domingo, 31 de maio de 2009

O Vovô e o menino


Fidalgos tricolores, é muito difícil escrever sobre o Fluminense toda semana sem ser repetitivo. E o pior de tudo: até as possíveis mudanças que hipoteticamente estão ganhando força nos bastidores não serão novidades, caso realmente se concretizem. Se voltar mesmo ao clube, Renight Gaúcho terá a chance de provar que se recuperou da depressão pós-libertadores em que mergulhou. Compreensível. É a mesma coisa que sonhar a noite inteira com a Luana Piovani e acordar dando de cara com a Susan Boyle com remelas e bafuda.

Confesso para vocês que sou favorável à sua volta. Não aguento mais o Parreira dormindo nos treinos matinais das laranjeiras e de braços cruzados na beira do gramado em dia de jogo, batendo palmas e tentando adivinhar o que a patroa preparou pra janta, indiferente ao match. Suas entrevistas geladas e depressivas contaminam os jogadores, que acabam achando que tudo é normal e que é só trabalhar durante a semana para resolver todos os erros. Sinceramente, não entendo até agora porque ele aceitou ser técnico.

Apesar de dizer que estava sentindo falta da adrenalina, é óbvio que este é um motivo a ser ignorado. Gelo corre nas suas veias. Aí vão dizer que a culpa não é dele, que os jogadores são péssimos, eu mesmo já disse isso. Mas sabe aquele velhinho, que já viveu muito e que vê um monte de coisa errada e já não liga mais? Que acha que sua experiência o tornou tão capaz de entender tudo e que nada mais o espanta ou o tira do sério? Pois é, isso não combina com o futebol, ainda que possa ser excelente para aturar sua mulher anos a fio.

Contra o Náutico, mais do mesmo. Time jogando retrancado e sem oferecer nenhum perigo ao adversário, a não ser em alguns lampejos esporádicos. Pra completar, o Maicon resolveu driblar dentro da própria área, ganhando de 1x0 aos 46 do segundo tempo. Todo homem quando nasce, antes de qualquer outra coisa, recebe um ensinamento básico dos Deuses do futebol: não se dribla na própria área, não se faz gracinha na defesa e, por fim, se o jogo estiver acabando e você estiver sendo pressionado, bicuda nela, em qualquer direção e de qualquer jeito. Aí virão os defensores dos meninos, com o estatuto da criança e do adolescente na mão, dizendo que o time pecou pela inexperiência de um jovem jogador.

Inexperiência? O cara desde que nasceu joga bola o dia inteiro, viveu a vida toda pra isso e não sabe os princípios básicos do futebol? Em qualquer pelada, seja ela jogada em qualquer lugar do mundo e quiçá em Marte, todo mundo sabe que a defesa não é lugar para firulas. Uma coisa é pecar por ser inocente e não ter o conhecimento para discernir. Outra, bem diferente, é saber o que deve ser feito e não fazer, deliberadamente. Este é o caso do Maicon, que merecia, por este crime hediondo contra o nosso tricolor, sair do estádio direto pro Padre Severino. Aliás, lá deve ter um campo pra treinar melhor que as laranjeiras.








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