quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vai falar o óbvio ululante... (original)

Versão original. Não preciso dizer que é muuuito melhor que a minha, o contrário seria falar o óbvio ululante. Essa vai em homenagem ao fundador do Blog...




Sonhei que Deus chegava perto de mim e perguntava: - “O que é que você fez na vida?” Tratei de vasculhar todas as províncias do meu passado. Na infância andei roubando goiabas e raspando pernas de passarinho a canivete. Todavia, nem uma coisa, nem outra, me pareceram dignas de menção. Não seria eu o primeiro ladrão de goiaba, nem o primeiro estripador de passarinho.
Na idade adulta, andei escrevendo peças, romances. crônicas. Mas nem as peças eram dignas de um Shakespeare, nem os romances dignos de Proust. E a verdade, a lamentável verdade, é que eu não encontrava, em toda a minha biografia, nada que surpreendesse o Altíssimo e merecesse o seu espanto. Eis, senão, quando, de repente, baixa em mim uma luz genial. Alço a fronte e digo: “Eu promovi, eu consagrei o óbvio!”
Aí está o grande feito de toda a minha vida. O óbvio vivia relegado a uma posição secundária ou nula. Fui eu que, com minha pertinácia, arranquei-o da obscuridade, da insignificância. Hoje, o óbvio tem trânsito em todas as áreas, é citado nas esquinas, botecos e retretas. Ainda outro dia, escrevia-me, de Filadélfia, um universitário americano. Queria saber apenas o seguinte - “Quem é esse óbvio tão falado no Brasil? Podia me dizer quais suas obras, seus livros, seus feitos?” Essa consulta, que me chegou de outro continente, prova que o óbvio já adquiriu personalidade internacional. Frank Sinatra não será tão popular nos Estados Unidos. Todavia, ao apresentar o óbvio, eu fiz a seguinte e fundamental ressalva: - ninguém o enxerga de sujeitos são cegos para ele. E acrescentei: “Gênio, santo ou profeta é aquele que enxerga o óbvio.”
Faço esta introdução a propósito do que li sobre o Fluminense. Diz um colega que o Tricolor está sem níquel para comprar nem mesmo um único e escasso cabeça de bagre. A qualquer momento, nós o veremos numa esquina, tocando realejo, com um periquito de tirar sorte. Eu li e reli. E nada descreve o meu espanto e o meu horror.
Tudo o que foi escrito é de uma inveracidade total e estarrecedora. Cabe, então, a pergunta - como pode um jornalista agredir os fatos, como pode ele ignorar a evidência? Explico: - como tantos outros, o colega é cego para o óbvio. O que é o Fluminense? O maior clube do Brasil e do mundo. Repito - o maior clube do Brasil e do mundo. Isso é o óbvio mais que ululante.
Chega a ser cômico falar nos seus problemas. De todos os clubes, o Tricolor é o que tem melhor saúde econômica, melhor saúde financeira. Se ainda usássemos o chapéu, teríamos que tirá-lo em sentida e obrigatória reverência, sempre que falássemos no seu nome. Os outros, todos os outros, estão vergados ao peso de dívidas como uma árvore ao peso dos frutos.
O Fluminense, não. O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, só o Tricolor não passará, jamais.
Quem diz é o óbvio ululante.

2 comentários:

  1. O Fluminense nasceu com a vocação de ser apenas uma vez campeão brasileiro desde 1971, com a vocação de nunca ser campeão da libertadores, com a vocação de ser campeão brasileiro da série C e de ter ido pra primeira divisão numa bem orquestrada virada de mesa, o que possibilitou o tricolor de não disputar a segundona e estar aí até hoje, de favor e com a vocação de produzir testas de ferro como o Horcades.
    E reze pra que a eternidade também acompanhe a Unimed porque quando eles forem embora, o Fluminense vai estar afundado em dívidas.
    Ah! E com a vocação pra usar pó de arroz. Se é que vc me entende.
    E até que enfim uma análise " passional" do esporte bretão. Se é que vc me entende.

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  2. Ó Deus de amor e misericórdia, perdoai as blasfêmias e inverdades proferidas pelos hereges que negam sua origem e suas raízes. Relevai as insanidades, ó Pai, daqueles que cismam em não compreender que só existem e podem ter alegria devido a bondade de corações tricolores fidalgos e desportistas. Um viva, meu Senhor, para este flamenguista de alma tricolor,que conhece melhor nossa história do que muitos de nossa torcida.

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