quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Método Maicon

Fidalgos tricolores, o fato é um só: bastou jogarmos 45 minutos de 180 para que a Águia virasse codorna. Ou melhor, bastou apenas um jogador para domesticar o animal perigoso e feroz que veio de Marabá. Mostrando técnica e habilidade, Maicon se tornou o primeiro predador de águias do planeta, uma vez que o bichano não possui adversários em seu meio natural. Sem se fazer de rogado, demonstrou em campo todos os procedimentos necessários para uma boa domesticação, abrindo ao público seu arsenal de métodos copiados do quadro negro de Xerém. Vamos a eles (anotei tudo vendo sua palestra no Maracanã):

Método 1: A imprevisibilidade

Como todos sabemos desde as primeiras aulas de ciências, pelo menos nós tricolores, os animais agem por instinto. Sendo assim, não possuem a capacidade de projetar o futuro, de refletir sobre o que será o amanhã (nunca escutaram a música). Maicon sabia disso. Maicon usou isso ao seu favor. Sabendo que a águia com fome ia atacar no primeiro bote na sua perna direita, ele esquivou-se e disparou de esquerda, sem chances ao goleiro das meias cor de abóbora. Em uma só tacada dominou o alado e deixou claro pra coruja quem mandava no estádio.

Método 2: Tática e Estratégia

Nesta demonstração Maicon apresentou seu assistente de palco, Fred. A águia defendia seu ninho ferozmente, mas precisava sair para buscar a comida dos seus filhotes famintos. Temerosa e em vias de entrar em extinção, ela abriu as asas e alçou vôo. Maicon já sabia e esperava esta atitude. Assim que ela bateu a primeira vez suas asas ele avançou, tocou para o Fred que, magistralmente, devolveu para ele. Com um toque de direita e outro totozinho de esquerda, superou os filhotes e o goleiro com cenouras na canela. Do ninho, ele bradou em gol e a águia teve humildade pra retornar de cabeça baixa e assumir sua inferioridade. Teve Maicon como seu legítimo Rei, pois mesmo podendo arremessá-los penhasco abaixo, deixou seus filhotes vivos. Fidalguia tricolor. Dominada pelo gesto.

Método 3: O Ratinho como isca

Ficou pro final o método mais perigoso, aquele em que alguém corre o risco de morrer e ser estraçalhado. A águia enxerga um rato a quilômetros de distância e, num rasante certeiro, crava suas garras no roedor sem dó nem piedade. Maicon sabia disso. Seu outro ajudante ratinho também. Sabiam que um erro, um milímetro de imprecisão poderia custar a vida de alguém. Mas Maicon e ratinho foram cirúrgicos. Ou seriam Pelé e Carlos Alberto Torres? (notaram como o lance foi parecido, guardando as devidas propoções?). Maicon ficou com a bola, segurou, segurou, e pressentiu que a águia se aproximava do rato. Quando ela chegou bem perto, ele besuntou a bola com cream cheese e lançou, fazendo com que o rato disparasse como nunca tinha feito. O rato passou pela águia e parou dentro do gol. A águia foi atrás e se embaralhou nas redes. Estava dominada.

Fim do show. Esperamos que ele se apresente novamente em breve.

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