domingo, 16 de agosto de 2009

O Flu contra a Young Flu

Fidalgos tricolores, retorno do maraca apavorado com o que não vi. Nenhuma jogada organizada, nenhuma vontade, nenhuma categoria, nenhuma vergonha na cara. Tive o desprazer de passar 90 minutos da minha vida vendo o que existe de pior no futebol e, como se não bastasse, paguei por isso. Creio que nosso segundo turno no brasileiro vai ser uma pré-temporada pra segundona já que precisamos de 30 pontos pra fugir da degola. Algo praticamente impossível para um time que conta com estes jogadores que estão aí. O time é um doente terminal que tem data pra morrer, mas por culpa dos cartolas, que são contra a eutanásia, vai agonizar até o fim. Esses desalmados...
Se no campo as coisas estão tenebrosas, com jogadores abaixo da crítica como Augusto, Wellington Monteiro, Diogo e Carlos Eduardo (todos conhecidíssimos no mundo do futebol pelas suas qualidades, não? ) vestindo nossas três cores, nas arquibancadas presenciei um acontecimento que, com certeza, tem muito pra dizer e que pode indicar um novo arranjo de nossa torcida.
No segundo gol do Coritiba, FH falhou clamorosamente, dando um carrinho sem explicação quando a bola estava livre para ele, com o Luís Alberto protegendo do Marcelinho Paraíba. A bola bateu no seu pé e sobrou livre pro mico leão marcar. Imediatamente a torcida passou a vaiá-lo e chamá-lo de frangueiro, principalmente a Legião Tricolor, que ocupa as amarelas do maraca. Imediatamente, num rompante animalesco e tribal, a Young Flu começa a mandá-la tomar no , em defesa do mãos de manteiga, nesse caso pés. No auge da loucura se movimentam para invadir as amarelas e, pasmem, partir para cima dos torcedores do próprio clube, simplesmente porque discordam de sua opinião. Chega a PM e "acalma" os bandidos que, urrando e babando pelo canto da boca, clamando por sangue, começam a entoar seus cânticos assassinos e violentos, contra a própria torcida.
Eis que, pela primeira vez na minha vida, vejo toda a torcida vaiar a Young, sua atitude e suas músicas. Foi algo que nunca pensei presenciar, toda uma torcida contra um pequeno número de alucinados que cantavam sozinhos, que pensam ser os donos das arquibancadas, nem que para impor sua vontade massacrem na porrada seus próprios torcedores. Quando tentavam cantar alguma coisa, a torcida, de verdade, abafava com músicas de incentivo e o hino do clube. As vaias ao FH continuaram e, cientes de sua posição, os "organizados" se calaram. Creio que, pelo perfil elitizado de nossa torcida, a Young, a partir de hoje, é uma torcida em descompasso, deslocada no tempo e sem espaço, ainda que em algumas de suas bandeiras sinalizem que "o ritmo mudou". Não são bobos, viram o crescimento da torcida espontânea e perceberam que teriam que se adaptar pra não sumir de vez, pra garantir pelo menos uma posição digna nas arquibancadas, já que nenhuma das músicas cantadas hoje são de sua autoria. Coreografias e ritmos não mais lhe pertencem. Não se olha mais para eles para saber o que cantar. Restou-lhes a única coisa que os diferenciam: a barbárie. Falem mal, mas falem de mim porque eu quero existir.
Ah, e como bem lembrou nosso amigo Jamaica, sobre a questão da relação entre os jogadores e as organizadas, o FH dá sua contribuição a referida facção. O problema não foi a vaia, foi o risco de perder o ganha pão. Se a torcida vaia, o FH reclama que não tá adiantando dar um trocado e pode achar que tanto faz, que é melhor doar para uma instituição de caridade ou sei lá o que. E aí, quem vai patrocinar o churrasco?

Nenhum comentário:

Postar um comentário