terça-feira, 23 de março de 2010

Nada é tão simples

Por André Jamaica

Mais um Flamengo e Botafogo. Mais um 2 a 2. Confesso que o time do Natalino me surpreendeu. Muita movimentação com Caio e Herrera, Lúcio Flávio jogando bem e muita vontade de vencer o Flamengo de novo. No fim, achei justo o placar. O empate ficou de bom tamanho.

Desde o ano passado que eu digo que o Flamengo precisa de um lateral- direito pra suprir as ausências do Leonardo Moura. O Éverton Silva é ruim de doer. Muita saúde, voluntarioso e tal mas, não sabe nada. Até o Lúcio Flávio deitou e rolou em cima dele. Toda vez que ele joga eu fico rezando pros críticos do Léo Moura perceberem a diferença entre um excelente jogador e um jogador comum.

Até agora não acho que o Fabrício tenha dado uma contribuição fundamental à zaga do Flamengo. Que ele é um zagueiro promissor, talentoso e com um belo futuro pela frente, todo mundo sabe. Mas não o acho, ainda, um titular absoluto do esquadrão rubro- negro. A gente mais perde do que ganha com a ausência do " Magro de Aço", Ronaldo Angelim. Bom zagueiro, experiente, bom toque de bola, boa saída de jogo e, ainda forma uma dupla ofensiva com o Juan pelo lado esquerdo. Torço pelo seu retorno ao time titular.

Semana passada, no CBN Esporte Clube, programa que vai ao ar na rádio cbn de segunda a sexta às 20h e é comandado por Juca Kfouri, uma socióloga participou do programa pra falar dos casos Adriano e Vágner Love. Eu, irresponsavelmente, não guardei o nome da entrevistada. Mas fiquei muito bem impressionado com a qualidade da discussão. Entre outras coisas, a socióloga disse que a imprensa esportiva trata o caso de uma maneira muito simplista, já que as questões extrapolam a esfera futebolística e nos levou a seguinte reflexão:

Vamos imaginar um grande amigo de infância do Adriano, daqueles com quem o Imperador jogou futebol, soltou pipa, jogou bolinha de gude, roubou manga do vizinho, frequentou os bailes e deu os primeiros "aprouches" nas gatinhas. Amigo mesmo. Daqueles que frequenta sua casa e vice- versa. As respectivas mães se tornam amigas por causa da amizade dos meninos.
Pois é, o tempo passa e a vida se encarrega de separa- los. Tempos depois Adriano reaparece na favela pra visitar amigos e familiares e se sentir em casa. Vai subindo o morro quando vê o velho amigo na esquina com um fuzil na mão. O que o Imperador deve fazer? Olhar e fingir que não viu? Virar a cara e seguir adiante? Ou deve olhar e apertar a mão e dar um abraço, não num soldado do tráfico, não num cara com um fuzil na mão, mas apertar a mão e dar um abraço no velho amigo de infância, com quem ele jogou futebol, soltou pipa...

Como lembrou a socióloga, o assunto é muito mais complexo do que o tratamento simplista que é dado pela imprensa. E bato palmas pro Juca Kfouri que deu tratamento adequado ao caso. Despojou- se de vaidades e admitiu que não tem conhecimento suficiente pra fazer juízo sobre os casos de Adriano e Love.

LIBERTADORES É OBRIGAÇÃO!

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