domingo, 20 de junho de 2010

Ainda sobre razão e paixão...


Camaradas, escrevo pela ultima vez sobre esta polêmica que mobiliza nosso blog, antes que todos os seguidores nos abandonem! Mas acredito que estamos chegando ao ponto que mais me interessa, que mais justifica minha opção platina, e que, portanto, me ajuda e defender a torcida pela Argentina.


Jamaica disse que o vídeo não o impressionou por conta de tudo o que ele viu o Zico fazer. Cappelli afirmou que torcer pela argentina é o mesmo que ir a um Fla-Flu e torcer pelo adversário. O primeiro está certo, nosso anfitrião errado.


Para mim, não existe no futebol nenhuma paixão que se compare ao que sinto pelo Flamengo. E tenho certeza que falo por todos os rubro-negros. Para os flamenguistas, a seleção é algo secundário. Não trocaríamos nenhum titulo do Mais Querido por algum triunfo do Brasil em Copa do Mundo. Em 2006, a eliminação da seleção diante da França pouco nos importou, pois logo depois da Copa detonamos o Vice da Gama e fomos Campeões da Copa do Brasil. Do mesmo modo, o penta em 2002 não melhorou o nosso ano futebolístico, marcado por fracassos no Brasileiro e na Liberta.


O Flamengo está acima de tudo. Nossa Nação é e vermelha e preta. Nosso envolvimento com a seleção canarinho é proporcional a presença de jogadores formados na gávea em seus elencos. E se o Brasil não ganhou uma Copa do Mundo com Zico, azar o dele, e de todos os infelizes que vão morrer sem poder bater no peito e se orgulhar de ter o Zico conduzindo seu time a uma conquista. O Flamengo está em outro patamar.


Se entre os torcedores dos outros times não é assim, o que eu duvido, isso só comprova que a paixão pelo Flamengo é a maior do Brasil.


Por isso minha opção pela Argentina não é apenas racional, como fui acusado aqui. O Brasil não é minha paixão futebolística numero 1, precisa me conquistar. E não pela razão, com argumentos tão caros ao Galvão Bueno e ao Dunga como “é a nossa pátria que vai estar representada lá” e outras besteiras. A seleção brasileira precisa nos encantar, precisa representar o que há de melhor no velho esporte bretão. Precisa pelo menos tentar fazer isso.


Eu nunca afirmei que o Dunga era um mau treinador, ou que o Maradona é o melhor “professor” do mundo. Apenas disse, e repito, que o anão brasileiro fez uma opção pelo futebol Europeu, pelo Mourinho way of life, e deliberadamente eliminou o talento da nossa seleção, uma opção que ofende a história da seleção brasileira e do futebol brasileiro. Ao mesmo tempo, o anão argentino busca afirmar o que há de melhor no futebol mundial e nas raízes do futebol argentino, convocando e escalando o que tem de melhor, armando todo o time em função do Messi.


O vídeo que postei é o exemplo disso. Nossa seleção é tão cinza, tão mecânica que sequer desperta iniciativas deste tipo. E nesse sentido, o vídeo é muito bom sim. Ver argentinos jogando e exaltando a de meia é um "cala boca galvão" tão expressivo quanto a campanha no tuiter.


O lance em que o Messi driblou três zagueiros sul-coreanos na entrada da área e deu um totozinho por baixo da bola para encobrir o goleiro foi a jogada mais apaixonante e mais irracional desta copa até aqui. A razão o mandava chutar forte, rasteiro, tentar o gol de forma mais direta. Mas o coração decidiu pela consagração, pelo impossível, mesmo que o gol não saísse.


Insisto, imaginem o bem que vai fazer para o futebol mundial o Messi se consagrar na África do Sul. Ou como vai ser ruim a vitória de uma seleção inspirada no grande José Mourinho, como é o caso do nosso time. Os caras vão ser tri, continuam nossos fregueses, com menos títulos do que agente, e em 2014, com uma seleção jogando para a frente, cheia de jogadores talentosos, diante do povo brasileiro, o hexa vem, no melhor estilo das nossas tradições futebolísticas.


Saudações Rubro-Negras

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