sexta-feira, 9 de julho de 2010

Bruno


Bruno poderia entrar num ônibus e dizer: " Desculpe incomodar o silêncio da sua viagem mas, eu poderia estar jogando futebol no clube mais popular do país, ser ídolo, ganhar milhões por ano, ter perspectiva de seleção brasileira e de jogar na Europa mas estou aqui, humildemente, matando gente."

Sempre me impressiona quando alguém joga pela janela todas as coisas, materiais e imateriais que Bruno conquistou.


Acho equivocado esse perfil que a imprensa quer dar ao caso, dando a entender que a culpa de tudo são as origens do jogador e os milhões que ele já ganhou. No meu entender, Bruno faria o que fez se fosse goleiro do Flamengo, dentista, ajudante de pedreiro, qualquer coisa. A prova disto é que, existe uma esmagadora maioria de jogadores que vieram da mesma pobreza, ganham mais que o Bruno e, nem por isso, estão por aí cometendo delitos. Muito menos, matando.


Sempre que vejo alguma notícia do caso na televisão, lembro de uma entrevista dele dizendo que estava torcendo pra menina aparecer, que se comoveu com o pai dela falando na tv e que tudo seria esclarecido. Bruno mostrou, nesta entrevista, a frieza de um psicopata.

O delegado relatou um momento em que alguém diz que isso vai trazer problemas pra ele. E Bruno responde: " Estou preparado".

Olhando a expressão do jogador andando de camburão, algemado, de um lado pro outro, me dá a impressão que ele realmente se preparou. Está consciente que a carreira acabou, que será condenado, passará anos na cadeia e será apontado na rua pro resto da vida. Bruno mostra a resignação de um culpado. Em nenhum momento mostrou a indignação, o desespero dos inocentes.


O Flamengo precisa agir rápido, fazer uma contratação de impacto, trazer de volta o foco pra dentro de campo. Um ataque com Diego Maurício e Paulo Sérgio, a contratação de Val Baiano não condizem com um time que possui o status de atual campeão brasileiro.

Ronaldinho Gaúcho? Pra quê? Pra jogar ou pra chegar bêbado nos treinos como fazia no Milan? Se em Milão ele organizava quatro pagodes por semana na sua casa, imaginem o dentuço ao alcance da Lapa?


Sei o que o compromisso já tinha sido marcado antes do Galinho acertar sua volta à Gávea. Mas não gostei de, no meio de toda essa confusão, ver o responsável pelo nosso futebol, longe do trabalho, na Disneylândia.

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