domingo, 25 de janeiro de 2009

Cabofolia

Em toda a história da humanidade, todos que tentaram interromper uma festa popular foram depostos e sofreram as consequências de seus atos doutrinadores. Alheio a este ensinamento, o escrete tricolor enebriou-se com um gol de Diguinho logo aos 4 minutos do primeiro tempo e encheu-se de soberba, achando-se mais forte do que na realidade era. Ignorando a potência do ar puro e a vitalidade que sopra pelo vento nordeste da praia do Forte, sentiram-se em posição de ataque quando, na realidade, não passavam de presas indefesas em uma armadilha bem montada pelo esquadrão da região dos lagos.
Camuflados com as cores tricolores, confundiram e corroeram a defesa do Fluminense tal qual a maresia que acomete as ferragens da orla, produzindo jogadas rápidas e efetivas, sem desperdiçar as oportunidades que lhe apareciam. Foi assim aos 29 e 44 minutos, quando Ramon e Roberto marcaram e construíram a virada já no primeiro tempo do match, colocando os 11 reis completamente nus.
O intervalo poderia não ter existido. Ou melhor, poderia ter durado 19 horas que não alteraria em nada o desenrolar dos acontecimentos. Mesmo com as modificações feitas pelo comandante tricolor, uma espécie híbrida de filósofo de botequim disfarçado de inspetor Clouseau, o time já estava batido, entregue aos braços do destino. Seus últimos suspiros antes da serem ceifados pelas raízes jazem até agora nos braços do guarda metas Flávio, que realizou uma sequência espetacular de seguidas defesas, garantindo a continuação da folia por mais algumas horas. Natimortos e desenganados, os jogadores do Fluminense tiveram os aparelhos que os mantinham vivos desligados. Em um contra-ataque fulminante, com um a menos, Da Silva, aos 36 minutos do segundo tempo, puxou a tomada com requintes de crueldade, driblando o zagueiro e colocando de canhota à direita de um atônito Fernando Henrique.
Mas não se iludam, semeadores da desilusão e arautos do fim do mundo: lembrem que o pavilhão tricolor repousa nos braços de João de Deus e não nos templos da Renascer.

Operação bandeira 2
A polícia federal não pode lavar as mãos diante da fraude escandalosa ocorrida nesta tarde de domingo no Maracanã, assistida por mais de 30 mil testemunhas. Cabe investigação imediata do Sr. Luiz Antônio, bandeirinha rubro-negro, o único a ignorar uma “pequena” distância de 3,16 metros de legalidade do atacante do afanado Frizão. O difícil vai ser arrumar alguém pra depor.

Tragédia pouca é bobagem
Em São Januário, o Vasco manteve a regularidade do ano passado. Desse jeito periga o Eurico retornar em um andor, carregado por, no mínimo, 36 vascaínos dispostos a sustentar suas arrobas. Caixa D’água manda lembranças: disse-me, em carta a pouco psicografada, que o score lava sua alma e prova, de uma vez por todas, que nunca influenciou um resultado a favor do time campista. Está de malas prontas para o céu. O time do inferno está desconsolado com a saída repentina de seu principal dirigente. É melhor o Eurico fazer um check-up pois seu nome é pule de dez nas conversas ao redor do caldeirão de enxofre. Acredite, se quiser.

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