sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amor ao Clube



Mário Filho


“ Escolhe-se um clube como se escolhe uma mulher. Para toda vida ou até que Deus separe. É mais difícil deixar de amar a um clube do que a uma mulher. Qualquer um de nós conhece, de ouvir falar nem se fala, mas de conhecer mesmo, mais bígamos ou polígamos do que torcedores que mudaram de clube. Ou que o traíram, mesmo em pensamento. Talvez porque o clube nunca se entrega a um torcedor. O torcedor é que se entrega ao clube ou ao amor do clube (...) Geralmente se ama sem saber direito por quê. Tantos caminhos levam ao amor que é quase impossível apontar um como a rota dos descobridores. Isto é verdadeiro, tanto em relação a uma mulher quanto em relação a um clube. E mais uma relação a um clube do que a uma mulher, já que nenhuma mulher é tão variadamente amada como um clube. Nem mesmo uma Brigitte Bardot, mais desejada do que amada”.

Nélson Rodrigues

“Mas se não houvesse Fluminense era capaz de não haver Flamengo, a não ser o do remo, já que o de futebol nasceu do Fluminense. Onde eu queria chegar é que o futebol é um pretexto, como o amor, embora muita gente, porém não de futebol, ame o amor. Quem ama o futebol é jogador. Os que não jogam, os que ficam nas cadeiras, nas arquibancadas ou nas gerais, amam é um clube, uma camisa, uma bandeira. Por esse amor é que se identificam com um time, com o jogador que pega a bola, com o goleiro que se estica para evitar o gol.(...) É verdade que a emoção do futebol é para ser mostrada e gritada. Não há nenhuma razão para ocultá-la. Vai-se a um jogo justamente para soltar as emoções, para libertá-las, sem esconder nada. E aí não há Ministro do Supremo Tribunal, o que há é o torcedor, o homem que ama um clube e se entrega a ele, vivendo o destino dele num match. só que esse destino do clube num match é o destino do torcedor no match. não há como fugir dele"

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