sábado, 7 de agosto de 2010

O Retorno é de Jedi!


Caros amigos do Blog! FLACOMUNA já está escalado, pronto para iniciar sua ascensão rumo ao topo da nossa liga. Minha ausência deste nobre espaço bem como meu desempenho apenas mediano nas ultimas rodadas do Cartola são explicados pelo mesmo móvito: passei um tempo fazendo um reconhecimento da sede da próxima Copa América, nossa querida Argentina.

Em Buenos Aires pude, além de comer muita carne e alfajor, acompanhar toda a polêmica da demissão do Maradona do cargo de treinador dos nossos maiores rivais. Um verdadeiro tango, com traições, choros, dramas, e que ainda não está resolvido. A Argentina vai passar o resto desse ano com um interino, e nem a volta do Maradona está descartada. Eu espero que isso aconteça. Vou para a Copa América com toda a certeza, passagem a 400 reais ida e volta e ingressos baratos, na média do que já pago para ver Diego Mauricio no ataque e Rogério no banco do Mengão me animam a visitar novamente nossos vizinhos no ano que vem!

Também de lá acompanhei a escolha do nosso novo treinador, e que mobiliza esse conflito étnico que estamos vendo aqui no blog. Creio que a miscigenação brasileira é a verdadeira solução, e não o radicalismo eslavo ou o sectarismo africano: fico com a versão do PVC (está no blog dele), que diz que o Murici aceitou sim, em um primeiro momento. Contudo, como o Teixeirão não deu garantias para o Mal Humorado Ramalho de que ele ficaria até 2014, e também de que teria carta branca para fazer o que quisesse, o treinador tricolor resolvei dar toco na CBF.

No fim das contas, eu achei que ficou melhor para seleção o Mano Menezes mesmo. O treinador corintiano me surpreendeu muito positivamente quando assumiu o Timão no ano passado e armou um time com três atacantes, um meia e um lateral que subia muito ao ataque, tudo para fazer o futebol do Ronaldo render. Ele que era um treinador gaucho típico, preso a esquemas de muita pegada, com muitos marcadores, etc. É exatamente este o espírito que tem que ter o treinador da seleção, o de montar o time que faça com que os melhores rendam mais. Tenho dúvidas sobre se o Murici faria isso, ainda mais depois de ler o post do Cappelli sobre o jogo do Flu contra o Santos, em que ele afirma que o Conca fica perdido no meio de campo e o Fred isolado no ataque. Triste, se for verdade, pois significa que o Muricy não aprendeu nada com o fracasso dele no ano passado, em que pegou o Palmeiras líder e entregou o porco fora da liberta, tudo porque quis transformar o time do Diego Souza, Claiton Xavier e Vagner Love em uma versão verde do São Paulo. Se ele quiser fazer o mesmo com o Flu, periga ter o mesmo destino.

Para finalizar, na Argentina não pude deixar de ir a um clássico do futebol portenho. Fui até o Cilindro de Avellaneda, casa do Racing, um dos maiores clubes argentino. O jogo era apenas um amistoso, mas era contra o San Lorenzo, outro grande de Buenos Aires, e por isso estava cercado de rivalidade.

O melhor do jogo foi poder conferir ao vivo as famosas hinchadas (para quem não sabe, significa torcida) argentina. Isso porque eu tenho ficado muito incomodado com a metamorfose que tem atingido as torcidas organizadas brasileiras, inclusive a nação. Essa metamorfose passa por uma postura mais comportada nos Estádios, bem europeizada, e por um fetiche em relação às torcidas argentinas, porque estas, supostamente, apóiam o time sem parar. O que mais ilustra esta transformação são as músicas feitas exclusivamente para aparecer na transmissão da Globo, músicas fofas, que apenas apóiam o time, mas não agridem o adversário, e que geralmente são paródias de músicas famosas. A maior torcida do mundo, por exemplo, fez adaptações de músicas do Lulu Santos e do Roberto Carlos, além daquela do Mamonas Assassinas que a Globo adora. Mas nada se compara com os viceínos, que tiveram coragem de parodiar uma música da Lady Gaga, ou ao fim da Yang Flu, totalmente dominada pelos bonzinhos da Legião Tricolor.
Em Avellaneda, foi bom ver que o apoio incondicional ao clube é permeado por xingamentos e agressões aos principais rivais, bem como por canções que louvam os feitos dos barras bravas contra a polícia ou contra as torcidas adversárias. Nada desta “bela festa da família brasileira” que Galvão e Cia querem nos vender, e que nada mais é do que um processo de pasteurização do futebol brasileiro.

Espero que pelo menos a Raça Fla, a Jovem Fla e a Urubuzada percebam que torcer também é zoar e esculachar os fregueses. Se vamos copiar os argentinos no apoio integral ao time, que seja mantendo a rivalidade sempre acesa. O que, obviamente, não significa violência.

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