terça-feira, 4 de agosto de 2009

Reforma ou Revolução!


Não veio a vitória contra o Náutico, fundamental para retomarmos a simbiose torcida-time que nos levou a liberta em 2007. O time não jogou nada, dessa vez não conseguiu nem fazer o feijão com arroz que o Andrade serviu pra nação contra o santos e contra a galinha mineira.

Dois motivos eu vejo para isso, um superficial, que até um tricolor pode entender. O Flamengo sempre tem muita dificuldade em pegar times fechados, na retranca, ao mesmo tempo em que o nosso jogo flui contra times que nos encaram de igual para igual, que nos atacam. Assim foram nossas duas vitórias com Andrade.

O segundo motivo, na verdade, é o que explica o primeiro, e aqui vou retomar um assunto constante dos meus textos nesse digníssimo blog: nosso esquema, com três zagueiro, dois cabeças de área, tudo para liberar nossos alas, é um esquema de contra-ataque, de saída em velocidade após roubada de bola na defesa. Essa era a grande qualidade do Ibson, essa é a qualidade do Kleberson quando ele funciona. Não é a toa que o Willians pontua tanto no cartola.

Por isso o título desse texto. Marx já dizia que em todo o processo revolucionário, os homens dão respostas baseadas no passado, para só em um segundo momento formular saídas que se adéqüem à produção do novo. Esse é o grande erro do Fluminense, com Renato Gaucho, Valdir Espinosa, Branco, assim como também já havia errado com o Parreira. Os tricoletas só conseguem dar respostas baseadas no passado, e esse tem sido duro com o time da camisa cheia de cor, pleno de rebaixamentos e parco de títulos. O problema ali é a UNIMED, mas os pó-de-arroz parecem não entender.

Se o Flamengo tivesse contratado Vagner Mancini, Silas, ou qualquer um desses, também estaria caindo nesse culto ao passado ingrato, passado de Cucas e Caios Juniores. Efetivamos o Andrade, representante de um outro tipo de passado, cheio de glórias, de sangue, de raça.

Agora cabe ao Tromba dar o passo seguinte. Não ficar preso nem ao esquema que nos oprime desde Nei Fraco, nem aos ex-jogadores em atividade no nosso elenco. Novamente, vamos recorrer a fatos pretéritos que deram certo. Essa coisa de que não pode por a mulecada da base de qualquer modo no time porque queima é bobagem. Renato Augusto estreou na final da Copa do Brasil contra o Vice da Gama. Mais no fogo do que isso é difícil. Acabou sendo a nossa principal revelação dos últimos anos, protagonizando nossa principal venda para a Europa.

Não dá mais para escalar o Zé Roberto, por exemplo. O cara é ridículo, erra tudo. Muito melhor é botar uma cria da casa, cheia de disposição e identificação com o clube. O mesmo vale pro Léo Moura, mais eu sei que to pedindo muito.

Enfim, com dois bons resultados essa semana a perspectiva de arrancada é retomada. O caminho do sucesso do Mais Querido do Brasil nesse campeonato está em saber valorizar o que o nosso passado mais distante tem de bom, representado pelo Andrade, e se livrar do nosso passado recente de vexames, cuja figura do nosso lateral boca suja e tremendo vacilão é emblemática.

Saudações Rubro-Negras

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