terça-feira, 16 de junho de 2009

Acostumem-se

Fidalgos tricolores, hoje escrevo para fazer avaliações psicosociológicas individuais dos componentes de nosso amado time. O primeiro a ser analisado é nosso coach, o Kiko pó de arroz que jaz no banco de reservas durante os jogos. Antes, um pequeno flash-back.

Rodado no mundo árabe petrolífero e adjacências, além de ocupar por duas vezes o cargo mais importante da nação, nosso gentleman foi parar na África do Sul. Convidado com pompa pela seleção nacional para dirigi-la, nele foram depositadas as fichas para que os Bafana Bafana não fizessem vergonha na própria cozinha. Um cargo de destaque, com um ótimo salário, reconhecimento nacional e prestígio ilibado. Tocado por problemas pessoais, como a doença de sua esposa e o nascimento de seu neto, decide voltar ao Brasil e virar um dos “conselheiros” técnicos da Traffic, uma espécie de navio negreiro do futebol brasileiro. Antes de regressar para terra que tem palmeiras onde cantam os sabiás, decide pregar uma peça nos já combalidos africanos: indica o agora bilíngüe Joel Santana para sucedê-lo. Recebe propostas da dupla Fla e Flu e opta pelo Flu. Perguntado sobre o motivo de sua volta aos campos, respondeu sem precisar pensar muito: “sinto falta da adrenalina”.


Estamos diante de um caso claro e óbvio de SDI (síndrome do desaparecimento inevitável). Um homem com a sua história e trajetória nunca poderá ficar em casa babando no neto e zelando pela esposa, ainda que seja isso o socialmente correto. Pra quem já viu todo o mundo e apreciou em boas condições o que eles tinham de melhor pra oferecer, ficar entre quatro paredes não tem o mesmo sabor das quatro linhas. Adrenalina? Nem sei se na sua idade o corpo ainda é capaz de produzi-la. Não se enganem, meus amigos, essa resposta não foi para os repórteres ou dirigentes, foi a desculpa que ele encontrou pra convencer a sua família e voltar a campo para fazer o que ele sabe como ninguém: armar uma boa retranca e abdicar do ataque.


Parreira, no seu íntimo, quer provar aos novos “professores” que panela velha e que faz comida boa e que seus métodos são infalíveis e cientificamente comprovados. De acordo com sua teoria, 0x0 é vitória e 1x0 é goleada. Não tomar gol é prioridade e fazê-lo é conseqüência, não objetivo principal. Acostumem-se.
Uma pergunta oportuna
O Imperador voltou???

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