muito, o texto.
Aliás, falando em Bandidada das Organizadas, meu amigo Tavito, aqui da Baixada, me contou uma ontem. Ele é um tricolor rôxo, rôxo não, grená, que sempre vai aos jogos do Flu, em São Paulo ou Minas, com sua possante Pajero. E lá estava ele assistindo, in loco, a Flu e América MG.
Me contou ele que alguns tricolores estederam uma faixa em apoio ao Fred que dizia, se não me falha a memória: " Fred, você é nosso ídolo. Fica!" Tavito disse que minutos depois da faixa estendida, alguns integrantes da principal quadrilha do Fluminense, foram em direção a esses torcedores, mandando retirar a faixa e ameaçando geral. Os torcedores encararam, se recusaram a tirar a faixa e ameaçaram chamar a polícia. Aí, os bandidos " botaram o galho dentro", não sem antes, renovar o repertório de ameaças. E ainda tem gente de bem que faz questão de ficar ao lado dessa gente na arquibancada...
Aliás, quando o jogador bebe, dá um rolê, vai no samba, no baile funk e joga mal, a imprensa diz que foi culpa da noitada. Mas quando o cara arrebenta, a imprensa não diz: " O jogador fulano, que esta semana curtiu uma roda de samba, bebeu umas biritas com os amigos, entrou na partida completamente relaxado, desestressado, acabou com o jogo! O que não faz uma boa terapia de botequim!"
Luxemburgo está esfregando as mãos pra assumir a seleção...
sábado, 6 de agosto de 2011
Hei, FRED!
FRED LABEL de folga |