terça-feira, 7 de setembro de 2010

Requiescat In Pace!


É isso caros leitores do blog, estamos em um momento de tristeza, de verdadeiro luto! Não é o que vocês pensam, não tem nada a ver com a polêmica travada por Cappelli e Jamaica sobre a marra tricolor nesse campeonato.

Nesse ponto, creio que os dois estão certos, apesar de que a situação está ficando ruim para o nosso anfitrião, pois o Emerson é o melhor jogador disparado do Flor (aliás, mais uma previsão certa deste polvo que vos fala, as seguidas contusões do Sheik...)

Também não falo das chances do Mengão no campeonato. Sigo acreditando que a dupla D2 já apertou e vai acender a qualquer momento, fazendo o time subir na tabela e brigar pelo que nos é de direito.

O título tem a ver com o fechamento do Maraca mesmo, e acho que dessa vez foi pra sempre. Após as obras, só vão caber 69 mil pessoas no outrora maior do mundo, não vai haver mais separação entre cadeiras e arquibancadas e o campo vai ter dimensões menores que a Vila Belmiro. Ou seja, podem chamar o estádio que surgir do que quiserem, mas quem já freqüentou o bom e velho Mario Filho sabe que nosso templo já era.

Não sou daqueles que ficam contra a copa do mundo no Brasil, porque vai ter muito roubo, etc. Mas defendo muito a tradição no futebol, e acredito que para modernizar o velho esporte bretão não é necessário acabar com velhas místicas.

Quando fui a Buenos Aires, assisti a uma partida do Racing no Estádio Juan Domingo Perón, vulgo Cilindro de Avellaneda, estádio em que Evita Perón fez um discurso histórico onde anunciou que não seria candidata a presidente, e palco daquela chuva de papel picado que abre o vídeo sobre a argentina que postei durante a Copa. Também estive na Bomboneira, infelizmente não para assistir um jogo.

Ambos os Estádio estão sendo modernizados por conta das exigências da FIFA, mas seus clubes o fizeram respeitando suas histórias, até porque as vitórias que conquistaram nestas “canchas” os fizeram ser os grandes clubes que são!

Talvez este seja o grande problema do Maraca ser estatal, sem ser público. Ele fica sob o arbítrio de um bando de burocratas, que decidiram seu destino sem nenhum escrutínio público. Tenho certeza que qualquer consulta popular impediria esse assassinato.

E não tenham dúvidas, quem perder mais com isto é o Mais Querido! Aquele que fez do Maracanã o território da sua nação! Não é pra menos, temos em Zico o maior artilheiro da história do estádio, somos o maior vencedor da chamada “era maracanã”, e o único clube carioca que ganhou uma liberta nele (o Santos de Pelé também teve essa honra, em 1963).

É difícil imaginar o que será da vida do Flamengo após esse domingo. Não que vamos deixar de ser o maior clube do Brasil, com a maior torcida, etc. Mas agora, de fato, somos parte do Movimento dos Sem Estádio. Pode ser que agente consiga reatar a liga que marcou a relação Mengão-Maraca com este no estádio que vai surgir. Mas pode ser também que ocorra o mesmo que rolou com o Buaafogo, que não consegue ganhar no Engenhão.

Como vai ficar a nossa vocação ofensiva em um gramado de dimensões tão diminutas? Como vai ser o comportamento da Nação sem um arquibancada para chamar de sua?

Claro que aqueles que vestem o Manto Sagrado, seja em campo jogando ou torcendo no Estádio, não vão se apequenar diante de tamanho desafio. Mas que o crime de lesa humanidade vai nos prejudicar em alguma medida, isso não tenho dúvidas.

Enfim, Descanse Em Paz Maracanã, se orgulhe por saber que apenas os maiores foram capazes de vencer em suas dependências e que o vermelho e preto continuará firme e forte como o maior do mundo, mesmo que você não possa mais ajudar nessa missão histórica do Clube de Regatas Flamengo!

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