quinta-feira, 24 de março de 2011

Quem ousa não acreditar em nós?

Classificação do grupo do Fluminense
Fidalgos tricolores, só agora toda adrenalina de ontem parece ter sido expelida de meu corpo. Só fui conseguir dormir umas 2 da madruga, tamanha era a excitação de ter visto mais um jogo épico do Flu. Os coveiros de plantão, que já desdenhavam de nós na liberta, acordaram todos oriçados e escrevendo textos sobre renascimentos e coisas parecidas. Nós não renascemos, isso não, porque nunca morremos. Nós despertamos de um sono nefasto, de um pesadelo sob forma de garoa que nos impedia de jogar com o coração.

O time de lata do Muricy ganhou o seu coração, que pulsava na voz dos que estavam no Engenhão, pulando ao ritmo dos batimentos cardíacos de nossa história. O Fluminense não é trabalho, é muito mais que isso. O Fluminense é entrega e devoção, é a superação escrita em onze letras. Eu já disse e repito aqui: depis de nossa arrancada contra o rebaixamento, são poucos os que se atrevem a selar nosso destino, eles têm medo e sabem que nós podemos desacreditar a matemática e tornar a lógica algo dispensável. Aos aventureiros e oportunistas, restam as análises levianas e descabidas que, aliás, é o que todos já esperam destes.

Hoje quando acordei fiz questão de tomar um café pelando, fervendo, só pra queimar bem a língua e ser justo como o Deco. Tá mais áspera que língua de gato. Só me autoflagelando pra compensar as injúrias que aqui proferi contra este português maravilhoso, um mago da bola. Depois de ontem já acho até que ele ganha pouco, devia ter um aumento. Afinal, fez mais em alguns minutos o que muitos ainda não fizeram este ano. Taí, ele deveria receber por minuto. Se assim fosse, ontem mesmo ele teria resolvido sua vida financeira.

Ele entrou e deu um cérebro pro time. Nosso Conca, mais uma vez, diga-se de passagem, sumiu no jogo e ficou se embolando com o Souza que tinha que fugir do hermano pra não deixar um buraco onde ele deveria estar. O portuga organizou as jogadas e evitou a correria em um momento de desespero. Deu o passe pro Araújo fazer o segundo gol e num lance de raro oportunismo, fez o terceiro, aos 43 do segundo tempo, pra enfartar todos os tricolores do mundo. Com as crianças dormindo só me restou pular igual um aloprado, o que rendeu uma cabeçada no ventilador que quase trouxe tudo abaixo. Imagina, eu não grito pra não acordar as crianças e elas acordam com o ventilador caindo, ia ser sacanagem.

A verdade é que tomamos dois gols espíritas e que tudo poderia ter sido mais calmo. Muitos falam que o Berna deveria ter socado a bola no primeiro gol do América. Vem cá, alguém aqui já viu algum goleiro socar uma bola que vem quicando na sua frente??? Nem em pelada, meus amigos. Cruzamento ou chute, tudo bem, mas uma bola que vem na sua mão e devegar, que veio quicando de um chutão, se o cara soca ia ser estranho. Digão que foi burro, pois deveria ter barrado e parado o atacante deles antes de chegarem perto do Berna, como se estivesse protegendo uma bola que vai sair pelos fundos.

No segundo gol, me lembrou muito o que o Cavalieri tomou, igualzinho: o cara na ponta pra cruzar e o goleiro no primeiro pau. Fazendo o quê??? Tudo bem que foi uma cagada gigantesca mas, ainda assim, defensável. E quando o Digão tentou tirar já não dava. Pelo menos ele fez uma defesa espetacular no final do primeiro tempo, que nos garantiu uma volta com mais tranquilidade.

Boa sorte ao Enderson, que já mostrou ter estrela e terminou o jogo com 35 atacantes, é assim que deve ser. Que nenhuma lesão acometa novamente nosso luso tricolor. Que a batata do Fred não asse. Que o tornozelo do Sheik não inche. Que não seja nada de grave no joelho do mariano. Que o Leandro Euzébio demore mais a voltar. Que o Muricy, essa ratazana desalmada e traiçoeira, escute todo dia nossa música feita com especial apreço só pra ele:

"IHHHHHHHHHHHHH, o meu CT já vem aí
O Muricy vai se calar
Lugar de rato é em SP
Eu tenho vista para o mar

ÊêÊêeÊÊÊÊÊ Vai se F. no tietê, vai se F. no tietê....

No final, perdemos a razão e saímos ganhando.

Vamos classificar em primeiro, essa vitória foi um sinal...

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