quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Imortais Futebol Clube


Fidalgos amigos, não quero nem falar da desgraça de ontem. Depois de séculos terminamos um jogo sem fazer gols e, pior, goleados como mandantes, já que não estávamos em casa. E como desgraça pouca é bobagem, tivemos a nova lesão do Fred que, inexplicavelmente, ficou em campo 45 minutos machucado. Nada justifica isso, muito menos o Muricy dizer que não tinha um atacante no banco. Bota qualquer um, o Curupira, o Saci, o diabo que te carregue mas o que não pode é ficar com um a menos por opção. Foi uma irresponsabilidade manter o Fred lesionado em campo, podendo agravar sua situação já precária e, pior ainda, colocando nossa liderança em risco. Sorte que o timinho contribuiu. E é sobre isso que eu quero falar, sobre as lesões.

Dando uma olhada preguiçosa e rápida nos principais times, impressiona o número de lesionados. Pra ser rápido: Maicosuel, Fábio Ferreira, Sheik, Fred, Dentinho, Wellington Paulista, Gilberto, Fernandão, Jorge Henrique, Felipe, Ricardinho, Rafael Sóbis, Tinga e etc, etc, etc. Se vocês eolharem bem, nesta pequena amostra três estavam lesionados, ficaram um longo tempo afastados e, quando retornaram, se machucaram novamente: Wellington Paulista, Dentinho e Fred. Todos do mesmo jeito, logo no início do jogo. Será que o departamento médico dos times que ocupam as primeiras posições do brasileiro não prestam?

Entendo tanto de medicina esportiva quanto de física nuclear, mas creio que não precisa ser nenhum Einstein pra supor que o problema deve estar relacionado a dois fatores, que atuam juntos e contribuem para esta forma de lesão: o biotipo do jogador e o excessivo número de jogos de nosso calendário. As vezes, meus amigos, o cara quer ser uma coisa mas não pode, seu corpo não permite, infelizmente. Ele quer ser maratonista mas é asmático, quer ser surfista mas é albino ou é anão é quer ser ponteiro no volei. Não adianta. Ou você aceita isso e passa a rir das suas limitações, e compreende que a prática destes esportes, no seu caso, será meramente recreativa e que nunca poderá desempenhá-lo em alto rendimento, ou você pragueja contra os deuses, passa a odiar o mundo e colocar a culpa da sua trajetória nas outras pessoas (mamãe não me incentivava a me exercitar e fiquei sem ar, meus pais não pegavam sol, porisso nasci assim e isso que dá nascer de uma rapidinha...).

O que quero dizer é que, por mais que exista vontade, nosso corpo teima em apresentar suas limitações. O caso do Fred é exemplar. Não é de hoje que suas lesões se acumulam, pelo corpo todo. Já cansei de falar isso aqui no blog. Não é possível que ele não tenha trabalhado ao longo de toda a sua carreira com um médico decente, inclusive na Europa. Pra mim, a limitação do Fred é dele, e só dele. E não é uma acusação, pelo contrário, é a constatação dos limites do ser humano, justamente o que nos dá a medida do que deve ser entendido como humanidade. Seu corpo não suporta uma carga abusiva de exercícios e repetições infindáveis, aliás, não suporta porque não foi feito pra isso, não é de sua natureza. OUtra explicação é procurar saber o terreiro que o W9 frequenta. Essa macumba é boa!

E entramos então na questão do número de partidas. Eu, doente que sou por futebol, acho ótimo não ter jogo do brasileiro só segunda, terça e sexta. Mas olhando pelo lado dos jogadores, é uma maratona extenuante. O cara sai do jogo, toma banho, entra no avião, chega no outro estado, dorme, acorda, descansa um dia e, no outro, já é hora de entrar em campo novamente. Não é nenhuma surpresa esta quantidade enorme de lesionados, pelo contrário. Todo treinador fala da importância do elenco e de seu tamanho para ganhar o campeponato porque ele tem CERTEZA de que vários do seu time vão se machucar e ficar fora por algum período.

Ou seja, todos sabem de antemão que a carga de exercícios e jogos é sobrehumana, que o ritmo é cada vez mais frenético e que vários deles não vão aguentar. Em resumo, submetem os jogadores ao ritmo do retorno imediato do capital, da exposição da marca, da sede das federações e confederações por campeonatos caça-níqueis e da necessidade da TV em incrementar sua programação. Fossem os jogadores organizados, esse absurdo poderia ser colocado como reivindicação diante do caráter torturante de suas condições. O recado é claro: reponham as peças quebradas porque o show não pode parar.

Eu que não sou bobo nem nada, estou montando meu time que será imune a qualquer tipo de lesão, urucubaca, olho gordo ou coisa parecida. Tão bom, mas tão bom que não vai precisar de reserva, são todos titulares ad infinitum, são os Imortais Futebol Clube:

1- Highlander (capitão) - goleiro não pode perder a cabeça
2- Rambo (metendo chumbo pela direita)
3- Jason (meio mascarado, mas sabe cortar bem os lances)
4- Freddy Krueguer (pra aparecer nos sonhos dos atacantes)
5- Ryan (nosso cabeça de área, o Soldado Ryan faz a proteção da zaga e, nos tempos vagos, dos EUA)
6- Braddock (metendo chumbo pela direita)
7- Jason Bourne (nosso cérebro que de vez em quando sofre apagões)
8- Niemeyer (arquitetando nosso ataque)
9- John McClane (duro de matar!)
10- Mum Ha (não é o Pelé, mas é eterno)
11- Rocky Balboa (pra mandar beijinho pra câmera gritando: "Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaadrian, I love you"

Técnico: Marcos Alvito (tínhamos que ter um professor neste cargo. Este sobreviveu à História Antiga, escapando de um grupo de espartanos mal intencionados, foi um dos sobreviventes do Carandiru, saiu ileso das garras afiadas do matrimônio e, além disso, escapou sem nenhum dano das mentes obsessivas de todo um departamento. Com se tudo isso não bastasse, sobreviveu ao Val Baiano no ataque. O time está em ótimas mãos.

Saudações Tricolores!!!

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