segunda-feira, 15 de junho de 2009

“Crise? Que crise? Vai perguntar pro Bush”


Escolhi essa frase do presidente Lula não para falar da inesquecível rodada do Brasileirão em que o Flamengo foi a Nova Zelândia da vez. Não há nada para falar desse jogo. Os jogadores do Flamengo não se importam de perder, mesmo com um placar vexatório como esse. Desde a tragédia contra o América do México tem sido assim. O Jailton dando olé no Ibson ontem é a prova que faltava de que esse elenco está falido. E agora a diretoria resolveu “impor” treino em período integral. Patético.

Também não pretendo falar sobre a crise econômica mundial ou da situação privilegiada do Brasil nesse contexto internacional. Ora, nosso país foi o primeiro do mundo a gerar empregos depois de setembro, isso já em fevereiro, e nos mês de abril o saldo foi positivo em cem mil vagas. A popularidade do barbudo voltou aos patamares pré-crise, a oposição está desesperada, etc. Mas esse blog não é de política.

A frase tem haver com as contratações de Kaká, melhor jogador do mundo em 2007 e Cristiano Ronaldo, o melhor de 2008, pelo Real Madrid. A volta do presidente Florentino Perez foi galáctica. O cara gastou em uma semana dinheiro suficiente para comprar toda a seleção brasileira, ou para se tornar dono de todos os jogadores da primeira divisão do campeonato brasileiro, e isso em apenas dois boleiros. O Kleber “Leche” madridista promete não parar na dupla bola de ouro e está investindo em David Villa e Forlan.

A comparação com o Kleber Milk não é a toa. Ambos estão no futebol para ganhar dinheiro, e montaram super-times que não ganharam nada em campo, mas que geraram retorno de marketing enorme. Mesmo sem títulos, a primeira versão dos Galácticos e a volta do Romário em 1995, ainda como melhor do mundo, marcaram época na Espanha e no Brasil.

As semelhanças param por ai. O caso do Real Madrid é um típico “rouba, mas faz”. O Florentino Perez encheu o bolso de dinheiro, tem uma denuncia no blog do PVC de que o cara vendeu o antigo CT do Real e ergueu um bairro nobre no lugar com a sua empreiteira. Mas ninguém pode negar o sucesso do clube (que disputa com o Manchester o titulo de mais rico do mundo)inclusive dentro de campo.

Já no Flamengo, é só roubo mesmo. O “faz” da consagrada frase malufista não dá as caras nunca. Nem dentro de campo, nem fora. Basta lembrar que a contratação do Romário não trouxe retorno de marketing pro clube, pelo contrário, devemos pro Baixinho mais de dez milhões de reais. E isso mesmo vendendo camisa como água e lotando o maraca como sempre. Onde foi parar essa grana?

Por fim, essa semana de contratações nos deixa a tarefa de realizarmos uma reflexão mais profunda sobre o processo de mercantilização do futebol. Romantismo a parte, o cara gastar 150 milhões de euros para ver dois malucos chutando uma bola é um sinal de que alguma coisa está muito errada com esse sistema.

Saudações Rubro Negras

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