terça-feira, 13 de julho de 2010

De tudo um pouco


Fidalgos amigos, depois de algum tempo ausente retorno para fazer um panorama geral.  Temos a Copa e o final da Copa, o Bruno 174, O futuro da seleção, renovação e novo técnico e, por fim, e pra mim o mais importante, o retorno do brasileirão e do Cartola F.C.  Como diria o amigo do Bruno, o Bola, Paulista ou sei lá o quê, vamos por partes.
Como vocês devem ter percebido, não sou muito de Copa do Mundo. No máximo fiz uns comentários acerca de textos de meus animais de estimação Josué e Jamaica. Que eu me lembre, dei pitaco em uma discussão sobre a Argentina e depois meti o bedelho quando o assunto foi a tecnologia nos gramados, nada mais. Refletindo sobre isso, já que antes eu lembro que gostava mais da Copa, cheguei a algumas conclusões. A primeira, e mais óbvia, é que o barato da Copa era ir pra rua zoar e ver os jogos com a multidão, coisa que nesse momento não posso fazer em razão de meus filhos pequenos. Mas até aí tudo bem, isso passa e curtir os bacuris compensa. O problema mesmo, mais grave, é a imensa falta de carisma dessa seleção.
É impressionante a constatação do fato de que eu não me identifico em nada com esta seleção que foi ser vuvuzelada na África. Não tem um sujeito que seja digno de minha torcida, seja pra se dar bem ou mal, tanto faz. Isso é o mais perigoso: nenhum deles foi digno de minha atenção, nem fedem nem cheiram. Vejam bem, isso em nada tem a ver com torcer contra, pera lá. O que tento deixar claro é que nossos selecionados não emocionam, não carregam o carisma e o drama necessários para que o futebol se concretize em sua plenitude. Não temos um Ronaldo obeso, um Ronaldinho bêbado, um Romário debochado ou mesmo um Edmundo babando entre os caninos depois de atropelar meia dúzia. Ou seja, não temos ninguém que desperte no torcedor o amor ou o ódio, sentimentos cruciais da identificação das arquibancadas com o time. Não temos sequer um ídolo capaz de aglutinar alguns devaneios comuns. Até mesmo o Robinho, que já despertou em nós o mesmo que o Neymar e o Ganso despertam hoje, já não foi mais o mesmo, uma vez que nossa marca principal, a individualidade e o improviso, foram suplantadas em nome da mediocridade coletiva.
E como não podia deixar de ser, na hora em que precisamos de uma liderança, após o empate da Holanda, ela não existia em campo, muito menos fora dele onde quem deveria mostrar o equilíbrio estava esmurrando o banco de reservas. Não tem jeito: o cão é reflexo do dono. O Felipe Melo e seu destempero, a falta de equilíbrio emocional diante da adversidade, todos estes aspectos foram emanados do Dunga. Imaginem se depois do gol da Holanda, o Romário corre no fundo das redes, pega a bola e, no caminho para o círculo central, vai falando com cada um: "se fuder, seus filhos da puta, levanta essa porra de cabeça, cuzão do caralho, vamo virar essa merda agora! Coloca lá na frente que eu resolvo, essa porra é Brasil, peixe!" Garanto que teríamos, no mínimo, vida mais longa, com mais dignidade. Mas não. A bola na rede não despertou a ira de ninguém, não se olhavam, não procuravam uma referência, ela não existia e, todos de cabeça baixa, pensando no pior, só aguardaram a sua chegada.
Por fim, conto uma história surpreendente que aconteceu comigo no domingo, que reflete perfeitamente a urgência das mudanças que devemos ter na seleção. Estou saindo do Shopping Iguatemi, tranqüilo e calmo, e quando me aproximo da porta, entram duas crianças pequenas completamente enlouquecidas e alucinadas. A primeira loja na direita é a da Adidas e é pra lá que elas se encaminham. Correndo, elas se jogam na frente da vitrine, apontam para a camisa da seleção e começam a gritar entorpecidas: “cooooooooooooompra mãeeeeeeeeeeee, por favor, por favor, por favor, compra esta, compra, eu quero muuuuito, compra, eu queeeeeeeeeeeeeero.
Ah, só um detalhe: era a camisa da seleção... da Alemanha. Ou nos renovamos ou, em pouco tempo, nossas novas gerações estarão torcendo para aqueles que fazem o que deveríamos fazer: aliar juventude, jogo bonito e carisma. Desse jeito, o resultado aparece mesmo na derrota.
Bem, acho que meu panorama ficou meio grande. Na próxima postagem falo sobre o que faltou: técnico da seleção, Bruno 174, brasileirão e Cartola.
Saudações tricolores!

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