quarta-feira, 6 de julho de 2011

Rodada Perdida



Saudações leitoras e leitores deste honrado blog. Eis que chegam notícias de como anda a aventura rumo a Copa América. Certamente vocês já notaram que esta foi uma rodada perdida. Não apenas para o bom futebol, mas para nosotros também.


Nós saímos do Rio de Janeiro justamente no dia em que a competição teve inicio. Ou seja, por mais que Lo Poderoso (alcunha do possante automóvel que singrou o sul do Brasil e a Argentina inteira) seja sinistro, não daria mesmo para que acompanhássemos a primeira rodada ao vivo, nas canchas platinas.


Mas foi pior do que isto: o jogo do Brasil sequer conseguimos ver, estávamos no meio do território argentino, sem um restaurante que fosse passando a peleja. Quanto a estreia dos donos da casa conseguimos ver apenas o final do jogo, o que foi suficiente para presenciarmos o golaço dos Hermanos. Apenas o jogo dos uruguaios nós vimos inteiro. A celeste jogou bem, diferente, pelo que ficamos sabendo, da seleção canarinho e dos seguidores de Don Diego.


Algumas impressões da viagem: o latifúndio segue mesmo dominando nosso país. Em que pese a predominância de uma paisagem industrial na ligação Rio-São Paulo, à medida em que vamos nos afastando da terra da garoa o que vemos são grandes extensões de terra com plantações a perder de vista, seja de cana, de soja, trigo, milho etc.


Não quero com isso dizer que somos atrasados ou qualquer coisa que o valha. Apenas que foi impressionante ver este predomínio do agronegócio de modo tão impávido. O que pensar disso deixamos aos cientistas sociais.


Antes de adentrar no território estrangeiro, fizemos duas revigorantes paradas em território brasileiro. A primeira se deu na tríplice fronteira, em Foz do Iguaçu, onde fomos ver as cataratas do Iguaçu. A natureza como um colosso, a violência e a beleza das águas, a transformação da calmaria do rio em brutalidade da queda d’água, tudo foi espetacular. Difícil sair de lá ateu.
A outra foi na simpática cidade de São Borja, berço de três figuras políticas centrais na história do nosso país: Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. Todos políticos trabalhistas, com forte vinculação com o povo e prenhes de contradições típicas do nosso processo da modernização capitalista tardia como a nossa. Aliás, nisto eles pouco diferem do Lula. Visitamos os túmulos dos três, tiramos fotos e eu, que já não era mais ateu, aproveitei para trocar uma idéia com este triunvirato, perguntar o que eles acharam do governo Lula e o que pensam que vai ser do PT e da Dilma. Quando eu decifrar os enigmas que eles me enviaram prometo que mando para este blog com exclusividade.


A vista na Argentina também causou impacto. Quase nada pela novidade. É incrível como o terreno portenho é similar ao que é descrito nas aulas de geografia. O charco, pantanoso, com muito gado e cavalos soltos, pouquíssimo habitado. Poucas plantações também, pelo menos pelo trajeto que escolhemos, que foi meio que em paralelo à fronteira. O frio está suportável, e chuva nos abandonou no Brasil, o que deixou o trajeto ainda mais bonito, com um céu e um por do sol absurdo.


Enfim, hoje vamos estrear em um jogo dramático, Argentina e Colômbia. Mais dramático para este que vos escreve e seu parceiros, porque compramos ingresso até a final contando que Brasil e Argentina passariam em primeiro. Portanto, vai pra cima deles Messi!


Saudações Rubro-Negras

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