sexta-feira, 10 de julho de 2009

O negócio do Parreira é outro: é o negócio.

Fidalgos tricolores, o momento é extremamente delicado e requer reflexões que extrapolam o senso comum raso dos que adoram respostas prontas nas manchetes de jornais e programas de debate esportivo. Aliás, a cada dia que passa perco a esperança de conseguir ler ou escutar algo que valha a pena, que não seja o óbvio ou que não esteja somente preocupado com o lucro, fazendo fogo e vendendo extintor logo ao lado. A culpa é do Parreira? Creio que não. Ele deve continuar como técnico? creio, novamente, que não. Estou sendo contraditório? Ainda que pareça, não.


O Fluminense já faz muito tempo é o time do Rio que tem mais verba pra contratação de jogadores, digamos, de calibre. Anos e anos com um considerável dinheiro da UNIMED na conta e anos e anos sem a formação de um time equilibrado e competitivo. Todo início de ano são feitas 367 contratações altamente duvidosas onde, no máximo no final do campeonato carioca, 75% deles serão dispensados por deficiência técnica, tirando os que vão permanecer ganhando altas somas na reserva. Este anos, ocorreu exatamente a mesma coisa. Dinheiro de sobra e competência de menos. Um exemplo. Tivemos Roger e Leandro Domingues. O primeiro, mesmo fazendo alguns golzinhos agora é horroro e o segundo não teve nem oportunidade no clube. Hoje Leandro Domingues, mesmo sem ser um craque, dá um toque de organização no meio-campo do Vitória, bem superior ao Fabinho, Marquinho, Maurício ou Wellington Monteiro. É só um exemplo para mostrar a falta de estrutura do departamento de futebol, de seu gerenciamento, da aplicação correta dos recursos e de uma gestão que produza um planejamento, independente dos técnicos que vem e vão, indicando jogadores do seu gosto e indo embora três jogos depois. Qual a lógica disso, meu Deus? O cara chega no início da temporada, indica 70% dos "reforços" do time e, 1 mês depois é mandado embora pelos dirigentes.




Aí entra o Parreira. Essa é sua função, nos bastidores e não como boi de piranha de briga entre UNIMED e TRAFFIC, cada qual querendo seu quinhão. Quando o time é comprovadamente ruim, temos que levar na emoção, no sentimento, algo que desperte naquele pereba algo que ele nem sabia que tinha e que nunca vai saber. É o tal do motivador. Bota o Felipão mandando dar carrinho com os dois pés, cuspir na cara e dar cotovelada, porque em uma guerra é assim que se faz, só um pode sobreviver dentro do campo de batalha. Duvido que esses caras não saíam do vestiário pro jogo com a faca nos dentes, metralhadora atravessada e uma faixa amarrada na cabeça no melhor estilo Braddock. Na falta do talento, que pelo menos entre em campo 11 Guinazus enlouquecidos, tentando espantar o adversário pela cara feia já que pelo talento tá difícil. O Parreira não tem condições de desempenhar este papel. Mas, coloca um laptop e uma boa equipe do lado dele que estão resolvidos nossos próximos 10 anos, saneando as brechas onde os ratos de fraque beliscam seus queijos suíços no salão nobre das laranjeiras. Motivador não é técnico? Concordo. Mas, em determinados casos, resolve que é uma beleza. A acomodação deste elenco com a atual situação é de causar enjôo.




O time não pode jogar em função do técnico, deve ser exatamente ao contrário. É o clube que deve indicar os reforços. Ou será, meus Deus, que o clube não sabe quais são as carências do elenco e que jogadores poderiam ser úteis??? Ao técnico, cabe treinar o time contratado pelo clube, evitando desvios e interesses pessoais. Caso não concorde, basta o treinador não aceitar o convite. Caso contrário, aceitando, não poderá usar a desculpa esfarrapada de que "os reforços que pedi não chegaram" porque já sabia de antemão que o quadro era este. Quem aceita treinar um time com Ed Carlos, Fabinho, Diguinho e Cia espera o quê, meu camarada? Títulos e glórias? Faça-me o favor...




Contra o Timão, ficou evidente a tristeza deste time. Primeiro gol, lançamento nas costas de Ed Carlos. Segundo gol, passe errado de Diguinho no meio-campo. Terceiro gol, passe errado de Fabinho no Meio-campo. Aí você imagina o Ronaldo pegando a bola e, ao partir pro ataque, ver Ed Carlos e Cássio pela frente. Ele já comemora quando recebe a bola. A deficiência técnica de nossa zaga incita os adversários a partir para cima. No gol do Dentinho, que parecia gol de pelada, a bola foi sendo tocada com tranquilidade até chegar nele, sozinho, já que o Mariano achou que não precisava marcá-lo. Com 3x0 já no primeiro tempo, voltaram para o segundo com a night já marcada. Não nos enganemos. Se houve reação, foi porque o Timão não fazia a mínima questão de mais 45 minutos, convenhamos. A ponto do Ronaldo chegar na lateral e falar pro Mano que o time tava brincando...




Esse é o retrato do Fluminense: pior ataque, defesa horrorosa, sem laterais, goleadas de 1x0, nenhum padrão tático, derrotado pelo Avaí (sua única vitória) e sem perspectiva nenhuma de títulos, beirando a já famigerada zona do rebaixamento. Não parece um time em crise financeira? pois é...

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