quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Melhorar muito pra ficar mais ou menos...

Fidalgos tricolores, após estar nos principais salões nobres carnavalescos desta terra de São Sebastião me encaminhei para o Mário Filho, nesta quarta, na esperança de ganhar mais um dia de esbórnia. Com apenas 1 minuto de jogo Thiago Neves me fez crer que a folia ia ser completa, que o bloco tricolor iria atropelar os cachorros que estivessem pelo caminho. Mas ele, de cara pro gol, desafinou e acabou sumindo durante os outros 89 minutos. Me parece que a Alemanha mexeu com seu ritmo, padronizou seu talento e, o mais importante, acrescentou novos ingredientes à sua dieta. Strudels e apfelstrudels andam fazendo diferença na sua perna esquerda, disso não tenho dúvida. Mas não tem problema: assim que devolverem as malas dele extraviadas do Hamburgo, onde estavam guardadas todas as suas habilidades, ele rensace. Aguardemos.



Renè Simões deve estar desconsolado. Eu mesmo já chamei ele aqui de burro mas como estou sempre em constante reflexão dialética, reorganizo minhas idéias. Tenho convicção de que nem mesmo se o time todo tivesse assistido aos treinos secretos do Botafogo e ouvido a preleção do Nei Franco teria feito algo diferente. É uma espécie de analfabetismo funcional da bola. Eles compreendem que ela redonda e que o gol é o objetivo, mas desconhecem os caminhos pra chegar até lá e tem extrema dificuldade de interpretar os lances cruciais. Sabem usar a caneta mas não sabem construir um texto, um conjunto organizado de idéias. Seus chutões constantes e sem direção impedem que as letras se juntem e formem a palavra fundamental: gol. Após o jogo, Fernando Henrique disse que aconteceu exatamente o que o Renè tinha falado que ia acontecer. Aí eu me pergunto: o que fazer quando você mostra tudo que vai acontecer e o sujeito, fazendo sinal de positivo com a cabeça enquanto você fala, entra em campo e já não se lembra mais nem se amarrou a chuteira? Acho que os jogadores do tricolor vieram das escolas municipais ainda em época de aprovação automática: chegaram aos profissionais sem saber ler e escrever. E pra isso, Celso Barros, não tem remédio.


Sobrou ração

É impressionante como a torcida do Botafogo não aparece nunca no maracanã. As arquibancadas amarelas estavam às moscas e a verde sequer fechava.


Fim dos tempos

O que esperar de um time em que o Roger entra no Lugar do leandro Amaral como a grande esperança de gol?

Num Fred (trocadilho fidalgo)

Quando ele chegar, se ele chegar, vai ser um alento.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Jamaica abaixo de zero


O Jamaica resolveu aderir à promessa do goleiro Bruno e prometeu não cortar o cabelo até o Flamengo se tornar campeão brasileiro ou ganhar algum título de expressão. Fiz uma projeção sua, aos 93 anos.
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Perdoem-me, fidalgos tricolores, pelo linguajar raivoso e sentido de nossos filhos. O animal acuado, sabendo que corre o risco de ser eliminado, ataca instintivamente, sem raciocinar. Entendam, não é culpa dele. Relevem o desespero e a insanidade de alguém que acredita que um time com Josiel, Obina e Zé Roberto pode ser campeão brasileiro. Um sujeito desse deve acreditar que, um dia, o Bush pode virar um intelectual ou que a Heloísa Helena pode se filiar ao DEM. Isso me dá motivos suficientes para crer que, aos 37 anos, ele ainda deve escrever carta pro Papai Noel e procurar, saltitante e serelepe, os ovinhos de páscoa escondidos pelo coelhinho que ele nunca achou. Nem nunca vai achar. Assim como o brasileiro nunca vai chegar. Não serei eu que contarei a verdade e estragarei sua alegria, longe de mim uma atitude dessa. Pra algumas pessoas, a ignorância é uma bênção.

Ainda que um dia grandes, há muito tempo atrás, eles vivem na esquizofrenia aguda de um passado outrora glorioso. Ser Flamengo é o que podemos dizer de uma pessoa que sofre de uma síndrome de Peter Pan futebolística, uma espécie de adulto que se recusa a crescer e vive eternamente no estádio da Terra do Nunca. Na boca de um flamenguista, "brasileiro é obrigação" deve ser entendido da mesma maneira que um "abaixo o capitalismo", "todo apoio aos povos da floresta" ou, "salvem as baleias": até gostariam que acontecesse, mas têm certeza que morrerão vendo os bancos lucrarem cada vez mais, os índios virarem adubo e as baleias servirem de entrada para os jantares chineses. O meu medo é começarem a amarrar bombas nas cinturas com a certeza de rumar para o paraíso, ou juntar todas as economias e dar de bandeja ao Bispo Macedo, só pra se livrar do encosto que faz beber e fumar, que acaba com sua vida financeira e sentimental. Eu tenho medo!

Pra minha tristeza, meu amigo jamaicano parece se respaldar nos números e datas para argumentar. Deve estar fazendo escola com o PVC ou o Mílton Neves e, daqui a pouco, vai relembrar o inesquecível time da Ferroviária de 36. Em tempos de supremacia do lado mercantil, ele se torna instrumento, sem perceber que, o que resgato, é a emoção do comentário, o sentimento do torcedor, com bom humor e ironia, sem nenhuma intenção de isenção ou neutralidade. Não se lê mais nada nos jornais sem que seja sobre contratos, esquemas, transações, datas e tantas outras coisas que qualquer burocrata com tempo pode se tornar doutor em dias. Meu amigo, deixe de lado o livro de estatísticas que você ganhou e deixe de ser um especialista em números, pois os matemáticos são sempre ignorantes. Samba e burocracia não combinam. Espero, com grande ansiedade, uma crônica sua de amor ao seu time. Até agora, só temos frieza, raiva e insanidade. E eu entendo: deve ser difícil acreditar em algo que sabemos que nunca vai se realizar...

Tem maluco pra tudo!


Tenho medo de algumas coisas na vida. De maluco, por exemplo. Maluco é aquele que enquanto você está dormindo, pode jogar água fervendo no seu ouvido, jogar gasolina e riscar o palito, essas coisas. Morro de medo.


Só duas coisas podem explicar um texto como " Flamenguistas em pânico". Uma delas é achar que o Sr. Rogério Garcia Cappelli está maluco. E com maluco a gente não discute. Concorda, encerra o assunto porque ele pode jogar uma pedra na gente. E todo psquiatra recomenda não contrariar.


A outra, que me parece mais próxima da verdade, explica esse texto como a personificação da mediocridade tricolor. Os caras ficam ' excitadinhos' com a possibilidade de encarar o Flamengo numa semifinal de Taça Guanabara do Campeonato Carioca. Possibilidade? Semifinal? Taça Guanabara? Campeonato Carioca?


Apenas nesta década, o rubro- negro foi campeão regional 5 vezes. A gente tá de saco cheio. Chega de ganhar este campeonato! Ano passado iniciamos a campanha " Brasileiro é obrigação!" porque queremos conquistas condizentes com a grandeza do clube mais popular do país do futebol. Nos incomoda profundamente não ganharmos esse título há 16 anos. Queremos ser campeões da Libertadores novamente. Queremos ser Campeões do Mundo novamente.

E já escrevi em outro texto, neste mesmo blog: Para o Flamengo, Campeonato Carioca é preparação pro Brasileiro. Tá incluso na pré- temporada.


O Fluminense tem 1 título brasileiro. 1 conquista tem também Guarani, Bahia, Atlético Paranaense, Coritiba...

Em âmbito nacional o Tricolor se equivale a essas equipes. Alguém já viu torcedor do Fluminense reclamado que não ganha o Brasileiro há 24 anos? Pois é. Não reclamam porque a ambição é do tamanho da grandeza do clube. Eles se dão por satisfeitos em vencer o Flamengo numa semifinal de Taça Guanabara...


Só pra encher o saco: O Flamengo tem quatro dos cinco maiores públicos da história do Brasileirão. Não tem apenas o terceiro maior que é Fluminense e Corinthians , no Maracanã, em 1976. E sabem como esse jogo é conhecido? " A Invasão Corinthiana." Ê micão!


Sobre este dia, disse Nelson Rodrigues: " A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: ' O Rio é uma cidade ocupada!" " Houve um momento em que me senti um estrangeiro na doce terra carioca"


Nós, rubro- negros, nos orgulhamos de unir o futebol carioca. São todos contra nós. Unidos. De mãos dadas. A famosa torcida Arco- Íris. Sentem mais prazer com a derrota do noso clube do que com a vitória do clube deles. Adoramos essa responsabilidade. E não abrimos mão de sermos protagonistas. Quando o Flamengo perde, é o vilão que se deu mal. Quando vence, é o herói que teve o final feliz. O restante ganha no máximo, um Oscar de ' Melhor ator coadjuvante..."


PS: Fala Josh! Sua presença é certeza de uma discussão em nível melhor do que a que está sendo proposta por aqui.


PS1: Não mais responderei aos ataques gratuitos e chiliquentos. Esse negócio de " passional" só podia ser coisa de tricolor.


Brasileiro é obrigação!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Estréia, Clássico, Lei Áurea...

Camaradas Rubro Negros, e fregueses de sempre. Finalmente chegou a hora da minha primeira contribuição a esse blog de elite. Meu atraso se deve a uma mudança que deu muito trabalho, e me custou uma semana sem internet, além de um profundo desânimo com o mais querido do Brasil, especialmente após 2008, muitas expectativas, igual número de frustrações.

Em minha defesa vale lembrar que o campeonato carioca também não ajuda. Tapetão, erros de arbitragem para todos os gostos e uma incontestável hegemonia do Pentacampeão, com seis títulos nos últimos dez anos, 4 tricampeonatos e os 30 títulos igualando o pó de arroz (que sabidamente disputou muito mais vezes o Estadual) levam muitos rubro-negros ao cansaço com esse campeonato que sempre para na Gávea.

Vamos ao ponto. Assisti ao jogo de hoje nas arquibancadas brancas, bem no meio de campo, porque fui ao maraca com minha namorada, botafoguense, típico caso de sorte no amor e azar no jogo. Dizem que é o melhor lugar do estádio para assistir ao jogo, e na verdade eu não gostei do que vi. Especialmente porque o clássico confirmou minha discordância com relação ao apelido que o amigo Jamaica colou no Cuca: O exorcista.

O Flamengo de Cuca mantém os mesmo vícios que o Nei Franco trouxe em 2006 ainda. Um atacante só, muitos volantes, dependência dos alas. O pior é que hoje sequer tínhamos a maior virtude, o Juan, e por mais que o Egídio seja esforçado, ele é no máximo nota 6. Pela direita, nosso moicano insiste em cortar bolas para o meio, em enfeitar suas boas arrancadas com inúteis dribles de letra. Não acertou nenhum dos poucos cruzamentos que deu hoje. Nosso jogador que mais atacou (sic) pelo lado direito foi o Willians, que também errou tudo. E mesmo com tantos volantes, tomamos um gol ridículo, numa tabela em que os chorões do botafogo não foram incomodados. E poderiam ter sido mais gols se eles não fossem tão incompetentes.

Jonatas pode funcionar de meia se alguém convencê-lo de que é possível tocar a bola sem ser de três dedos, ou de trivela, ou passe de 50 metros. Quando simplificou, especialmente nos chutes, foi o mais perigoso. Barack Obina está totalmente perdido com a crise econômica, o pênalti perdido foi só o detalhe final de uma partida lamentável. Por fim, para fechar as reclamações, Zé Roberto. Nosso camisa 51 uma boa idéia está longe de ser aquele jogador participativo, que incomodava as defesas, com movimentação constante e imprevisível, que o fez ser vendido para a Alemanha. Também pudera, ele está jogando de segundo atacante, de costas para o gol, não consegue nem armar as jogadas nem encostar no Obina para que pelo menos uma tabela saia. Cuca está cometendo o mesmo erro de todos os treinadores do Flamengo, primeiro com o Renato Augusto, depois com Marcelinho Paraíba.

De positivo, Fábio Luciano, absoluto. Ibson, novamente o motorzinho do nosso meio campo. Bruno, que acerta tudo nas saídas de bola, deu até pena do Renan e seus chutões sempre no peito ou na cabeça de algum jogador do mais querido. Josiel, com presença de área, coisa que o Obina não tem nem nunca teve, incomodou a defesa alvinegra e marcou o gol de empate. O melhor do jogo foi ver o Mengão, como sempre, ser ofensivo e não desistir de buscar o empate, mesmo mal escalado mais uma vez.

Esse ímpeto ofensivo, nosso elenco com várias opções, a força da torcida, enfim, os ingredientes que nos levaram a essa campanha invicta podem ser suficientes para ganhar o PENTATRI do carioca. Mas certamente não serão para uma campanha que nos leve de volta ao topo do Brasileirão, com o tão sonhado Hexa. O Flamengo continua um time previsível, fácil de se marcar, com pouca movimentação. Nossa defesa continua exposta, mesmo com tantos volantes. E o time continua se perdendo em vários momentos do jogo. Ou alguém acha mesmo que dá pra chamar a investida do Léo Moura pela ponta esquerda e do Fábio Luciano como meia, ainda no primeiro tempo, de elemento surpresa?

Por fim, voltando ao exorcismo jamaicano, acho que podemos ficar com uma metáfora boas para os historiadores, pelo que eu vejo profissão dominante nesse blog. Nós sabemos que por mais que a Lei Áurea tenha abolido legalmente a escravidão no Brasil em 1888, levaram-se muitos anos para que essa forma de exploração tenha sido superada na prática, e mesmo assim seguimos até aos dias de hoje lutando contra vestígios desse tipo de dominação. Acredito que o Cuca assinou a Lei Áurea que vai nos libertar do 3-6-1 que nos persegue desde Nei Franco, passando por Joel Santana e Caio Jr, porém a adesão ao clássico e básico 4-4-2, com pelo menos um meia ofensivo ainda levará algum tempo, quem sabe até que a próxima janela de transferência nos leve pelo menos um dos alas?

Brasileiro É Obrigação.

Josué Medeiros

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Flamenguistas em pânico

Fidalgos tricolores, nossos rebentos estão desesperados. Somente a possibilidade de classificação de nosso esquadrão tricolor já vem tirando o sono outrora tranquilo de rubro-negros, que encostavam a cabeça no travesseiro aliviados com nossa suposta eliminação precoce. Sonhavam tranquilos com mais uma conquista certa diante de chororôs e vices e agora se deparam com o pesadelo de enfrentarem seus criadores, de relembrarem o gol de barriga de Renato Gaúcho e o tiro fatal de Assis, que calaram uma massa inteira de incrédulos flamenguistas no Maracanã. É impressionante perceber o semblante preocupado deles, ressabiados com a possibilidade real de encararem mais um FLA X FLU decisivo. A prepotência característica some, a certeza desaparece, a humildade, por incrível que pareça, aflora como se fosse uma característica inata de sua formação. Nenhum, repito, nenhum flamenguista que encontro, seja na padaria, na rua, no trabalho ou no Alasca, ousa afirmar que a vitória é certa contra o Fluminense. Ficam ressabiados, com um pé atrás, econômicos nas apostas e, por dentro, temerosos com a possibilidade do confronto. No domingo, estarão com os rádios e TVs ligadas no nosso jogo, secando desesperadamente nossos jogadores, para que não sejamos uma ameaça concreta contra suas aspirações. Na beira do gramado, o Cuca vai receber informações a cada minuto e não irá me causar surpresa alguma que modifique o time de acordo com nossa colocação, deixando um possível confronto só para a final. Eles sentem medo, viram crianças indefesas diante do inevitável encontro com seus superiores. Todos que eu encontro torcem para não dar de cara com as três cores que traduzem tradição do outro lado da arquibancada. Os que fumam estão fumando mais, os que fazem dieta estão engordando e os que tem tranquilidade na família estão brigando com a mulher e deixando os filhos de castigo. Os que gostam de carnaval estão preocupados com o fato de a quarta-feira de cinzas ser antecipada para o domingo. Estão de boca seca e com o estômago doendo de nervosismo, pois já conseguem imaginar e sentir a derrota em suas almas. Não se iludam: se soltarem fogos no domingo não terá nada a ver com sua classificação para as semi-finais e sim com a eliminação do Fluminense, que deixará de ser um espectro nefasto nas suas intenções de júbilo total. Eles estão em pânico.

Ê Cariocão velho de guerra!


Nos meus 37 anos de vida, todos eles, desde o primeiro dia, dedicados a missão que é, ser torcedor de futebol, nunca tinha visto, sequer ouvido falar, de um goleiro que tivesse sofrido um penalti. Tive espasmos no sofá de tanto gargalhar com que eu estava testemunhando.


E o Cariocão ainda nem chegou na sua metade, hein? Mas já é show de trapalhadas. A Comissão de arbitragem, com o pertinente objetivo de renovar o quadro de árbitros, promoveu Os Trapalhões, O Três Patetas, Tom Cavalcante e Tiririca pra moralizar a bagunça!


E não dá pra dizer que time A, B ou C está sendo beneficiado. Tem patetada pra todo mundo! Pra todos os gostos! Pra todos os times!


Nos blogs que eu li, nos programas que eu assisti, a pergunta era a mesma: Por quê o Fernando Henrique não foi expulso depois do penalti inominável que ele cometeu?


Impagável foi a tamanha cara de pau dele perguntando ao repórter do PFC se a câmera tinha pegado a agressão. E disparou: " Eu agredi ele?"


Aliás, o Tricolor das Laranjeiras, em campeonatos cariocas, protagonizou dois dos maiores erros de arbitragem que eu já testemunhei em 37 anos de vida, todos eles, desde o primeiro dia, dedicados a missão que é, ser torcedor de futebol.


A primeira em 85, final do campeonato, Fluminense e Bangu. Vica, zagueiro do tricolor faz um pênalti escandaloso em Cláudio Adão, no final da partida. O lance foi " devidamente" ignorado pelo assumidamente tricolor, José Roberto Wright. ( vejam no youtube)


Em 2002, na semifinal do ridículo Caixão, no último minuto da prorrogação, Eduardo, goleiro do Bangu, lança- se em desespero ao ataque. Faz um golaço de cabeça, legítimo sob todos os ângulos, que o árbitro, convenientemente, anulou. Afinal, alguém acha que o Caixa d'água iria deixar o "seu" americano fazer a final com um " time pequeno?"


Mas é vida que segue! Jogo que segue, arbitragem que segue, trapalhada que segue...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vai falar o óbvio ululante... (original)

Versão original. Não preciso dizer que é muuuito melhor que a minha, o contrário seria falar o óbvio ululante. Essa vai em homenagem ao fundador do Blog...




Sonhei que Deus chegava perto de mim e perguntava: - “O que é que você fez na vida?” Tratei de vasculhar todas as províncias do meu passado. Na infância andei roubando goiabas e raspando pernas de passarinho a canivete. Todavia, nem uma coisa, nem outra, me pareceram dignas de menção. Não seria eu o primeiro ladrão de goiaba, nem o primeiro estripador de passarinho.
Na idade adulta, andei escrevendo peças, romances. crônicas. Mas nem as peças eram dignas de um Shakespeare, nem os romances dignos de Proust. E a verdade, a lamentável verdade, é que eu não encontrava, em toda a minha biografia, nada que surpreendesse o Altíssimo e merecesse o seu espanto. Eis, senão, quando, de repente, baixa em mim uma luz genial. Alço a fronte e digo: “Eu promovi, eu consagrei o óbvio!”
Aí está o grande feito de toda a minha vida. O óbvio vivia relegado a uma posição secundária ou nula. Fui eu que, com minha pertinácia, arranquei-o da obscuridade, da insignificância. Hoje, o óbvio tem trânsito em todas as áreas, é citado nas esquinas, botecos e retretas. Ainda outro dia, escrevia-me, de Filadélfia, um universitário americano. Queria saber apenas o seguinte - “Quem é esse óbvio tão falado no Brasil? Podia me dizer quais suas obras, seus livros, seus feitos?” Essa consulta, que me chegou de outro continente, prova que o óbvio já adquiriu personalidade internacional. Frank Sinatra não será tão popular nos Estados Unidos. Todavia, ao apresentar o óbvio, eu fiz a seguinte e fundamental ressalva: - ninguém o enxerga de sujeitos são cegos para ele. E acrescentei: “Gênio, santo ou profeta é aquele que enxerga o óbvio.”
Faço esta introdução a propósito do que li sobre o Fluminense. Diz um colega que o Tricolor está sem níquel para comprar nem mesmo um único e escasso cabeça de bagre. A qualquer momento, nós o veremos numa esquina, tocando realejo, com um periquito de tirar sorte. Eu li e reli. E nada descreve o meu espanto e o meu horror.
Tudo o que foi escrito é de uma inveracidade total e estarrecedora. Cabe, então, a pergunta - como pode um jornalista agredir os fatos, como pode ele ignorar a evidência? Explico: - como tantos outros, o colega é cego para o óbvio. O que é o Fluminense? O maior clube do Brasil e do mundo. Repito - o maior clube do Brasil e do mundo. Isso é o óbvio mais que ululante.
Chega a ser cômico falar nos seus problemas. De todos os clubes, o Tricolor é o que tem melhor saúde econômica, melhor saúde financeira. Se ainda usássemos o chapéu, teríamos que tirá-lo em sentida e obrigatória reverência, sempre que falássemos no seu nome. Os outros, todos os outros, estão vergados ao peso de dívidas como uma árvore ao peso dos frutos.
O Fluminense, não. O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, só o Tricolor não passará, jamais.
Quem diz é o óbvio ululante.

Vai falar o óbvio ululante...

Amigos, é a impressionante a quantidade de pessoas na terra que consegue ganhar a vida falando o óbvio e o ululante. No futebol, é astronômica a quantia. Não me refiro aos jogadores, óbvio, estes ganham a vida jogando bola, ululante. Falo daqueles que, obviamente, cronistas esportivos. Cronistas? O termo técnico em jornalismo esportivo parece cada vez mais apropriado. Os sujeitos que trabalham na crônica esportiva hoje não parecem gostar de futebol; eles não podem gostar de futebol, isso seria impossível. Vendo o programa "Linha de Passe" (o segundo melhor programa da T.V., em termos de comédia, depois de "Manhattan Conection") é abissal a diferença de qualidade entre os antigos e os novos: de um lado, o "mestre" Calazans, o Juca Kfouri, e o José Trajano; de outro, o PVC e o Mauro Cézar, de vez em quando aparece um tal de Arnaldo, sujeito, que como define Daiana Lima, parece ter um "ovo" na boca. O sujeito não fala; mastiga as palavras. Amigos, o cronista esportivo, aquele seguidor de Nelson e João, está morto, morto e enterrado. Não que eu queira (até gostaria, evidentemente). O técnico em jornalismo esportivo, personificação plena do idiota da objetividade, não pensa sobre o futebol, não comenta o futebol, não entende de futebol, não acha graça do futebol, não se diverte com o futebol. Acompanhando o processo de racionalização do mundo, o futebol se torna mais um elemento no mundo moderno a ser decifrado. E se entende o futebol, como se entendem as oscilações do mercado financeiro, com números, números e números. Os especialistas da bola cada vez mais tomam para si um conhecimento que antes era partilhado por todos os brasileiros: a compreensão do futebol. Já não se pode mais conversar sobre futebol nos botequins afora sem apresentar dados, números estatísticas. Apenas os iluminados podem falar aquilo que pensam e acham do velho esporte bretão. As conversas sobre futebol, meus caros, já não são mais como antigamente. Mas o que falam os iluminados? O que falam os iluminados, além do óbvio e o ululante. Ontem, em seu blog, Mauro Cézar Pereira falou e disse: o Brasil pode ser campeão mundial no ano que vem, na África do Sul. Oh!!! Fiquei espantado. Não acreditei quando eu li. Sim, meus amigos, ano que vem, na África do Sul, o Brasil pode ser Campeão Mundial. Sim, o Brasil "pode" ser Campeão Mundial. Eu vos pergunto, amigos, alguma vez, em 78 anos de existência da Jules Rimet, o Brasil "não pode" ser Campeão Mundial? Por alguma vez, não houve sequer a chance de disputa do título. O Brasil sempre chegou em Copas do Mundo com condições de vencer o título do Mundial, meu caro, então não me venha com seu óbvio ululante! Amigos, não satisfeito com tal post no blog do nosso amigo Pereira, fui ler os outros, com títulos igualmente interessantes: "Grande Gre-Nal foi além dos erros de arbitragem. Rivais estão fortes"; "Nos Estaduais um bom momento inicial pode significar muito, pouco ou nada no final"; "Muricy precisa, enfim, entender que as entrevistas fazem parte de sua rotina". No blog de seu colega, PVC, apenas o seguinte: "Os números de Felipão", "Os números de Palmeiras, o irrestível". Mais fácil foi encontrar as cotações do dólar e do euro, em seu blog, do que alguma coisa sobre futebol...
Amigos, uma pleiade de números, dados, informações, pesquisas não serve para nada quando o assunto é futebol. Mesmo os números, é verdade, podem nos ajudar a entender o futebol, acontece que não são por si só auto-explicativos. Cito: "A verdade é que todo dado quantitativo tem de ser analisado qualitativamente", Marcos Alvito. Caso contrário, complemento: vai falar o óbvio ululante...

A hora e a vez de Dunga Matraca

Amigos,

Não tenho escrito sobre o campeonato carioca por uma razão: o campeonato carioca está chato. Chato demais. Até agora, é verdade, nada aconteceu. Por exemplo, no clássico de domingo, entre Vasco e Fluminense, nada aconteceu. Absolutamente nada. Será que, no Rio, como no primeiro post do Cappelli, do blog, o ano já começou? Acredito que não. Em São Paulo, porém, o atacante Keirrison e o Palmeiras do arrogante Luxa andam comendo a bola. É um time que dar gosto de ver jogar. Cleiton Xavier vem jogando muuuuita bola, e o tal do Will"i"ans, sem o "i", também se revela um baita jogador. Edmílson, outro, um excepcional zagueiro, bem como acharam um colombiano lateral-esquerdo. Isso sem falar no Marquinhos, ex-Vitória, que andava machucado e praticamente não jogou e no Lenny, que, subitamente, reaprendeu a jogar futebol. A crise parece ter reduzido a diferença, substantivamente, entre futebol brasileiro e futebol europeu. Dá gosto de ver um Hernanes, um Ramires, um Keirrison, um Marquinhos, que, ainda que por tempo indeterminado, ficaram no Brasil. E parece que vão ficar por um bastante tempo. Pena, porém, para o futebol carioca é que, este ano, parece, pelo menos no início, uma diferença bastante grande entre paulistas e cariocas. Flamengo, o melhor time do Rio, é um pouco melhor que o Santos, o pior de São Paulo, mas parece estar um pouco aquém de Palmeiras, São Paulo, Inter, pelo menos em qualidade individual. O Flamengo, no campeonato brasileiro, pode surpreender com a força da torcida rubro-negra e com um time capaz de mostrar um conjunto coeso e equilibrado.
A verdade, porém, é que não estou aqui para falar-lhes de clubes. Hoje, não. Estou aqui para falar da Seleção Brasileira. A primeira coisa, que salta aos olhos, é a seguinte: o que fez Gilberto Silva? Por que um jogador medíocre, que nada tem de excepcional, fez para se manter por 7 anos (!!!!) como titular absoluto e incontestável da Seleção. Ele está lá, imóvel e absoluto, parece ter comprado uma vaga no meio-de-campo do Brasil. Ainda no meio-de-campo, o ponto mais problemático da Seleção, há de se discutir a presença de Felipe Melo. Amém, irmãos de Cristo, saiu Josué. Dou o braço a torcer: Felipe Melo jogou bem. Quero dizer: não ajudou, não atrapalhou. Ele joga muito mais do que Josué e Gilberto Silva, o que, cá entre nós, não é mérito algum; verdade também, joga muito menos que Hernanes, Lucas e mesmo o jovem Denílson, do Arsenal. Amigos, a verdade é a seguinte: a própria presença de Felipe Melo na Seleção já é um erro. Não adianta se discutir se ele joga bem ou mal, ele não deve, não deveria, e não deverá ter estado ali. Temos aqui uma situação desequilíbrio entre o homem e o manto. Felipe Melo não pode jogar na Seleção, simplesmente pelo fato de que ele é Felipe Melo.
De resto, meus amigos, é que, pela primeira vez, em muitos anos, eu fiquei feliz com a Seleção. Não me lembro quando isso ocorreu pela última vez. Provavelmente, na última Copa das Confederações (mas também na Copa América), nas vitórias categóricas sobre a Argentina, ou mesmo na vitória esmagadora para cima da Alemanha, com um 3 a 2 numa sensacional e memorável partida de Adriano. Este último um dos melhores jogos que pude assistir ao vivo entre Seleções, ao lado de Rússia X Holanda pela Euro, 2008, e França X Espanha, Itália X Alemanha, pela Copa do Mundo de 2006. A verdade é que 2009 por alguma razão estranha parecemos estar vivendo a hora e a vez Dunga Esteves. Dunga manda e desmanda. Chefe de jagunços, mantem-se o homem mais temido das redondezas. Apesar da demissão de Scolari, Dunga está absoluto na Seleção. Não parece haver nada, nem ninguém capaz de ameaçar o poder do Coronel Dunga. E, pela primeira vez, amigos, parece haver alguma justiça nisso. Tenho, amigos, uma visão "saldanhaniana" de enxergar o futebol. E, todos sabemos, Saldanha faleceu em 1990 porque detestaria ver o Brasil Campeão Mundial, em 1994. Detestou tanto o "justo" fracasso de 1990, que não poderia viver vendo a glória "injusta" de 1994. A verdade é que podemos suportar o fracasso das nossas convicções, mas não conseguimos aceitar o sucesso daquilo que combatemos. Por isso, 1994 é muito mais difícil de engolir do que 1982, pois é o sucesso da tragédia, daquilo que detestamos e abominamos. Engolimos a seco a vitória de um futebol patético, p-a-t-é-t-i-c-o. Saldanha também não suportaria o futebol "hiper-comercializado" de hoje. Se irritaria com as camisas da "JVC", da "LUBRAX"; os calções "SUPERGÁSBRÁS" (acho que, contrariando às velhas regras da língua portuguesa, não se usa hífen), "CASAS DO BISCOITO", "LUPOS" e afins. O João "sem medo" teria medo do futebol de hoje, mais do que medo, teria vergonha.
De qualquer forma, fiquei satisfeito com o time brasileiro hoje. Muito mais, é verdade, do que naquele jogo contra Portugal. O Brasil jogou muito bem, com um Robinho impecável, e com um Ronaldinho Gaúcho, que, infelizmente, se aproximou mais de um artista de circo do que de um jogador de futebol, (um Denílson, talvez?) os laterais também estiveram muito bem, e Dunga, apesar do Gilberto Silva, escalou, dentro de suas possibilidades, o melhor time. Achei injusto apenas a não-escalação do Júlio Baptista no time titular, porque este tem jogado na Roma muito mais do que todos os outros que atuaram no meio-de-campo brasileiro (isso inclui, obviamente, o Ronaldinho). Sua escalação seria ato mais do que óbvio: seria justo. Enrolo, enrolo, enrolo, para evitar dizer aquilo que jamais pensei em dizer: chegou a hora de Dunga, fiquei, hoje, satisfeito com o Dunga. Repito: Dunga representa tudo o que abomino em se tratando de futebol, e duvido que, no Brasil, existe um "anti-dunga" mais "anti-dunga" do que eu. Dúvido-e-o-dó. Chegamos, porém, a um ponto em que parece não haver ninguém melhor do que o Dunga para Copa de 2014. Muricy? Jamais! Scolari!? Entre gaúchos, prefiro o Dunga, menos retranqueiro, e também duvido que ele aceite, a não ser que ganhe o direito de morar em Londres, o que seria ridículo e patético para a Seleção. Parreira? De novo? Joel me parece um nome interessante, que já mereceria ter tido uma oportunidade. Outros que me parecem bons são: Zico e Paulo Autori, com toda a razão, o galinho recusaria, e o Paulo Autori dificilmente seria lembrado pelos cartolas da CBF. Ah, sim, esqueci do Luxa: excelente treinador, mas já não estamos satisfeitos com as mamatas do Ricardo Teixeira, precisamos de mais, será? Então, amigos, pela primeira vez, e com pesar que anuncio, Dunga parece o homem mais razoável para comandar o time canarinho. Ruim com ele, é verdade, pior seria, sem ele. Até que hoje eu gostei dele, escalou bem, e ainda tirou uma onda com o Zambrotta!
Mas, por favor, tira o GILBERTO SILVA!!! E esqueça da existência do Felipe Melo!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Brasil e Itália


Pois é. Como é bom ter tv à cabo. Hoje assisti o amistoso entre Brasil e Itália no Sportv e fiquei emocionado em não ter que ouvir os chiliques transloucados e o ufanismo quase xenófobo do Galvão Bueno. E de quebra, fiquei livre dos comentários quase imbecis do Arnaldo César Coelho.


Uma coisa não dá pra negar: O pai de santo do Dunga tem feito um bom trabalho. Quando todo mundo torce pra ele se estrepar ele dá a volta por cima. Dessa vez, além da pressão natural, tinha a precoce demissão do Felipão, que todo mundo sabe, é o treinador dos sonhos do Ricardo Teixeira.


Aliás, no Bem Amigos de ontem, o Luxemburgo disse que, observando de longe, tem- se a impressão de que o maior problema do Big Phill na Inglaterra foi o idioma. Disse que o diferencial dele é a capacidade de motivação, de mexer com os brios, de formar o chamado grupo, a famosa " Família Scolari". Fico imaginando o Felipão fazendo discursos inflamados com aquele inglês de terceira aula do CCAA.


O elano é um cagão! Entra, faz gol e joga bem. O pai de santo dele é o mesmo do Dunga. E ele é reserva no fraco Manchester City, hein? Eu sou do tempo em que pra ser reserva da seleção era preciso ser titular incontestável no clube. Mas os tempos são outros...


Estou convencido de que, se Kaká estivesse em campo o placar seria maior. O Ronaldinho Gaúcho e o Robinho abusaram das firulas e dos toquezinhos a la Cristiano Ronaldo. Há quem goste. Eu prefiro a criatividade à serviço da objetividade, em direção ao gol. Qualidade de craques como Zico, Zidane, Romário, Platini, Kaká, Messi e Henry.


E vamos ter que aturar mais um tempo de Dunga...


Ah! E amanhã às 18h promete, hein? França e Argentina. Não vou perder.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tristeza não tem fim...


Fidalgos tricolores, chego agora do maraca com impressões claras e conclusivas sobre nosso escrete. Nosso inspetor Clouseau, que provavelmente entrará de férias ainda esta semana, não conseguiu neste ano montar um time e um esquema tático definido. Improvisou na lateral direita um cabeça de área, deixando o time só com uma saída pela esquerda, dependendo de um leandro que não é nem sombra do que foi no Palmeiras.

No meio campo, demorou 5 longas rodadas para perceber que Jaílton não tem condições nenhuma de ser jogador de futebol de um time grande. No ataque, insiste em deixar o aprendiz de poste Roger jogando, tirando sempre de campo o leandro Amaral, que hoje xingou até a sétima geração da família do Renê na hora que foi substituído. Não é pra menos. Acho que nenhum jogador de futebol merece esta humilhação, ser sacado do time com o Roger em campo.

Suas substituições já estão manjadas e não causam mais surpresas aos adversários. O que era pra ser usado como arma, virou um baita passe telegrafado, daqueles que você se antecipa 13 minutos antes e o cara ainda consegue jogar a bola no seu pé, achando que você não tinha percebido. O time acaba não ganhando conjunto e o jogador já fica bolado porque sabe que vai sair todo jogo.

Mas o que eu vi hoje consegui superar todas as minhas expectativas em questão de retranca. No início do segundo tempo o Vasco teve um jogador expulso e ficou somente com um atacante, o perigosíssimo e internacional Élton. Renê deixou em campo, só para marcá-lo, Ed Carlos pés de tesoura, Luis Alberto, Fabinho e Diguinho. Não é brilhante? Acho que o Élton-gol nunca teve tanta atenção em sua vida, nem de sua mãe ou namorada. E olha que nós precisávamos ganhar!

Agora é esquecer a Guanabara e secar o Flamengo. O negócio é juntar os cacos de nossos vitrais e pensar na Taça Rio.



Ilegal, e daí?

Dando uma volta pelo maraca, próximo ao Belini, presenciei uma cena bem interessante. Um carro da nossa querida Globo, acusadora da ilegalidade que existe pela cidade, parado no meio da curva, enquanto seus repórteres filmavam do outro lado da rua (acima, na direita) um casal saindo de casa. Atrapalhando o trânsito em dia de clássico? Imagina! Conversei com duas meninas da Guarda Municipal que, raivosamente, multavam o carro, exclamando sua indignação com o acontecimento. Ponto pra elas. Do outro lado, uma patamo repleta de PMs, achando tudo muito normal (acima na esquerda). Queria ver se fosse meu amigo jamaica parando seu FIAT C 147 para dar uma rápida calibrada na árvore. Ia aparecer até o BOPE! Acham que é mentira? Confiram a foto, com todos os envolvidos em cena. Acho que essa o Ancelmo Góis não publica... (tá lá em cima porque não consegui colocar aqui em baixo...)







sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sete samurais invadem Sampa


Pra quem não sabe, o NEPESS é um time de pelada que nas horas vagas mantém um grupo de pesquisa registrado no CNPq. Pois além de surrar os pobres combinados estudantis da História da UFF os caras resolveram expandir seu império. Começaram por São Paulo, pra onde mandaram sete samurais da pesada: Cappelli-que-dispensa-apresentações, os dois Alvitos (Heitor e Marcos), Lugui o CDF-artilheiro, Renato Lanna e seus dois Blue Caps: Martin e Antônio.
Depois de encararem aquele buzum maravilhoso, desembarcaram na Avenida Paulista estilo caipira em cidade grande, com direito a foto e tudo. Heitor Alvito, do alto dos seus 14 anos, decretou: São Paulo é uma cópia paraguaia de Nova York. Martin, que é alemão, sentia-se em casa e até quis dar uma de guia turístico levando o pessoal na direção contrária. Retificada a rota, os sete samuras tomaram um café reforçadão na padaria e encararam a nova Livraria Cultura, três andares só de livro bom.
O Museu do Futebol, no simpático Pacaembu, deixou a turma de queixo caído. Menos pelo conteúdo (os sete somados têm mais de 1000 anos de futebol) do que pela forma envolvente da apresentação e ... (prefiria evitar a palavra) interatividade. Três horas se passaram em 5 minutos. Golaço!
Paradinha na Liberdade pra papar uma comida japonesa, ficamos desfalcados temporariamente do nosso camisa 7, pois Rogerinho preferiu dar prejuízo em uma churrascaria rodízio perto dali.
Recomposto o time titular, fomos à parte esotérica da excursão: a peregrinação até a mítica Rua Javari, onde joga o Juventus, atualmente na 2a. divisão. Saca o nome do estádio: Conde Rodolfo Crespi. Pequeno mas charmosíssimo. Havia uma pequena torcida de 434 + os sete samurais, proporcionando uma renda de mais de 3 mil reais. Mas quem fez uma nota preta foi o cara que vendia o tal do canoli, uma espécie de sonho italiano fabricado por ele e vendido só ali pra italianada da Mooca.
A torcida era super-animada e cantava o tempo todo, a turma do "Setor 2" mereceu a vitória suada que o Juventus arrancou da não menos clássica Ferroviária de Araraquara.
Pra fechar a noite e a excursão, nos deliciamos com o Tortone (pão recheado com linguiça, não confunda com um reles sanduíche de linguiça) e as pizzas da lendária Speranza, no Bixiga. Como trata-se de um menu muito leve, Renatão ainda se reforçou com três bruschettas, fora o sanduichinho que comera na saída do Rodolfo Crespi. Enquanto isso Martin tentava convencê-lo de que a Copa de 90 foi uma grande Copa do Mundo. Renato só não cometeu um Harakiri porque seria um pecado desperdiçar uma comida tão gostosa...

Para os que estão morrendo de inveja, calma, calma, se os deuses permitirem esta tera sido apenas a primeira de muitas excursões internacionais do NEPESS: Núcleo de Estudos e Pesquisas Sete Samurais.

Angelim: Seleção! Angelim: Seleção!


Finalmente o Flamengo fez uma partida razoável nesse campeonato. Cuca, nosso aprendiz de padre Quevedo, segue firme, crucifixo e água benta em punho, levando nossa equipe ao caminho da luz.


Zé Roberto fez boa estréia, o que, de fato, não quer dizer muita coisa. Ele mesmo lembrou que no Shalke 04 também estreou com gol. E deu no que deu. Veio parar no ' Mais Querido do Brasil' na tentativa de salvar a carreira.


Além da mudança de esquema, outra característica me empolga: O Mengão mostra que tem boas alternativas no banco. Jônatas entrou, fez gol e acertou uns três ou quatro lançamentos a la Riquelme. Éverton é o coringa do time: Joga na frente, no meio, na ala esquerda ( com competência), bate escanteio e corre pra cabecear. O típico ' joga nas dez e brinca no gol'


Cuca prova seu poder divino trazendo de volta para o mundo dos vivos o falecido Max. E ainda tem o Kléberson no banco.


Tudo indica que Marcelinho Paraíba, a Edinancy da Gávea, vai perder a vaga no time. Pro Jônatas. E o que tem corrido o Ibson, hein!?


Na verdade, o Cariocão não tem me empolgado. A única graça, seria o tricampeonato em cima do Botafogo. Pra depois partirmos pra um Tri em cima do Fluminense.


Eu penso no Brasileiro. O que me interessa é o Brasileiro. Esse time tem que estar arrumadinho pro Brasileiro. Campeonato Carioca é preparação pro Brasileiro.


Em qualquer país sério o Angelim ( foto) já teria sido convocado pra Seleção. Rouba quase todas as bolas, quando faz falta é na disputa de jogo e dificilmente faz uma falta pra cartão. Eu desafio qualquer um a me dizer qual zagueiro brasileiro tem os eficientes números do Angelim? Alguém Rouba mais bola que ele? Alguém recebe menos cartão que ele? Ele é da linhagem de Gamarra. Zagueiro de baixa estatura que compensa tudo com velocidade, boa colocação e seriedade.


Ah! Brasileiro é obrigação!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quem manda pagar em dia?

Quem tiver coragem de visitar, agora, o túmulo de Oscar Cox, irá se deparar com uma lápide quebrada, uma tumba revirada, um caixão aberto e pegadas em direção às laranjeiras (como podemos ver ao lado, foi preso logo após apedrejar os vitrais franceses que tanto zelou). Perder, de virada, depois de estar ganhando de 2x0 do Duque de Caxias, até então lanterna do grupo é, no mínimo, vergonhoso. É o resultado de um time desalmado, de um bando de jogadores que estão de passagem e ignoram solenemente a mancha que esta derrota vai causar em suas vidas.

Enquanto tomam banho e adentram em seus carros importados, achando que hoje foi só um acidente, um dia de azar no trabalho, nós, torcedores, desligamos os celulares e procuramos atalhos para chegar amanhã em nossa sala de trabalho sem sermos vistos por ninguém. São 4 pontos em 12 disputados, sem jogar nenhum clássico, uma campanha digna de um time medíocre, sem brio, sem raça, sem um elan que justifique os gritos apaixonados da arquibancada.

É inadmissível não contar com um lateral direito em campo. Pior, é incompreensível ter um jogador da posição no banco, contratado pra isso (Mariano), achando que Wellington Monteiro improvisado é melhor. Pra fazer este papelão era preferível colocar o time da copinha de São Paulo, que dava a alma em cada jogo e perdeu com dignidade, com lágrimas nos olhos.


Estou chegando à conclusão que o problema do Fluminense é pagar em dia. O cara sabe que, perdendo ou ganhando, o dele tá garantido no final do mês. Uma estabilidade que não condiz com um jogo que vive da pressão, da tensão, da agonia, do medo de ser execrado. Pensando bem, só deviam receber depois de realizado o trabalho, ou alguém aqui ganha mesmo tendo feito um "gol contra" em sua profissão? Já que se dizem profissionais iguais a qualquer outros, que recebam proporcionalmente, de acordo com uma tabela de rendimentos por minuto desenvolvida pela FIFA, que é como ganham seus niqueis os que vendem sua força de trabalho na maioria das indústrias do mundo. Desse jeito é fácil: trabalhar na iniciativa privada com estabilidade de servidor público. Também quero!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Cuca: O Exorcista


Nossas preces foram ouvidas. O exorcista chegou e surpreendentemente estava travestido de treinador do Flamengo. É isso. Ele atende pela alcunha de Cuca e chegou pra fazer a cabeça do camburucú girar 360 graus.


O Flamengo fez sua pior partida neste ano, contra o Voltaço. Era um bando. Não tem caô. Aquela coisa de ' time perdido', 'batendo cabeça'.


Nosso Barack Obina isolado na frente pouco pode fazer. Faz o que pode. Aliás, disposição não faltou. O time correu o tempo todo. Deu gosto de ver o Ibson dando pique nos acréscimos.


A grande novidade foi a mudança de esquema. O Flamengo fez um meio- campo com 5 jogadores. 2 deles, Éverton e Paraíba, com a missão de criar. O problema que a constante preocupação com o sistema defensivo faz com que, esses dois homens voltem em demasia pra compor o meio campo.


E aí, o Barack Obina fica mais isolado que vendedor de cerveja em porta de igreja evangélica.


Mas alguém ousou mudar o esquema. Alguém resolveu pegar no crucifixo, na água benta e expurgar o ' espírito do esquema do Natalino'


Ontem, no excelente Redação Sportv, Erick Faria, falou algo muito conclusivo. Não é fácil livrar- se de esquemas. Disse ele: " Não é fácil ter que dizer ao Leonardo Moura e ao Juan que o esquema vai mudar e que eles terão que se preocupar mais com a marcação porque o time não vai mais jogar em função deles. Afinal, foi com o esquema antigo que os dois chegaram a Seleção Brasileira."


Ele tem toda razão. Umas coisa é mudar o esquema quando houve mudança de elenco. Outra é mudar o esquema com jogadores que jogam da mesma forma desde 2007.

Cuca ganhou muitos pontos comigo só por ter ' tentado mudar'


Eu continuo achando que é possível um meio- campo com: Kléberson, Ibson, Paraíba e Zé Roberto.


Brasileiro é obrigação!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

TARTÁ TRANQUILO

Fidalgos companheiros, o início de noite deste sábado apontava para um valão aberto a 7 palmos abaixo da terra. Nem o mais clarividente tricolor poderia esperar pelo resultado final após o que se passou no primeiro tempo de Fluminense e Resende. Na arquibancada, acompanhado de meu inseparável saco gigante do salgadinho fofura de cebola, tive o desprazer de assistir um time inoperanre, descontrolado emocionalmente e improdutivo. O “símbolo” deste amontoado de jogadores em campo foi nosso “craque” Fabinho, “jênio” do meio-campo, que conseguiu a proeza (devia existir uma placa pra isso também) de tomar dois cartões amarelos em dois minutos, sendo expulso aos 27min ainda do primeiro tempo. Neste instante a cal já desenhava a parábola a partir da pá, pronta pra se espalhar pelo uniforme tricolor que, por hora, abandonava, na terceira rodada, sem enfrentar nenhum dos grandes, a disputa da Guanabara. Mas Xerém é mãe, não é madrasta.
Cansada de aturar o aprendiz de poste Roger, mais lento que uma lesma e mais desengonçado que um gringo na roda de samba, a torcida, sempre ela, soprou a solução das arquibancadas no início do segundo tempo: era hora de Tartá. Inexplicavelmente, nosso inspetor Clouseau tirou de campo leandro Amaral que, apesar de insosso e desligado, causava mais preocupação que seu companheiro (creio que até as pragas do gramado horroroso preocupavam mais os zagueiros do “temido” Resende). Ganhou seu primeiro “burro, burro”. Mas não importa. Tartá, e depois Maicon no lugar de Wellington Monteiro, trataram de mostrar como faziam pra ganhar tudo que disputaram nos juniores. Com ligeireza e objetividade, honraram o leite com farinha láctea de Xerém que os fez crescer e amar ao Fluminense. Resgataram a esperança da torcida e, literalmente, fizeram chover no Mário Filho, inflamando um pavilhão já morimbundo que ressuscitou em regozijo e festa. Estava suspenso o enterro: o defunto deu sinal de vida e três pulos, dissipando a cal que já tocava seu corpo. Flu 3x0 e a certeza de que o banco já ficou pequeno para estes dois moleques que salvaram nosso sábado.

Vamos e convenhamos

Se o Roger fosse bom, o São Paulo não estaria emprestando ele pelo segundo ano consecutivo. E nós que mandamos o Arouca...

Chame o ladrão


Não é brincadeira. Ao chegar no estádio me deparei com 3 carros da polícia federal, agentes com aqueles distintivos pendurados em um cordão, estilo filme americano! Deve ser da operação “coçando o saco”, pois o jogo foi bem fraco de público.

Coca do pau oco


Foi uma beleza ver a galera na UERJ colocando cerveja dentro da latinha de coca-cola e bebendo na frente dos “homi”!!! E viva a sabedoria popular!