terça-feira, 13 de setembro de 2011

Observações sobre as últimas rodadas do Brasilleirão (2)

Apesar de estar a um ponto do líder, o Vascão me preocupa. Primeiramente, perdeu Felipe, que vinha sendo o comandante da nau vascaína. Em seguida, assistiu ao adeus de Anderson “Baresi” Martins, na véspera do jogo contra o Flamengo – coincidentemente, o passe do zagueiro pertencia a Traffic, fundo de investimentos associado ao clube da Gávea (e rival das máfias italiana e chinesa e das milícias cariocas). No mesmo jogo, o time cruzmaltino perdeu Ricardo Gomes, o Rinus Michels da colina, que deixou o Engenhão na ambulância, sob o singelo coro de “Uh, vai morrer!”, entoado pela torcida mais civilizada do planeta.


Com as justíssimas convocações de Dedeckenbauer para a Seleção Brasileira, vez ou outra, o Vasco entra com a antiga zaga reserva em campo. Cristóvão Borges, assistente de Ricardo Gomes, ainda é uma incógnita, embora seja certo que o primeiro errou no jogo contra o Flamengo, além de não ter experiência como técnico de um grande time, de dimensão internacional – caso do Vasco, é claro (eu não poderia estar falando sobre o Botafogo ou o Fluminense...). Para liderar o melhor do Rio dentro de campo, temos Juninho, jogador também de renome extracontinental. O problema é que o Reizinho da Colina tem 36 anos e não aguenta mais jogar quarta e domingo – de vez em quando, precisa ser poupado. Aqui reside o xis da questão: sem Juninho e Felipe, o Vasco é um time qualquer.


As outras referências da equipe não estão rendendo como nos melhores tempos da Copa do Brasil. Éder Luís está se tornando - ou voltando a ser - um ciscador sem pontaria (ok, não é definitivo) e Diego Souza é imprevisível: num dia é o dono da bola e no outro é um trombador maluco. Tem sido mais o segundo tipo de jogador. O gol que perdeu contra o Figueirense, nos descontos, é coisa de quem não quer ser campeão ou, no mínimo, líder do campeonato.


Fico impressionado com a liderança de longa data do Corinthians, que vem capengando há várias rodadas (de vez em quando consegue uma vitória suada) e ninguém consegue tirá-lo do posto. Campeonato esquisito. O Vasco teve a grande chance de chegar à primeira colocação quando enfrentou o América (MG), mas levou uma inexplicável goleada do último colocado do torneio.


Resta para a torcida vascaína manter a paciência. O título da Copa do Brasil acabou com a seca de títulos, que durava oito anos. Se chegamos até aqui, a um ponto da liderança, não há motivo para acomodação. “Terra à vista”, já gritava o heroico português, séculos atrás.



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