terça-feira, 27 de setembro de 2011

O pote de ouro está logo ali

Está melhorando. O Vasco já conseguiu colocar dois pontos de distância em relação ao Corinthians, o segundo colocado. O clube carioca ainda não deu aquela arrancada espetacular rumo ao título. Na condição de líder, e precisando acumular gordura para poder queimar mais adiante, não conseguiu vencer o Atlético Goianiense, em São Januário, o estádio histórico. Isso me fez pensar que o time cruzmaltino não estava com postura de campeão. Mas, no domingo passado, conseguiu um resultado muito expressivo diante do Cruzeiro. O clube da colina venceu por 3 x 0, com Juninho ditando o ritmo no meio de campo e Diego Souza estraçalhando a partida, tendo sido o autor de todos os gols. O terceiro foi uma obra-prima digna de Pelé recebendo passe de Gérson (com o Juninho fazendo o papel desse último). Não preciso narrar o gol porque a televisão não para de mostrá-lo.


Na próxima quarta-feira, assistirei ao jogo do Brasil por um motivo básico: quero ver Diego Souza atuando como titular da equipe de Mano Menezes, o técnico fala bonito/ me engana que eu gosto. Somente uma marmelada grotesca fará com que ele não comece jogando. Dedé é titular certo. Só assim mesmo para eu ver, com algum entusiasmo, a seleção da CBF, sétima colocada no ranking da FIFA.


Resumindo a história. Diego Souza é o Edmundo de 2011. E o se o Vasco vencer o Corinthians no domingo, poderemos considerar iniciada a marcha triunfal rumo ao título. Todos os ingressos para a partida foram vendidos; os maloqueiros do Tietê já podem começar a tremer (porque o Vasco não é Fluminense para deixar torcida paulista invadir estádio carioca).


P.S. A que ponto chegou o Flamengo, hein? Comemorar vitória contra o lanterna do campeonato, como se fosse conquista de título, é o fim da linha.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Enfim, líder

Sinto falta da presença tricolor e flamenguista neste blog. Os pôneis malditos haviam emplacado uma sequência de quatro vitórias e acreditavam piamente na ideia de que completariam a quina diante do Bahia. Não contavam com a maldição do Vatapá, na terra da felicidade. Está certo que o Flu não ficou fora do páreo, depois de ter sido vilipendiado pelo desacreditado Souza. Mas foi uma lição de humildade para os emergentes. A tal sequência favorável de confrontos na tabela começou mal. Agora, com os dois pés fincados na realidade, o pó-de-arroz volta a se concentrar na luta pela vaga na Libertadores (torcendo para que a LDU não se classifique para o torneio).


A urubuzada completou nove jogos sem vitória. Luxa já começou a tentar desviar a atenção dos jornalistas. Vociferou contra a arbitragem, que não marca pênalti contra o Flamengo, e lembrou a ausência da diretoria, que fica quieta enquanto o time é prejudicado – como se isso explicasse o longo jejum de vitórias do clube. O importante é que Ronaldinho continua brilhando nos pagodes do Rio de Janeiro.


Enquanto o tricolor e os flamenguistas somem deste blog, o vascaíno é presença certa. Seu time finalmente alcançou a liderança, depois de um longo e tenebroso inverno no Brasileirão. O Vasco entrou em campo, contra o Grêmio, sem Juninho e Felipe, os maestros veteranos que sustentam a identidade do time e representam o elo com as glórias do passado. Mas Diego Souza brilhou de verdade (geralmente, ele joga bem em casa), Éder Luís voltou a fazer jogadas decisivas, Dedé passou o cadeado na defesa e a torcida lotou o estádio histórico. Assim, não tem como perder. O Vasco está realmente muito forte dentro de casa (os outros times cariocas não têm casa). Celso Roto, hoje técnico do Imortal (que virou zumbi depois da goleada), chorou lágrimas de sangue por ter abandonado o Gigante da Colina, na temporada passada. Não dou duas semanas para o Roto começar a ser chamado de “burro” pela torcida gremista, só para não perder a tradição.


Diego Souza revelou que o time fez um pacto para vencer o campeonato e honrar o técnico Ricardo Gomes, o Rinus Michels de São Januário. O Vasco venceu a Copa do Brasil, porém, se recusou a “brincar” no Brasileirão (para lembrar a célebre declaração do fanfarrão Renato Gaúcho, quando dirigia o time do Flu). Como é gostoso ouvir a imprensa paulista/ golpista e a Rede Globo (reduto-mor da Fla-Press) dizerem: “O Vasco é líder”. Anotem a profecia: em breve, o Vasco voltará a ser um time antipático para a grande imprensa brasileira.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Observações sobre as últimas rodadas do Brasilleirão (2)

Apesar de estar a um ponto do líder, o Vascão me preocupa. Primeiramente, perdeu Felipe, que vinha sendo o comandante da nau vascaína. Em seguida, assistiu ao adeus de Anderson “Baresi” Martins, na véspera do jogo contra o Flamengo – coincidentemente, o passe do zagueiro pertencia a Traffic, fundo de investimentos associado ao clube da Gávea (e rival das máfias italiana e chinesa e das milícias cariocas). No mesmo jogo, o time cruzmaltino perdeu Ricardo Gomes, o Rinus Michels da colina, que deixou o Engenhão na ambulância, sob o singelo coro de “Uh, vai morrer!”, entoado pela torcida mais civilizada do planeta.


Com as justíssimas convocações de Dedeckenbauer para a Seleção Brasileira, vez ou outra, o Vasco entra com a antiga zaga reserva em campo. Cristóvão Borges, assistente de Ricardo Gomes, ainda é uma incógnita, embora seja certo que o primeiro errou no jogo contra o Flamengo, além de não ter experiência como técnico de um grande time, de dimensão internacional – caso do Vasco, é claro (eu não poderia estar falando sobre o Botafogo ou o Fluminense...). Para liderar o melhor do Rio dentro de campo, temos Juninho, jogador também de renome extracontinental. O problema é que o Reizinho da Colina tem 36 anos e não aguenta mais jogar quarta e domingo – de vez em quando, precisa ser poupado. Aqui reside o xis da questão: sem Juninho e Felipe, o Vasco é um time qualquer.


As outras referências da equipe não estão rendendo como nos melhores tempos da Copa do Brasil. Éder Luís está se tornando - ou voltando a ser - um ciscador sem pontaria (ok, não é definitivo) e Diego Souza é imprevisível: num dia é o dono da bola e no outro é um trombador maluco. Tem sido mais o segundo tipo de jogador. O gol que perdeu contra o Figueirense, nos descontos, é coisa de quem não quer ser campeão ou, no mínimo, líder do campeonato.


Fico impressionado com a liderança de longa data do Corinthians, que vem capengando há várias rodadas (de vez em quando consegue uma vitória suada) e ninguém consegue tirá-lo do posto. Campeonato esquisito. O Vasco teve a grande chance de chegar à primeira colocação quando enfrentou o América (MG), mas levou uma inexplicável goleada do último colocado do torneio.


Resta para a torcida vascaína manter a paciência. O título da Copa do Brasil acabou com a seca de títulos, que durava oito anos. Se chegamos até aqui, a um ponto da liderança, não há motivo para acomodação. “Terra à vista”, já gritava o heroico português, séculos atrás.



Observações sobre as últimas rodadas do Brasilleirão (1)

Estive ausente por algumas semanas, tratando de uma lesão. Isso não se repetirá tão cedo, porque não sou chinelinho como o Fred. Aliás, na comemoração do seu gol (decorrente de uma de falta mal cobrada), o surfista cachaceiro correu mais do que correra durante todo o campeonato. Não deu outra: saiu de campo lesionado.


Mas vou parar de ironizar os pôneis malditos do tricolor, que resolveram sair do atoleiro, depois de serem considerados carta fora do baralho. Abelão, então, estava na bacia das almas, quase pedindo asilo financeiro no mundo árabe. Agora o clube das elites cariocas figura entre os classificados para a Libertadores, embora ainda não apareça no G-4, a verdadeira elite do campeonato, o grupo dos mais influentes do futebol brasileiro.


Durante o meu afastamento, o Botafogo, que vinha crescendo, também deu um salto produtivo. Chegou à rodada passada almejando a primeira colocação, mas, por um momento, recuperou a autoestima dos tempos do Cuca e tomou de cinco do Coritiba – o time que, no primeiro semestre, engatou a maior sequência de vitórias da história do futebol brasileiro, até descobrir que na primeira divisão, e fora do Estado do Paraná, o buraco é mais embaixo.


Apesar da goleada, o Botafogo é outro clube carioca que merece respeito. Afinal, está a três ponto do líder, com um jogo a menos (ainda que o rival dessa partida que ainda será realizada seja o Santos de Neymar, equipe que deixou de ser o saco de pancadas mais conceituado do Brasileirão).


E o Flamengo? Esse também merece consideração por sua comovente regularidade: no primeiro turno, nenhuma derrota; no segundo turno, nenhuma vitória. Nos bastidores, alguns jornalistas esportivos dão como certa a saída do empresário Wanderley Luxemburgo. O seu substituto seria Renato Gaúcho, o marido mais fiel da história do futebol brasileiro (Maristela que o diga).


Com a recuperação dos pôneis malditos do tricolor, a sua torcida se livra do fantasma da volta de Renato Gaúcho, o gênio enxadrista do rachão, e joga o problema para cima da Urubuzada. O melhor negócio para o pó-de-arroz foi a consolidação de Abel Braga - na minha opinião, um dos melhores treinadores brasileiros, bem à frente de um nome como Mano Menezes, o fala bonito/me engana que eu gosto.


Para encerrar essa conversa sobre os coadjuvantes do futebol carioca, limito-me a dizer que o Flamengo está fora da disputa do Brasileirão e deve se satisfazer com a vaga para a Copa Sul-Americana. Venceu o Santos quando esse era a maior draga do Brasileirão e achou que tinha superado o Barcelona, na final da Champions League. Tão ilusório quanto acreditar que Ronaldinho Gaúcho, que tornou a sumir, chegará à Copa do Mundo na ponta dos cascos.


Chega de ouro de tolo. Na próxima postagem falarei sobre o Vasco.



terça-feira, 6 de setembro de 2011

Surto heróico

Fidalgos tricolores, cá estou novamente pra escrever sobre aquilo que já tinha dito que aconteceria. Depois de um certo tempo de convivência com o TRIpolar, você começa a perceber determinados padrões na loucura, por mais que isso possa parecer contraditório. Afirmei aqui que ganharíamos do dragão, já que sempre igualamos o número de derrotas com o de vitórias. Tendo em vista o bom jogo contra o São Paulo, é óbvio que teríamos uma atuação ruim em seguida. Percebem o padrão? Temos duas vitórias a menos que o líder e duas derrotas a menos que o lanterna. Surreal, não?

A diferença da vez é que de forma inédita jogamos mal e ganhamos. Fomos totalmente dominados e ainda assim conseguimos uma vitória que só pode ser explicada por se tratar de um time transloucado. O doido varrido é aquele que tá lá, meio morto, beliscando azulejo e correndo atrás de avião, e do nada, pow, tem um surto e começa a fazer coisas impensáveis. O nosso surto durou exatos 8 minutos, o suficiente pra domar o sopra fogo e devolvê-lo à sua caverna goiana. Se esqueceram que temos O Gum no time, que nunca deu mole pra dragão nenhum.

E quando tudo estava certo, quando o resultado parecia inalterável, quando a recuperação parecia distante, eis que surge a fagulha do 22. No exato momento em que o comentarista do Sportv malhava o Rafael Sóbis, ele foi lá e fez o primeiro. Não satisfeito, mandou uma na trave antes de fazer o segundo. E no terceiro, He-Man, impedido, teve sua redenção depois do penalti isolado. Na hora do terceiro gol, só deu tempo de mergulhar de peixinho na casinha de bolas das crianças e estrebuchar feito peixe fora d'água. Logo que saí Thomaz repetiu o ato gritando gol. Depois beijou o escudo da camisa do fluzão que vestia e quis balançar a bandeira na varanda. Não preciso de mais nada. Só um time muito doido pra fazer o que fizemos. Acredito que no final do jogo todos vestiram sua camisa de força e foram babando na ambulância branca de volta pro pinel onde se concentram.

Digo e repito: este time é imprevisível. Contra o Cruzeiro costumamos ter uma sorte danada e dificilmente perdemos pro esquadrão celeste. Bom, se essa é a regra, devemos perder. Tomara que eu esteja errado.

E o Abelão diz que fica. Não quer parar o tratamento tarja preta do time no meio do caminho. Renight está desolado...

Bem, agora é só esperar pelo segundo capítulo da saga futebolística jamaicana pelas entranhas do lote XV. Quero ver se ele vai contar sobre o "teste do sofá" que fez pra passar na primeira peneira...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

10 x 10

Fidalgos tricolores, como estou mor-ren-do de curiosidade pra ouvir as histórias de meu magoado afro-animal de estimação, vou escrever um texto hoje e outro amanhã pós jogo.

Convenhamos que escrever sobre este time está ficando cada vez mais difícil. Quando você acha que vai ser sacudido, dá sacode. Quando pega os lanternas após grandes vitórias, toma fumo. Até hoje não me conformo em saber que uma das duas vitórias do América MG no campeonato foi sobre nós e da forma que foi.

Somos um dos times que mais venceu. E que mais perdeu. Somos capazes de dar um nó nos mano bambi em pleno Morumbi e amanhã levar um baile do embalado Atlético Goianiense. Eu costumo dizer que com este time em campo ninguém nunca acertará na loteria, ele pode ter todos os adjetivos, menos o de previsível. E isso é até bom porque quando começa o jogo ficamos naquela ânsia de saber se seremos caça ou caçador.

O time ainda não engrenou, sequer conseguimos três vitórias seguidas. Quando o Abel encheu o time de cabeças de área, fomos mais ofensivos. Me parece que ele está doido pra voltar com o esquema de três zagueiros que ele tanto gosta, deixando o Mariano e o Carlinhos largados ainda nas laterais, afinal, somos o time que mais cruza bolas na área e temos dois ótimos cabeceadores.

Assim podemos resolver a avenida que se forma na ala esquerda da defesa, onde surgiram os dois gols do Botafogo, sendo o primeiro num belo passe com a mão, a partir de um lateral, com o Elkesson girando em cima da anta do Márcio Rosário, e o segundo com o Loco Abreu voando a 3km por hora da sua área até nosso gol sem que ninguém tivesse a dignidade de ao menos chegar perto. O Mariano é doente e ainda tem pulmão. Já o Carlinhos deixa muito a desejar na parte defensiva, o que todo mundo já percebeu.

Amanhã tem tudo pra ser mais uma boa vitória. Pegamos um time que vem de 5 vitórias seguidas, ou seja, tá na hora de perder. Além do mais, precisamos manter nossa média de igualar sempre as vitórias com as derrotas, assim chegaremos ao 10 por 10.

Pelo sumiço do Rominho em fase tão boa para o Vasco, imagino que ele deve estar acampado na porta do Pasteur com uma vela preta e branca comendo um bolinho de chuva. Por mais delicado que possa ser, o Vasco precisa de outro técnico. E garanto que se perguntarem ao Ricardo Gomes se ele acha isso correto ele piscará o olho duas vezes, dizendo sim. Com seu perfil e caráter, sabe muito bem das limitações que o AVC lhe impôs e da pressão familiar em não voltar aos gramados, tendo em vista que suas duas crises foram em clássicos regionais.

O Vasco hoje não tem um técnico no departamento médico. O Vasco não tem mais técnico.

Saudações Tricolores

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Faz Parrrrrte!

Que o Flamengo deu uma considerável caída de produção é inegável. Mas acho que faz parte do campeonato. Tem duas maneiras de sagrar- se campeão do Brasileirão: Ou se consegue uma boa vantagem a ser administrada durante a competição ( como no tri do São Paulo e no título do Flu) ou atropela- se nas rodadas finais ( como no Hexa do Mais Querido do Brasil)
Já escrevi aqui que, no Brasileirão, se você não é o líder então não o perca de vista.

Então acho que a queda de rendimento, como dizia o filósofo Kléber Bambam : " Faz parrrrrte!"
Me dói dizer isso mas o homicida do Airton faz falta ao sistema defensivo, os zagueiros voltaram aos seus piores dias e Leonardo Moura, nosso desafogo há uns 5 anos, não está em boa fase. Thiago Neves oscila demais e o David... Bom, deixa pra lá...

Dói na alma toda vez que eu vejo o Borges, Do Santos, fazendo gol neste campeonato. Não é possível que o Flamengo naquela busca desesperada por um centroavante, não tenha visto que o Grêmio o estava dispensando de mão beijada. Mas, provavelmente, o Vandeco não o quis porque não ía levar nenhum na negociação...

Estou devendo a segunda parte das minhas memórias futebolísticas. Elas só serão postadas depois que o Dono do Blog postar dois textos num intervalo de duas semanas.