sábado, 11 de abril de 2009

Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci


" Dinheiro não traz felicidade". Quantas vezes já dissemos esta frase e, muitas delas, por puro recalque, porque a vida não nos deu coragem, boa sorte, oportunidade, ganância ou predestinação para os milhões. No caso do jogador Adriano não há como não ver veracidade na frase. O que leva um ser humano a recusar, aos 27 anos, 18 milhões de reais por ano, para jogar futebol? Repito: Pra jogar futebol. Não é pra, como dizia João de Santo Cristo, botar bomba em banca de jornal nem em colégio de criança.


Infelicidade. Daí a gente pensa: Como ser infeliz ganhando esse montante pra jogar futebol, viver em Milão, uma das cidades mais badaladas do mundo, ter fama internacional e tudo, tudo o que o vil metal pode comprar? Pois é. Dinheiro não traz felicidade. Mas também acredito que, casos como os de Adriano e de Xuxa, são exceções. Me paga essa grana aí e eu garanto: É churrasco na laje todo dia!


Achei a atitude do Adriano corajosa. Tem um monte de jogador se arrastando em campo por aí, sem vontade nenhuma e, também sem coragem pra tomar decisões como essa. Admitir que a felicidade está no simples fato de andar descalço na Vila Cruzeiro é pra poucos. O cara bateu no peito e disse: " Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci". O mais comum é aguentar as discriminações e preconceitos da high society e passar a vida fingindo que é parte daquele mundo. Coisa que, segundo dizem, o Pelé fez a vida inteira.


Por falar em Pelé, acho que a imprensa esportiva devia iniciar uma campanha: Preserve o Pelé. Não faça pra ele perguntas polêmicas. Vamos poupar o maior jogador de futebol de todos os tempos de situações vexatórias. Vocês viram o que ele disse sobre o caso Adriano? " É uma atitude que depõe contra a imagem do Brasil no exterior". O que se esperava dele nesse caso, é que ele tivesse um conselho, uma palavra amiga de um pai que passou pela situação de ver seu filho enfiado até o pescoço com o tráfico. Mas ele prefere continuar apontando o dedo, se achando o melhor ser humano do mundo, o pai de família perfeito.


Atitude, aliás, de José Mourinho, técnico da Inter de Milão que disse: " O que interessa nesse momento é o ser humano. Esqueçam o Adriano, jogador de futebol e vamos nos concentar no ser humano."


Romário é quem tem razão: Pelé calado é um poeta!


Espero que o Imperador se sinta feliz pra voltar ao futebol. Com a camisa 9 do Mais Querido do Brasil!

2 comentários:

  1. Adriano e seu banzo...Em breve Ronaldinho Gaúcho se junta a ele. É outro que parece estar morrendo de saudades do pé descalço e do toque despretensioso e genial, permitido hoje em dia somente nas peladas em que ele sonha um dia voltar a participar. Aquele ovinho que você dá, completa, e depois joga a bola pro lado só pra zoar com o otário que tomou o come humilhante. O Futebol tá sério demais pra eles...

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  2. Muita gente dizia que a cachaça atrapalhava o futebol do Adriano. Essa semana ele acabou com a polêmica: é o futebol que atrapalhava a cachacinha dele. Que se fodam os 18 milhões por ano: já ganhou o suficiente, e agora vai beber tranquilamente no pagodinho com feijoada de sábado na Vila Cruzeiro. Quando der saudade, joga uma peladinha, ou quem sabe, bate uma bolinha no clube de infância. O que não falta é jogador com vontade de fazer a mesma coisa, mas sem culhão pra bancar...

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