quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais do mesmo

Fidalgos tricolores, fico até incomodado de escrever sobre algo que todo mundo já sabia, sobre o óbvio, mas é justamente este fato que foge à compreensão dos que se acham sábios que merece nossa mais profunda interpretação. Não é mistério pra ninguém o resultado de hoje, uma vez que já tinha informado qual seria nossa tática pra este match. A verdadeira lição de vida que este jogo oferece é um tapa na cara dos incrédulos, daqueles que riram e acharam que estava eu querendo zombar ou criar ares irreais sobre o escrete tricolor. Surpresos, soltam aquela risada amarela, de canto e envergonhada, por desmerecer e não levar em consideração o que qualquer tricolor sabia desde o primeiro 3x1 contra o Macaé. Com ares de intelectuais iluminados, indicam o óbvio como sorte, acaso ou desvio imprevisto, menosprezando a realidade que se esfrega nos seus olhos, profetizando em tom messiânico que o tempo dirá que eles têm razão, que a felicidade dos ignorantes é efêmera e acaba na quarta de cinzas. Não importa. Não se mexe com a tradição da caridade fidalga, de guerrear a luta justa, equilibrando as forças para que o ritual futebolístico seja absorvente (fala, Alvito!). Como já era esperado, tomamos o gol logo no início, para que a torcida que se deslocou até Friburgo pudesse começar a se empolgar desde já, tudo dentro do previsto. Eu mesmo só comecei a assistir ao jogo depois do gol do Ziquinha, que o Ricardo Berna facilitou porque queria que o jogo fosse logo pra valer. Aí veio o segundo tapa na cara dos arautos do fim do mundo: gol do Roger, com direito a drible e tudo mais. Em seguida, um gol de placa de nosso hermano Conca, driblando três e chutando com tranquilidade na saída do goleiro. Pra finalizar, Thiago Neves resolveu perder o pênalty, não cabia massacrar um time pequeno e com menos dois em campo. Mas o juiz não concordou. Mandou voltar a penalidade e aí o TN não teve como aliviar, ia ficar muito escancarado, beirando o menosprezo, mesmo que fosse na realidade a mais profunda demonstração de nossa índole fidalga.

O Caso Carlos Alberto

Perdoem-me os que acham que o Carlos Alberto foi injustiçado, mas a vida é clara, assim como a lei e a regra. Se eu disser que não ouvi o apito do guarda municipal como desculpa pra tentar anular minha multa de trânsito, vale? Se o aluno disser que não ouviu o apito do recreio e por isso desceu mais cedo, ele vai se livrar da advertência da diretora? Se eu não escutar o apito do pernil que eu coloquei no forno e ele queimar totalmente, vou conseguir torná-lo tenro novamente? Então não me venham com argumentos neste sentido. Não ouviu o apito, meu camarada? Olha pro bandeira e tenta imaginar porque todos os outros 21 jogadores ficaram parados. Além do mais, não estamos falando de réu primário. Imaginem a cena: você escuta 3 tiros e, logo depois, saem da casa uma velhinha de 73 anos e o Elias Maluco. Quem cometeu o crime? É do ser humano, não adianta. Execrar o árbitro é não reconhecer a dinâmica social brasileira. Cartão vermelho com certeza! Culpado! Ou alguém pensaria em levar a velhinha e o Elias Maluco pra depor? Como neste caso futebolístico, meus caros, o julgamento é na hora e ponto. Tenho dito.

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