quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quem manda pagar em dia?

Quem tiver coragem de visitar, agora, o túmulo de Oscar Cox, irá se deparar com uma lápide quebrada, uma tumba revirada, um caixão aberto e pegadas em direção às laranjeiras (como podemos ver ao lado, foi preso logo após apedrejar os vitrais franceses que tanto zelou). Perder, de virada, depois de estar ganhando de 2x0 do Duque de Caxias, até então lanterna do grupo é, no mínimo, vergonhoso. É o resultado de um time desalmado, de um bando de jogadores que estão de passagem e ignoram solenemente a mancha que esta derrota vai causar em suas vidas.

Enquanto tomam banho e adentram em seus carros importados, achando que hoje foi só um acidente, um dia de azar no trabalho, nós, torcedores, desligamos os celulares e procuramos atalhos para chegar amanhã em nossa sala de trabalho sem sermos vistos por ninguém. São 4 pontos em 12 disputados, sem jogar nenhum clássico, uma campanha digna de um time medíocre, sem brio, sem raça, sem um elan que justifique os gritos apaixonados da arquibancada.

É inadmissível não contar com um lateral direito em campo. Pior, é incompreensível ter um jogador da posição no banco, contratado pra isso (Mariano), achando que Wellington Monteiro improvisado é melhor. Pra fazer este papelão era preferível colocar o time da copinha de São Paulo, que dava a alma em cada jogo e perdeu com dignidade, com lágrimas nos olhos.


Estou chegando à conclusão que o problema do Fluminense é pagar em dia. O cara sabe que, perdendo ou ganhando, o dele tá garantido no final do mês. Uma estabilidade que não condiz com um jogo que vive da pressão, da tensão, da agonia, do medo de ser execrado. Pensando bem, só deviam receber depois de realizado o trabalho, ou alguém aqui ganha mesmo tendo feito um "gol contra" em sua profissão? Já que se dizem profissionais iguais a qualquer outros, que recebam proporcionalmente, de acordo com uma tabela de rendimentos por minuto desenvolvida pela FIFA, que é como ganham seus niqueis os que vendem sua força de trabalho na maioria das indústrias do mundo. Desse jeito é fácil: trabalhar na iniciativa privada com estabilidade de servidor público. Também quero!

Um comentário:

  1. Tás batendo um bolão Cappelli, principalmente quando o Fluminense perde...

    um abraço,

    Alvito

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