sábado, 9 de julho de 2011

O Anti-Maradona!


Olá a todas as leitoras assíduas e aos leitores ávidos por novas notícias da Copa América. Este humilde correspondente internacional deste blog e seus humildes comparsas têm mais um capítulo da nossa trama para relatar.

Hoje vamos apresentar o vilão da história. Sérgio Batista, novo treinador da Argentina, assumiu o selecionado hermano após o fracasso de Don Diego Armando Maradona na Copa do Mundo de 2010. Batista, ex-jogador da albiceleste e também campeão do mundo em 1986 (alguém se lembra dele?) assumiu com a velha promessa já bastante conhecida na terra brasilis: modernizar a seleção portenha pois só isso poderia fazer com que o Messi rendesse com a camisa nacional o que ele rende no Barcelona.

Pois bem, eis que ele recorre à fórmula óbvia, e cada vez mais ultrapassada, de encher o time de volantes. O argumento é simples. Maradona não era um treinador. Achou que podia ganhar uma Copa no carisma, na distribuição de coletes, no “bamo que bamo”, no dá la pelota para La pulguita e pronto, Messi resolve tudo. O atual melhor do mundo saiu da Àfrica do Sul sem anotar um tento. Maradona caiu de quatro diante da Alemanha.

Batista então muda tudo. Os volantes darão segurança a fraca dupla de zaga platina. Além disso, supõe-se que os três tenham bom passe, facilitando a transição. Messi jogo como falso 9, assim como na Catalunha, e tem ao seu lado dois atacantes rápidos. Eita time moderno este!

O resultado é pavoroso. Os três volantes não tem nenhuma qualidade na saída de bola. Messi fica encurralado entre dois, três zagueiros. Um dos atacantes rápidos, Lavezi, barra o incansável Di Maria, talvez o melhor jogador do Real Madrid na temporada. Tevez, coitado, cai na porrada com os adversários, é adorado pela torcida, mas sozinho pouco produz.

É um resultado muito semelhante ao do Brasil no tetra, em 1994. Ali eram dois jogadores de muito talento, Romário e Bebeto, aqui temos Messi e Tevez. Ocorre que o Parreira tentou escalar um meia de fato, um camisa 10, o Raí, e tinha ao seu dispor dois laterais extremamente ofensivos e talentosos, Jorginho e Leonardo, este substituído pelo eficiente Branco.

Quem viu a peleja contra a Colômbia sabe do que eu estou falando. O futebol da Argentina foi uma tragédia. Sem nenhuma ofensividade, sem jogadores para tabelar, sem ultrapassagens pela lateral, Messi e Tevez isolados. Em uma única jogada boa do Messi e ele bota o inexplicavelmente titular Lavezi na cara do gol. O que poderia ser 1 a zero para nossos Hermanos vira uma fácil defesa do arqueiro adversário.

E a Colômbia teve mais chances de gol, com o excelente Falcão Garcia. Teve um pênalti a seu favor não marcado pelo péssimo árbitro brasileiro. E não marcou um gol por os coadjuvantes do centroavante do Porto são péssimos.

Nós vimos os jogos nas populares. De pé o jogo todo, esmagados, como nas nossas velhas e saudosas arquibancadas. O apoio se transformou em revolta. Batista, contra quem todos reclamavam desde o inicio, passou a ser hostilizado, xingado mesmo. Maradona, por óbvio, teve seu nome gritado em coro. E os amantes do futebol não tiveram dúvida em apoiar o carisma contra a racionalidade.

Carisma, aliás, que falta ao Messi, e de fato ele tem sua parcela de responsabilidade neste quase fracasso. Será ele também um Anti-Maradona???

Bom, hoje tem Brasil. Pela escalação, Mano parece ser o Anti-Dunga. Veremos se em campo isto se confirma.

Saudações Rubro-Negras

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